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Em todas as palavras
dos profetas e nos ensinamentos de nossos sábios, nosso D'us é
compassivo e ama cada judeu, até o mais pecador, como Seu único
filho. Um D'us que vê o coração e o sofrimento e provações
de cada um de nós entende e julga segundo esta medida. Que sabe
o que sofremos, o fogo e o inferno pelos quais passamos somente porque
somos Seu povo e não nos afastamos d'Ele. Que chora por toda gota
de sangue judeu derramado e faz milagres para nos salvar todas as vezes.
Será este é o pior pecado da humanidade, querermos viver
em paz com nossos vizinhos e superestimar o potencial deles para agirem
como seres humanos decentes? Por estarmos cansados da guerra e nos apegarmos
a qualquer palha para nos ver livres dela?
Se você tivesse um filho, um único filho, muito tímido
e fraco, você lhe bateria no rosto e ficaria olhando-o cair ao chão?
Ou o ajudaria a aumentar sua confiança e sua coragem, deixando
o mundo inteiro saber: "Este é o meu filho. Que ninguém
ouse colocar a mão nele!"
Muitas e muitas vezes, o Lubavitcher Rebe nos ensinou que em vez de encontrar
falhas em nosso próprio povo e psicanalisar D'us, precisamos fazer
como Moshê fez na mesma situação. Voltar-se para D'us
e dizer: "Por que fizeste mal a este povo? Por que não o redimiste?
Por que permites que Teu sagrado nome seja tão vilipendiado no
mundo? Quanto tempo isso ainda durará?"
Este é realmente todo o propósito do povo judeu na terra
– canalizar o fluxo da vida vinda do alto, como um fazendeiro ara
seu campo e cava valas para canalizar a chuva que cai do céu. "O
mal não desce do céu" – disse o profeta Yirmiyáhu.
Tudo que D'us deseja é bom. Porém, sem nossa intercessão,
o fluxo vindo do alto é poderoso demais e avassala nosso mundo.
Como uma tempestade num campo inculto. Portanto Ele aguarda nossas preces
para direcionar o fluxo da vida rumo ao bem.
O povo judeu, incluindo você e especialmente aqueles que moram na
Terra de Israel, são um povo fantástico, cada um deles.
Considero-me um orgulhoso irmão de todos eles. Há rabinos
que falam sobre a ira de D'us. Eles acreditam que podem melhorar o povo
judeu apontando suas falhas e os assustando com advertências de
retribuição Divina, como faziam os profetas. O Rebe certa
vez falou diretamente sobre esta atitude. Ele disse que havia um profeta
chamado Yeshayáhu que amou cada judeu. Porque você tem de
amar todo judeu para ser um profeta. Porém quando D'us primeiro
lhe disse para profetizar, ele respondeu: "Como posso? Vivo entre
um povo de lábios impuros." E por causa disso ele foi punido.
Um anjo foi enviado com carvões quentes para colocar nos seus lábios.
Porque ele tinha insultado o povo de D'us. E era um profeta - não
um rabino adivinhando as intenções de D'us. E um profeta
que amava seu povo, que simplesmente estava dizendo a verdade para explicar
seu sofrimento sem más intenções. E para que foi
ele enviado, afinal, a não ser para repreender seu povo!
Porém se há alguma coisa que D'us desdenha, são aqueles
que falam mal de Seus filhos. E se há uma coisa que Ele ama, é
quando amamos uns aos outros e louvamos tudo que há de bom no próximo.
Quanto ao por quê de toda esta confusão estar acontecendo
logo agora – eu lhe direi aquilo que Rabi Yossef Yitschac, o sexto
Lubavitcher Rebe, disse sobre o Holocausto: "Não tenho a menor
motivação para encontrar desculpas para D'us."
O mesmo aqui. É melhor eu passar meu tempo encontrando desculpas
para Seu povo.
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