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  Moléculas Espirituais  
 
Por Velvl Greene
De: "Science, Art e Modern Life in the Light of Torah",
"Ciência, Arte e Vida Moderna sob a Luz da Torá"
 

Quase todos nós "acreditamos" em moléculas.

Dificilmente algum de nós já viu uma molécula, e a menos que tenhamos estudado a fundo química, física e química-física, provavelmente não entendemos os testes e critérios usados pelos cientistas para detectar moléculas, analisá-las, identificá-las ou descrever sua estrutura. Apesar disso, acreditamos que existem, têm estruturas definidas, peso e formato, bem como propriedades previsíveis. Aprendemos que todas as moléculas são compostas de cem ou mais átomos elementares – assim como as palavras são feitas com as mesmas letras básicas. As incontáveis e variadas moléculas que compõem nosso mundo físico diferem umas das outras somente no que diz respeito ao tipo de átomos que elas contém, o número de átomos presentes, seu padrão de organização e sua localização na estrutura molecular – assim como todas as palavras de nosso idioma diferem umas das outras somente no que diz respeito às letras contidas e sua seqüência. E as mesmas palavras podem ser usadas para escrever um salmo ou um panfleto político – assim como as mesmas moléculas podem ser encontradas numa formiga ou num elefante.

Não há nada de místico sobre isso. Não é imaginário ou hipotético. O conceito de moléculas e átomos e suas reações é tão aceito como são as coisas que podemos ver e avaliar com nossos próprios sentidos.


A química e a biologia molecular estabeleceram a nutrição, a fisiologia e a patologia nutricional como ciências e as tiraram do alcance dos alquimistas e charlatães.

Se um químico nos diz que determinada molécula tem três átomos de carbono e outra molécula tem seis, acreditamos nele. Se o químico nos diz que os seis átomos de carbono estão num círculo, enquanto que em outra molécula estão enfileirados, acreditamos nele. Às vezes acreditamos porque faz sentido. Porém mais freqüentemente, acreditamos porque não temos motivo para desacreditar. Na maioria das vezes acreditamos porque temos uma confiança básica na honestidade e competência do químico.

Os químicos e seus colegas têm maior credibilidade aos nossos olhos que os comerciantes, advogados e a maioria dos funcionários públicos que escolheram dirigir o nosso país. E grande parte dessa confiança é justificada. A teoria molecular e a manipulação são a própria base das excitantes descobertas que são feitas quase diariamente em fisiologia, genética, microbiologia e farmacologia. O químico usou seus modelos moleculares de maneira bastante eficaz para fazer previsões e produtos que mudaram nossa vida.

Por exemplo, as pessoas há muito tempo descobriram, por tentativa e erro empírico, que determinados alimentos são nutritivos ao passo que outros são venenosos; que algumas bebidas são intoxicantes enquanto outras são inofensivas; determinadas dietas engordam enquanto outras, que também satisfazem a fome, engordam menos.

Nos primeiros anos do século vinte, os nutricionistas aprenderam que a falta de certos alimentos nas dietas resultava em conseqüências patológicas. Mais ou menos na mesma época, os alergistas descobriram que acrescentar determinados ingredientes a dietas normais também resultava em doenças. Foi somente quando os químicos nos forneceram os "mapas metabólicos" que começamos a desvendar a massa de dados empíricos confusos. Estes mapas metabólicos descreviam o caminho molecular envolvido na digestão do alimento e na síntese celular.

Eles demonstraram como os complexos minerais, proteínas, carboidratos e lipídios presentes em nossa dieta podiam ser quebrados em moléculas cada vez mais simples; ao mesmo tempo, estas moléculas simples podiam ser utilizadas por nosso corpo para agrupar as proteínas, minerais, carboidratos e lipídios que constituem os nossos tecidos. Os mapas mostraram como o processo inteiro era regulado por outras moléculas (vitaminas). Os modelos moleculares explicavam como e por que determinados alimentos geravam reações tóxicas e outros geravam reações alérgicas; o raciocínio das dietas redutoras de peso; e dezenas de outros fenômenos fisiológicos e farmacológicos.

