Impacto | |||||
Por
Sara Esther Crispe – Escritora, conferencista e faz parte da
equipe editorial de chabad.org |
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Muitas
vezes nos perguntamos se aquilo que fazemos no decorrer do dia faz alguma
diferença. Não importa se é relevante, mas se realmente
muda alguma coisa, se causa um impacto na vida das pessoas. Ora, se eu
fosse um médico fazendo uma cirurgia, ou um juiz decidindo um caso
importante, minhas ações literalmente poderiam determinar
a diferença entre a vida e a morte para outra pessoa, e afetar
para sempre sua vida e a vida da sua família e amigos. Mas e se
eu não fizer nada de tão "importante"? Há
alguns dias, lendo as manchetes da CNN, encontrei um exemplo poderoso
dos ensinamentos do Báal Shem Tov. Era uma notícia sobre
um evento histórico – algo que nunca tinha acontecido antes
– e que não teria ocorrido a menos que algo aparentemente
insignificante tivesse sido feito há cinquenta anos. Rosa
Parks não tinha intenção de se tornar líder,
ou símbolo, ou uma figura histórica. Ela simplesmente achou
que não estava correto um homem lhe pedir para ceder seu assento.
Tudo que ela fez, basicamente, foi apegar-se às suas crenças
e fazer aquilo que sentia estar certo. Porém ao fazê-lo,
ela literalmente mudou o mundo à sua volta. Quando
Rosa Parks faleceu em 24 de outubro, o Presidente mandou hastear as bandeiras
a meio-pau. Na semana passada, ela se tornou a primeira mulher a ser velada
na Rotunda do Capitólio. O que ela fez de tão extraordinário
para merecer honras nacionais? Poderia ela ter imaginado que sua pequena
recusa faria tamanha diferença no processo da conquista de direitos
iguais para os afro-americanos? Em última análise, isso
não importa.
Outro dia minha filha de quatro anos chegou da escola e começou a correr pela casa ajudando em tudo que podia. Primeiro ela guardou seus brinquedos, depois ajudou o irmãozinho, depois comeu com boas maneiras, e assim por diante. Para uma criança precoce, isso era bem diferente do seu comportamento usual, Fiquei um tanto surpresa pela sua mudança de atitude, mas feliz com isso, portanto não a questionei. Quando
passei pelo seu quarto naquela noite, percebi que ela estava de pé
com os braços abertos como se fossem os pratos de uma balança.
Enquanto fingia ser uma balança, ela se movia para a frente e para
trás. Estava falando consigo mesma, mas alto o suficiente para
eu ouvir. Ela estava mencionando todas as coisas boas que tinha feito
naquele dia. Quando terminou a lista, inclinou o corpo para um lado e
gritou: "O lado da mitsvá ganhou! Mashiach, você precisa
vir agora!" |
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