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  Os judeus na China
 
 
por Rabino Shalom Greenberg
 

Rabino Shalom Greenberg e sua esposa Dinie são os emissários do Rebe em Shangai desde 1998.

Shangai


A primeira onda migratória judaica para Shangai (1843–1920)

No mesmo tratado que cedeu a Ilha de Hong Kong aos britânicos como reparação pela Guerra do Ópio (1839-1842), Shangai e quatro outros Portos do Tratado foram abertos a mercadores estrangeiros. A História registra que o primeiro judeu a passar por Shangai foi um soldado britânico em 1841; entretanto, os primeiros colonizadores judeus não começaram a chegar em Shangai até 1848.

A primeira onda de migração judaica a Shangai é marcada pela chegada de judeus sefaraditas vindos de Bagdá e Bombaim. A mais bem sucedida destas – os Sassoon e os Hardoon – construíram muitos dos maiores impérios comerciais da cidade, e vários dos edifícios que são pontos de referência na cidade, incluindo a Sassoon House, o Hotel Metrópole, Grosvenor House, Edifício Embankment, Hamilton House e Mansões Cathay.

Nos anos 1870, a comunidade oriunda de Bagdá alugou espaço para serviços religiosos, e em 1887 organizou a Sinagoga Beth El, que precedeu a Sinagoga Ohel Rachel.

Sinagoga Ohel Rachel (estabelecida em 1920)

A Sinagoga Ohel Rachel assinalou a conquista mais marcante da primeira leva de imigração judaica em Shangai. Foi construída para acomodar a comunidade de judeus bagdalis (que no auge chegaram a 700), aberta em março de 1920, e foi consagrada por Rabino W. Hirsch a 23 de janeiro de 1921.

Um edifício imponente, a Sinagoga Ohel Rachel acomodava 700 pessoas em seu santuário escavado. Pilares de mármore flanqueavam uma arca onde se podia entrar (que certa vez guardou 30 Rolos de Torá) e largos balcões com vista para o Santuário. O local abrigava a Escola Judaica de Shangai (o edifício construído em 1932 ainda permanece, à esquerda do pátio), um playground, biblioteca e micvê. Estava localizado em Seymour Road (atualmente o nº 500 de North Shaanxi Road), e no estilo português e espanhol de Bevis Marks (1701) e Sinagogas Lauderdale Road em Londres (1896).

Sir Jacob Elias Sassoon – judeu sefaradita bagdali – dedicou a sinagoga à memória de sua esposa Lady Rachel. Quando Sir Jacob faleceu alguns meses antes do término da sinagoga, a comunidade judaica decidiu dedicá-la a ambos, Sir Jacob e Lady Rachel. Sir Jacob também contemplou Hong Kong com a Sinagoga Ohel Leah, dedicada à sua mãe, e consagrada em 1900.
Hoje e para o futuro, a Sinagoga Ohel Rachel permanece o símbolo mais significativo do papel crucial dos judeus na história de Shangai. Ohel Rachel foi a primeira das sete sinagogas construídas em Shangai, e uma das únicas duas que permanecem de pé atualmente. A outra, a Sinagoga Ohel Moshê no distrito de Hong Kou, abriga um museu dedicado à história da experiência judaica em Shangai.

A Segunda Onda de Migração Judaica para Shangai (1920-1937)

A Segunda Onda foi assinalada pela migração de milhares de judeus russos primeiro ao nordeste da China, e depois para Shangai. Este período também testemunhou um aumento substancial na prosperidade da comunidade dos judeus bagdalis, que organizaram obras de caridade para seus irmãos russos.

Shangai progrediu subitamente nos anos de 1920, assim como as comunidades ashkenazita e bagdali, que tinham aumentado para uma população de aproximadamente 1700. Com suas atividades no ramo imobiliário e no mercado de capitais, estes judeus desempenharam papel ativo e importante no desenvolvimento de Shangai. A comunidade mantinha três sinagogas, duas bagdalis e uma ashkenazita, uma escola, dois cemitérios, um hospital, um clube, padarias, açougues, e muito mais.

Fugindo dos pogroms e revoluções na Rússia, os judeus russos viajaram via Sibéria para cidades ao nordeste da China, como Harbin, Tianjin e Dalian. Mas não foi senão até a ocupação japonesa na Mandchúria em 1931 que os judeus russos mudaram-se para Shangai em grande número.
Totalizando 4500 no seu auge nos anos 30, os judeus russos eram relativamente pobres se comparados aos bagdalis. Alguns passaram a trabalhar como pequenos mercadores, abriram pequenos cafés, ou empregaram-se como músicos que deixaram uma marca duradoura na sociedade local.

Em 1928, os judeus russos convidaram Rabino Meir Ashkenazi, um membro do Movimento Chabad-Lubavitch, para liderar sua comunidade. Muito querido e respeitado por seus incansáveis esforços e devoção em prol de todos os judeus de Shangai, Rabino Ashkenazi liderou a comunidade até sua partida para New York em 1949.