Pode-se dizer que a química molecular e a biologia molecular estabeleceram a nutrição, a fisiologia e a patologia nutricional como ciências e as tiraram do alcance dos alquimistas e charlatães.

Cashrut e Química

Pensamentos desta natureza ficavam se intrometendo enquanto eu revisava a porção Semini da Torá (Vayicrá 9:10), na qual o povo judeu foi ordenado, eternamente, a evitar determinados alimentos, enquanto tinham permissão de consumir outros.

A própria Torá não declara o motivo dessas leis. Porém qualquer pessoa familiarizada com as modernas teorias moleculares de nutrição e patologia nutricional dificilmente consegue evitar a tentação de criar modelos moleculares e mapas para explicar tudo neste campo.

Porém esta é uma especulação fútil…
Em sua obra clássica sobre medicina bíblica e talmúdica, escrita há 73 anos, Dr. Julius Preuss apresentou sua discussão sobre cashrut (leis dietéticas) com a seguinte declaração:
"As leis dietéticas bíblicas estão incluídas no capítulo de "Higiene" somente porque não podemos conceber outro motivo, que não o sanitário, para sua aplicação. Deve-se enfatizar, no entanto, que a Torá não nos fornece uma razão para todas estas leis e as fontes mais recentes o fazem apenas raramente. Assim, praticamente tudo que se alega como motivo para as leis dietéticas é apenas uma hipótese e é lida dentro das fontes…"

Esta declaração estabelece precisamente o frustrante paradoxo confrontando qualquer pessoa que queira explicar as leis da cashrut usando o moderno conhecimento sobre nutrição e saúde pública como modelo. Não sabemos por que determinados animais, aves e peixes são permitidos como alimento, enquanto outros são banidos; não sabemos por que os quadrúpedes e aves permitidos devem ser abatidos numa determinada maneira; não sabemos por que o sangue, certos tecidos gordurosos e o nervo ciático são proibidos; não conhecemos os riscos associados a cozinhar e/ou consumir carne e leite; e não sabemos por que certas imperfeições anatômicas tornam um animal ou ave treif (não-casher) e portanto proibido. Estamos abastecidos com orientações notavelmente detalhadas e instruções sobre os critérios que distinguem entre o proibido e o aceitável, mas nada sobre o por quê. Embora desejemos muito saber o por quê, qualquer explicação racional é simplesmente um exercício em imaginação humana.

As mentes mais notáveis jamais produzidas pela raça humana lutaram por milhares de anos para explicar estas leis. Dezenas, se não centenas, de hipóteses foram propostas para elucidar estes mistérios. Por que o boi é casher e o camelo não? Por que um judeu não pode comer porco e se beneficiar da reconhecida qualidade nutricional da carne suína? Por que a carpa é aceitável, ao passo que a enguia é proibida? A mente racional anseia entender e infelizmente, como não pode, às vezes decide ignorar as leis de uma vez por todas!

Nos últimos cem anos, tornou-se moda explicar a cashrut com analogias da saúde pública. O argumento básico é que Moshê era realmente um primitivo agente de saúde, e a Parashá de Shemini foi o primeiro modelo das atuais Alimento Puro e Leis sobre Drogas. É um conceito intrigante, mas seus atuais defensores são principalmente judeus que não desejam observar as restrições dietéticas, para começar. Pouquíssimo apoio para esta opinião será encontrado em autêntica pesquisa da saúde pública. Coelhos são tão nutritivos quanto galinhas; guefilte fish tanto pode ser feito com esturjão quanto com truta; não há muita diferença – microbiológica ou quimicamente – entre cordeiro e porco.


Sob o ponto de vista nutritivo ou toxicológico, não há diferença entre dieta casher e não-casher. A resposta com certeza não é química.

