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Distrações na Sala de Espera

 

Por Levi Brackman

 

Você está sentado no aeroporto esperando seu vôo. Chegou cedo, para não ter um ataque de ansiedade com medo de perder o avião enquanto passa pelos trâmites da segurança. Isso para não mencionar o trânsito e o estacionamento.

Então você pega um livro, ou revisa a sua apresentação, ou começa a telefonar para casa quando alguma coisa atrai sua atenção.

É o tom sério do apresentador do telejornal, sua voz subitamente elevada. Você foi fisgado. Até que os atendentes anunciem que está na hora de embarcar, você fica assistindo, embora sejam as mesmas notícias que passam a cada quinze minutos e a maioria delas você já leu nos jornais da manhã, e se não leu é porque achou sensacionalista ou simplesmente tolo.

Ou então você está no consultório médico. Esperando, é claro. Você chegou cedo, esperando ser atendido em tempo, em vez de com meia hora de atraso. Você olha em volta procurando algo para fazer e encontra revistas femininas, todas velhas, algumas só com propagandas. Apanha uma das revistas femininas – talvez tenha uma boa receita – quando sua atenção se distrai.

Há um vídeo vazio passando. Não importa. Você foi fisgado.

Quando a mente se distrai, ou mais precisamente, quando está hipnotizada, absorvida com trivialidades, não estamos desperdiçando aquilo que nos distingue?

Nossos Sábios recomendam memorizar textos judaicos (capítulos de Tehilim ou seções da Mishná), e enquanto estiver caminhando pela rua (o antigo equivalente do "tempo na sala de espera") pode-se revisá-los, assim fazendo bom uso do tempo de seu cérebro. Há cds e material para ipods com aulas e ensinamentos que somam horas de conteúdo.

Embora talvez não possamos memorizar capítulos ou seções suficientes para ocupar nossa mente durante o "tempo na sala de espera" – embora pelo menos devamos tentar – hoje em dia temos outras ferramentas à disposição.

É difícil desligar a voz monótona e as imagens sempre em mudança na tela, mas uma boa leitura absorve toda a nossa atenção; em vez de ser distraído por trivialidades repetitivas, concentramo-nos em aprender coisas novas ou revisar conceitos essenciais.

Podemos optar por assistir a uma entrevista com "um parente próximo" da vítima de um crime recente ou podemos partilhar a admiração do Rei David pela majestade da natureza. Podemos saber de um gato perdido a quilômetros de distância ou nos perder em verdades milenares.
Podemos transformar o "tempo na sala de espera" em "tempo extra de estudo", aproveitando segundos de conhecimento judaico enquanto nossa vida está à toa.

       
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