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        você é uma criatura unicelular, basicamente precisa fazer 
        tudo por si mesmo.
 Ser um corpo significa que cada parte faz coisas para as outras. Por exemplo: 
        toda célula em nosso corpo exige oxigênio, mas este é 
        inalado pela boca e processado pelos pulmões. Da mesma forma, cada 
        parte do corpo precisa ou deseja comer, beber, pensar, falar, cantar, 
        caminhar, dançar, atirar uma bola, plantar um jardim e assistir 
        a um pôr-do-sol.
 
 Alguns tecidos, órgãos e membros assumem a tarefa e o fazem 
        para todos
 os outros.
 
 Quando uma boca fala, não é uma boca falando - o corpo inteiro 
        está falando através da boca. O mesmo acontece quando o 
        cérebro pensa, o estômago digere, ou o dedão do pé 
        esquerdo testa a temperatura da água da banheira.
 
 Um corpo é 
        mais que um objeto físico. É uma idéia espiritual: 
        o conceito de que uma ação feita por uma das partes coletivas 
        é, na essência, uma ação do todo.
 
 Imagine um indivíduo preso sob um edifício que desabou. 
        A equipe de busca e resgate o localizou, mas levará horas até 
        que consigam desenterrá-lo. Porém há uma pequena 
        fissura num destroço - suficiente apenas para a vítima estender 
        a mão a eles. Como estão em contato com este único 
        membro, a equipe pode monitorar seus sinais vitais, oferecer conforto 
        e encorajamento, e até administrar-lhe os fluidos vitais, nutrientes 
        e medicação para sustentá-lo até que possa 
        ser completamente libertado.
 
 Nos dias do governo comunista na Rússia, o Rebe empregou essa metáfora 
        para descrever o estado dos judeus sob os soviéticos. O estudo 
        de Torá e o cumprimento das mitsvot é nosso próprio 
        sangue vital; sem eles não poderíamos sobreviver como um 
        povo. Mas durante três gerações, milhões de 
        judeus não puderam conduzir um Sêder de Pêssach, acender 
        uma vela de Shabat, ler um versículo da Torá ou afixar uma 
        mezuzá à porta; viviam encurralados sob condições 
        que os impediam de ter acesso direto ao alimento e oxigênio da alma 
        judaica. Estas porções do nosso povo iriam atrofiar e morrer, 
        D'us não o permita?
 
 Porém todo Israel é um único corpo, insistia o Rebe. 
        Quando um judeu em Nova York cumpre uma mitsvá, o corpo inteiro 
        de Israel está cumprindo essa mitsvá; quando um judeu em 
        Tel Aviv recita uma prece, o corpo inteiro de Israel reza através 
        dele. Somos um membro estendendo-se para fora do entulho; nós o 
        estamos mantendo vivo.O Rebe também dizia: Isso funciona também 
        da maneira inversa. Somos afortunados por não precisarmos fazer 
        grandes sacrifícios para sermos judeus; não enfrentamos 
        os testes diários de fé e os constantes desafios à 
        nossa própria identidade que os judeus que viviam sob o regime 
        soviético tiveram de confrontar. Somos livres para expressar e 
        concretizar nosso Judaísmo sem obstáculos. Porém 
        a liberdade e a fartura também podem ser uma ameaça à 
        sobrevivência judaica, não menor que as dificuldades e provações; 
        enfrentamos os abismos da complacência e da indiferença. 
        Nesse sentido, somos o corpo encurralado sob o entulho, e eles são 
        a mão estendida... Na mesma medida que os sustentamos, eles nos 
        sustentam.Atualmente, enfrentamos novamente uma situação 
        na qual uma parte significativa de nosso povo está vivendo sob 
        provações e ameaça. Nossos irmãos na Terra 
        de Israel estão cercados de inimigos que lançam foguetes 
        de morte e destruição sobre suas estações 
        de trem e edifícios, que se explodem nas ruas e nos shopping centers; 
        enquanto isso, um mundo em grande parte indiferente intervém apenas 
        para tentar
 restringir os esforços de Israel para se defender.
 
 No decorrer dos anos, sempre que os judeus em Israel enfrentaram ameaças 
        semelhantes por parte de seus inimigos, o Rebe nos conclamava a intensificarmos 
        nossos atos de bondade e santidade. Uma mitsvá de nossa parte, 
        insistia o Rebe, traria proteção e segurança aos 
        nossos irmãos na Terra Santa.
 
 Ao nível mais básico, podemos entender isso como um toma-lá-dá-cá: 
        enviamos uma prece ou fazemos uma mitsvá para D'us, e em retorno, 
        Ele envia Sua bênção e proteção aos 
        judeus em Israel.
 
 Num nível mais profundo, não é uma questão 
        de "nós" fazendo algo para "eles". Se realmente 
        nos considerarmos como um único corpo, então cada ação 
        positiva que fizermos aumenta a vitalidade espiritual de todo o corpo 
        de Israel. Toda mitsvá que cumprimos infunde nosso ser coletivo 
        com a força e a coragem para emergirmos vitoriosos em todas as 
        nossas batalhas, conquistando a segurança e a tranqüilidade 
        na Terra Santa.
 
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