Seria mais fácil entender (e aderir) a restrições dietéticas se pudéssemos encontrar um motivo químico. Seria ainda mais fácil se pudéssemos isolar alguma substância ou produto químico prejudicial de um alimento proibido que não esteja presente num alimento permitido. Ou se pudéssemos mostrar que os processos descritos no Shulchan Aruch (Código da Lei Judaica) inibem alguma obscura reação molecular que produz alguma toxina. Isso faria sentido. Temos muitas experiências empíricas com envenenamento alimentar e alergias. Sem dúvida nossos ancestrais também tiveram. Existem alguns alimentos na natureza que são intrinsecamente venenosos – alguns cogumelos, por exemplo, determinados peixes e moluscos. Seria bastante razoável para um legislador primitivo bani-los como alimento para sua tribo.

Sabemos também que alimentos, se armazenados ou processados inadequadamente, podem se tornar veículos para transmissão de agentes infecciosos ou suas toxinas. Assim um legislador primitivo, preocupado com a saúde física de sua tribo, teria ordenado também leis sobre processamento e armazenagem de itens que eram permitidos como alimento.

Se alimentos não-casher ou processamento inadequado resultassem em envenenamento alimentar, infecção ou erupções cutâneas, poderíamos entender.

Mas isso realmente não ocorre. Sob o ponto de vista nutritivo ou toxicológico, não há diferença entre dieta casher e não-casher. A resposta com certeza não é química.

Não são os átomos e moléculas físicos do porco que o tornam não-comestível para os judeus. Caso contrário, por que não é proibido aos não-judeus?

É possível que existam receptores químicos ou células judaicas que sejam sensíveis a moléculas dos alimentos treif?

Isso não está além da experiência médica. Alguns seres humanos são alérgicos a morangos, enquanto outros não são. De fato, a única diferença entre o alérgico e o retrátil é uma sutil reação molecular que ocorre no primeiro e não no último. Um exemplo melhor pode ser a incapacidade genética (alguns diriam racial) de digerir leite bovino, enquanto outros literalmente crescem com ele. Assim, há reações moleculares, no âmbito da patologia nutricional, que são hereditárias e que podem servir como justificativa para tabus dietéticos.

Infelizmente, não é tão simples. As qualidades raciais judaicas são mais um mito nazista que uma realidade química atual. Quando as proibições dietéticas foram anunciadas, as 12 tribos acampadas ao redor do Sinai há milhares de anos com certeza compartilhavam uma constituição genética similar. Porém, nos milhares de anos desde então, e especialmente nos milhares de anos da diáspora, a homogeneidade genética foi bastante diluída. Os judeus atuais diferem muito em tipos sangüíneos, constituição imunológica e reação fisiológica aos nutrientes. Atualmente uma explicação química da cashrut – que permanece extremamente restrita apesar da diversificação genética gradual – é simplesmente uma hipótese inadequada. Um convertido ao Judaísmo é obrigado a observar as leis da cashrut assim que se torna judeu, mesmo que tenha se desenvolvido fisiologicamente nos alimentos – agora proibidos – até aquele mesmo instante.

Moléculas Espirituais

Muitos dos comentaristas rabínicos fazem referência, enquanto negam humildemente que sabem a verdadeira resposta, ao "dano espiritual" que deriva dos alimentos não-casher.

Rabi Shimshon Raphael Hirsch faz o seguinte comentário sobre a porção Kedoshin da Torá (Vayicrá 19:20): "Você deve… manter conscientemente… a opção de nutrição… como a prioridade máxima… para clareza mental e moral, pureza e santidade… desde o início, na real formação dos tecidos de nosso corpo, a formação física das fibras de seu cérebro, nervos e músculos…"

Os alimentos proibidos são portanto, não venenosos materialmente, mas são prejudiciais à nossa alma. Os componentes perigosos do porco não podem ser detectados pelos químicos, e os efeitos toxicológicos de seu consumo não podem ser diagnosticados por médicos, mas o prejuízo certamente ocorre. Se queremos pensar em termos de moléculas, devemos pensar sobre "moléculas espirituais".

