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O romance é maravilhoso,
não é mesmo? Pena que acabe logo depois do casamento! Obviamente,
a Torá adverte contra essa prática; o namoro deve durar
120 anos. Infelizmente, a Torá enfrenta uma dura competição
com os jornais, revistas sofisticadas, filmes e a Internet. A mensagem
da sociedade moderna é: “Você merece um par perfeito
e caso o seu não se adapte a essa descrição, então
descarte-o e tente outra vez.”
A taxa de divórcios nos grandes centros chega a 60% e nas cidades
menores, mais “orientadas para a família”, em torno
de 50%. As pessoas – aparentemente em grandes números –
consideram seus cônjuges insatisfatórios.
Seria possível que suas expectativas estejam fora da realidade?
Motivos para o Divórcio
O Judaísmo permite o divórcio. É uma ferramenta para
ajudar nos casos de toxicidade conjugal. Presume-se que todos, ou quase
todos os casamentos sejam desafiadores, às vezes sofridos, muito
sofridos em alguns casos, desapontadores, entediantes, esmagadores e difíceis.
O divórcio judaico não foi criado para cuidar do sofrimento
no casamento, assim como o suicídio não se destina a aliviar
a dor da vida. O divórcio judaico serve para aquele pequeno número
de casamentos que sofrem falhas fatais como violência conjugal intratável,
ou repulsa sexual ou emocional (nenhuma dessas é uma “falha
fatal” quando reage a tratamento). Na verdade, a maioria dos comportamentos
irritantes dos cônjuges não se qualificam como “falhas
fatais”.
Imperfeição Humana Personificada
Seu cônjuge é a “imperfeição humana personificada”.
Você também é, porém isso não o incomoda
tanto. Qualquer que seja o caso, se o seu cônjuge adota um dos comportamentos
abaixo relacionados, ele ou ela está dentro do normal, da escala
desagradável de possibilidades pessoais:
- Discurso desrespeitoso e/ou ofensivo
- Comportamento esquecido, negligente ou irresponsável
- Falta de atenção
- Falta de cuidado consigo mesmo
- Desconsideração pelos seus sentimentos
- Pouco talento para comunicação
- Pouco talento para escutar o que você diz
- Pouca habilidade para lidar com os filhos
- Alocação indevida de recursos como
tempo ou dinheiro
- Alterações de humor
- Insegurança, ansiedade, temores e fobias
- Ataques de fúria
- Negatividade, excessivamente crítico,
exigente
- Imaturo, impulsivo
- Controlador, egoísta, sem consideração
- Desagradável em algum outro aspecto
Pessoas imperfeitas se casam e têm filhos. Talvez não devessem
fazê-lo, mas o fazem. Na verdade, como não existem pessoas
perfeitas, provavelmente é melhor para a raça humana que
as pessoas se casem. De qualquer forma, você se casou com um ser
humano e você é um ser humano, portanto não fique
surpreso quando seu cônjuge o desapontar de mil maneiras diferentes.
Ajude-o a melhorar, mas acima de tudo, ajude VOCÊ MESMO a lidar
com isso. Anote nomes de livros, aulas, conselheiros e preces; faça
todo o necessário para levar você, e ele (a) e seu casamento
a um nível melhor.
A menos que você esteja lidando com uma Falha Fatal Certificada
pela Torá, então o divórcio não pode ser considerado
parte da sua solução. O divórcio prejudica o processo
de crescimento. (Se o seu cônjuge se divorcia de você, por
outro lado, então isso é parte do plano Divino para sua
vida e grande parte do seu processo de crescimento.)
Vivendo com seu Bashert
D’us conhece você e seu cônjuge intimamente. Seu cônjuge
é, na verdade, seu “bashert” , zivug– a alma
escolhida para acompanhar a sua na jornada da vida. Seu parceiro espiritual,
sua outra metade – está ali para ajudar você a desenvolver
o SEU potencial. O bashert de alguém não é necessariamente
um bom companheiro. Pode ser alguém que exige muito em troca. Ele
ou ela pode irritar você até que aprenda a ser mais tolerante,
paciente ou compreensivo. Ele ou ela pode magoar seus sentimentos constantemente
até que você aprenda a amar-se mais. Ele ou ela pode humilhar
você até que aprenda a ser mais decidido. Ele ou ela pode
ignorar você até que aprenda a lutar por aquilo que deseja.
Seu cônjuge pode levar você ao desespero até que você
aprenda a dar espaço aos outros para serem eles mesmos e fazerem
o próprio trabalho. Em outras palavras – se você não
entendeu o que estou dizendo – apesar do mau comportamento, sua
“metade” pode ajudar a aperfeiçoar o seu caráter,
corrigir desequilíbrios e atingir aquilo que você não
atingiria sozinho. Este, na verdade, é um dos objetivos do casamento
– ajudar-nos a crescer.
Quando Vem a Parte Boa?
À medida que você se desenvolve em tudo aquilo que pode ser,
adivinha o que acontece? Seu cônjuge melhora! Seu casamento melhora.
Sua vida melhora. O amor romântico é dado por D’us
como um presente no início do casamento para nos mostrar o que
conseguiremos atingir mais tarde em resultado de nossos próprios
esforços conscientes. Aponte a sua bússola na direção
certa e fique na linha. O trabalho duro no casamento é a norma.
Porém a recompensa é proporcional aos esforços.
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