A esse respeito, li certa vez que existem venenos espirituais em determinados alimentos banidos que diminuem as sensações espirituais ou, como é muito bem declarado em yidish, "entopem o nariz e os ouvidos da alma" a tal ponto que o indivíduo não pode mais receber mensagens espirituais. Aprendi também que os animais proibidos como alimento pela Torá possuem algumas características espirituais que o consumidor corre o risco de adquirir. Qualquer que seja o raciocínio, as moléculas espirituais fazem mais sentido que as químicas. Mas fazem sentido apenas àqueles que já acreditam na autoridade da Torá e estão dispostos a obedecerem às regras sem quaisquer racionalizações. Para o restante do mundo, as moléculas espirituais estão sujeitas a muitos mistérios e superstições. No âmbito espiritual, segundo aqueles que se consideram modernos e científicos, não há regras nem lógica – apenas um punhado de contos de fadas, visões, magia, feitiçaria e gurus.

Obviamente, as verdadeiras moléculas também são invisíveis e intangíveis para a maioria de nós. As moléculas reais estão também sujeitas a especulação pelos gurus (da ciência) que usam aquelas vestes sacerdotais e oficiam em seus templos esotéricos (chamados laboratórios) após anos de aprendizado. Porém as moléculas espirituais são demais para o século vinte. (Cá entre nós, pergunto-me se nossos rabinos seriam mais bem-sucedidos em passar sua mensagem se trocassem seus sobretudos pretos por jalecos de laboratório? ).

Pergunto-me se a observância da cashrut seria ampliada por impressionante equipamento de laboratório e tabelas periódicas e diagramas de elétrons covalentes ou seu equivalente espiritual? Provavelmente não. O judeu contemporâneo não-observante é sofisticado demais para isso; ele não acreditaria nesse tipo de truques. Se ele não obedece as leis quando D’us as decreta, por que mudaria só porque um rabino colocou um jaleco branco?

Então, por que ele acredita em moléculas feitas de átomos de carbono? Mas esta é uma outra história…)


Qualquer que seja o raciocínio, as moléculas espirituais fazem mais sentido que as químicas. Mas fazem sentido apenas àqueles que já acreditam na autoridade da Torá.

Eu argumento que o verdadeiro obstáculo para aceitar o papel das moléculas espirituais deriva de dois problemas em aceitar conceitos:

1 – A falta de prova empírica imediata do prejuízo espiritual quando as leis são desrespeitadas.

2 – A questão do particularismo, i.e., a natureza seletiva das leis dietéticas que permite à maioria dos seres humanos comer e se beneficiar de um determinado alimento, enquanto nega a mesma oportunidade a um grupo muito pequeno de pessoas que são indistinguíveis em qualquer maneira detectável da maioria e que também parecem se beneficiar com o alimento.

Aprendemos no Chassidismo que o mundo espiritual e o material são paralelos um do outro. Assim, fenômenos sentidos no universo de carne e osso são modelados em fenômenos espirituais. De modo semelhante, o universo espiritual se reflete em coisas e eventos que são detectados por nossos sentidos mortais.

Isso nos permite postular a existência de moléculas espirituais baseados em nosso conhecimento de estruturas químicas. De fato, existem aqueles que diriam que as moléculas materiais que estudamos em cursos de química são realmente o reflexo das moléculas espirituais intangíveis que o Criador usou como projeto!

Com isso em mente, eu apresento a história natural de uma rara doença genética que poderia trazer algum tipo de resposta àqueles que rejeitam a cashrut porque carecem de prova empírica de que causa danos e sentem-se pouco à vontade com o particularismo estrito.

A medicina está familiarizada com um problema chamado fenilcetonúria, ou PKU. Descrito pela primeira vez há 50 anos, este distúrbio metabólico hereditário afeta cerca de 15.000 crianças nascidas no Hemisfério Norte e leva, entre outras coisas, a um retardamento irreversível e grave.

O recém-nascido parece sadio e normal. Não pode realmente ser distinguido durante um exame físico, dos outros 14.999 contemporâneos não afetados. Tem um apetite normal e um metabolismo aparentemente perfeito. Come, dorme, chora e faz tudo que se espera que os bebês façam. Mas gradualmente – no decorrer de alguns anos – ele desenvolve uma aparência característica de dano cerebral.

Muitos anos depois de a doença ter sido descrita pela primeira vez, os fisiologistas determinaram que o dano cerebral era resultado do acúmulo de um aminoácido no corpo – a fenilanina – que é uma molécula comum em muitas proteínas. As pessoas normais têm a capacidade de metabolizar a fenilanina e convertê-la em outros nutrientes não prejudiciais (e essenciais). Porém uma criança em cada 15.000 não possui a enzima necessária e a fenilanina se acumula cada vez mais, até que danifica o cérebro em desenvolvimento.

Há cerca de 35 anos, um químico chamado Guthrie descreveu um teste de sangue que permite o diagnóstico precoce da fenilcetonúria, alguns dias após o nascimento, muito antes de ocorrer o dano neurológico. O teste agora é obrigatório em muitos países (incluindo Israel). No Brasil, o teste é feito rotineiramente nas maternidades e chama-se Teste do Pezinho. Todo bebê nascido num hospital é testado. Se o resultado sugere que a doença está presente, a mãe recebe orientação nutricional e aconselhamento. Se a dieta é modificada a tempo, se a fenilanina contendo a proteína é substituída com uma proteína sintética e ministrada durante os primeiros quatro ou cinco anos, geralmente o retardamento pode ser evitado. A solução não é simples; é inconveniente e desagradável. Porém, é eficaz.

Consideremos agora o seguinte cenário: uma enfermeira da Saúde Pública visita uma jovem mãe que acabou de chegar em casa, vinda do hospital com seu precioso bebê recém-nascido. A enfermeira transmite a notícia de que segundo o teste de laboratório o bebê tem fenilcetonúria. Ela também entrega à mãe uma lista de alimentos prescritos e instruções para preparar uma dieta preventiva adequada.

Nem a enfermeira nem a mãe são químicas. A mãe nada sabe sobre moléculas, fisiologia ou metabolismo. Ela sabe aquilo que pode ver – um bebê saudável, normal, como qualquer outro bebê, que gosta de comer e aparentemente está prosperando com a dieta que recebe. A enfermeira sabe um pouco mais. Estudou um pouco de química e entende melhor a fisiologia do metabolismo. Ou pelo menos, acredita nos professores que a ensinaram. A enfermeira não conhece realmente a base dos testes para diagnóstico; também não poderia prescrever uma dieta baseada na sua própria experiência. Tudo que está fazendo é o seu trabalho de transmitir a informação que aprendeu. Ela acredita que está agindo no melhor interesse da criança e da comunidade. Porém está agindo mais por dever e aceitação das autoridades mais altas que ela – como médicos, químicos e nutricionistas – que estudaram mais, sabem mais e têm melhores fontes de conhecimento.

A mãe recusa-se a aceitar o diagnóstico ou a dieta. Ela não acredita nos mistérios da química nem aceita a autoridade dos médicos. O seu bebê não parece normal? Ele não está feliz? Além disso, a dieta recomendada é cara, inconveniente e não apetitosa. E afinal, que bobagem é essa de moléculas?

Termino com a seguinte pergunta:

Se você fosse a enfermeira, o que faria quando a mãe exigisse: "Mostre-me o perigo agora! Mostre-me a diferença entre meu bebê e todos os outros!"

 

 

 

 
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