A Terceira Onda Migratória (1938-1952)


Durante a Segunda Guerra, a cidade de Shangai forneceu refúgio a uma Terceira Onda de judeus escapando da perseguição na Europa. Neste período, havia um grande contraste entre os refugiados apátridas que escapavam de uma Europa devastada pela guerra e os empresários judeus estabelecidos que prosperavam em Shangai. Agora, os sefaraditas e as comunidades comerciais russas juntavam esforços para providenciar alimentos, abrigo e vestuário para os refugiados europeus.

A partir de 1938, aproximadamente 20.000 refugiados judeus da Alemanha e Áustria escaparam para Shangai, o único lugar no mundo que não exigia um visto de entrada. Dentre eles estava Michael Blumenthal, que viria a tornar-se Secretário do Tesouro dos Estados Unidos sob a administração Carter, e o falecido Shaul Eisenberg, que fundou e dirigiu o Conglomerado Eisenberg em Israel.

Entre 1939 e 1940, cerca de 1000 judeus poloneses escaparam para Shangai, evitando a morte certa. Dentre esses, todos os professores e alunos da Yeshivá de Mir, 400 no total, sobreviveram por milagre e continuaram seus estudos na Sinagoga Beth Aharon, o único local religioso com espaço suficiente para acomodar a Yeshivá inteira. Escaparam da Polônia através de Vilna, obtiveram vistos de viagem ao Japão com Sugihara Chiune, o cônsul japonês em Kovno, e finalmente conseguiram chegar a Shangai.

Os japoneses invadiram a China em 1937, e mais tarde ocuparam a área ao redor de Shangai. De dezembro de 1941 a 1945, os japoneses internaram os judeus de Shangai que eram cidadãos de países Aliados. "Refugiados apátridas" oriundos da Alemanha, Áustria ou Polônia foram relocados a um gueto em Hong Kou, ao passo que aqueles originários de países neutros como Iraque e Rússia foram deixados em paz. Apesar dessas condições difíceis, a comunidade judaica adaptou-se de forma a manter sua cultura, tradição e estilo de vida social.

Ao final da guerra, Shangai era o lar de cerca de 24.000 judeus. Após o término da guerra em 1945 e com a fundação da República Popular da China em 1949, a comunidade reduziu-se, com muitos judeus emigrando para Israel, Estados Unidos, Austrália e Hong Kong.

A Comunidade Judaica contemporânea de Shangai

A abertura de Shangai ao comércio e ao investimento internacional atraiu um crescente número de judeus do mundo todo. A comunidade judaica de Shangai conta atualmente com 250 judeus – uma população que aumenta 30% a cada ano – morando e trabalhando na cidade, judeus vindos de 12 países diferentes, incluindo os Estados Unidos, Israel, França, Argentina, Venezuela, Rússia, Canadá, Austrália e o Reino Unido. Milhares de visitantes judeus passam regularmente pela cidade, incluindo homens de negócio e turistas.

Em meados da década de 90, os líderes mais destacados da recém-estabelecida comunidade incluíam: David Buxbaum, Bruce Raya Feuer, Seth Kaplan, Robin Kaptzan, Elan e Michelle Oved e Albert Sassoon.

Rabino Shalom Greenberg e sua esposa Dina, do Movimento Chabad-Lubavitch de New York, chegaram a Shangai em agosto de 1998. Sua energia e engajamento infundiram vida nova à crescente comunidade judaica. Implementaram serviços de Shabat e refeições casher, aulas de educação para crianças e adultos, treinamento para bar e bat mitsvá e almoços sociais. Os judeus de Shangai esperam pacientemente pelo dia em que poderão rezar regularmente na Sinagoga Ohel Rachel, e restabelecer o lindo edifício como centro da vida judaica.

A onda do futuro

Em 1998 três líderes religiosos americanos, designados pelo Presidente Bill Clinton e convidados pelo Presidente da China, Jiang Zemin, viajaram à China. O prefeito de Shangai, Xu Kuangdi, prometeu a um dos líderes religiosos, Rabino Arthur Schneier, Presidente da Fundação Apelo à Consciência, restaurar a Sinagoga Ohel Rachel como um local histórico e abri-la ao público. O sr. Aba Toeug, antigo curador da sinagoga e atualmente morador de Israel, foi conselheiro na restauração. A cidade de Shangai despendeu mais de US$ 60.000 neste primeiro esforço de restauração.

Em junho e julho de 1998, a delegação presidencial à China, a Primeira-Dama Hillary Clinton, sua filha Chelsea e a Secretária de Estado Madeleine Albright visitaram a Sinagoga Ohel Rachel, acompanhados por Rabino Schneier. Num discurso pronunciado em 1º de julho de 1998, a então Primeira-Dama comentou: "Portanto, a restauração, [da Sinagoga Ohel Rachel] creio eu, é um ótimo exemplo de respeito pelas diferenças religiosas e um reconhecimento da importância da fé na vida das pessoas." Na ocasião, Rabino Schneier doou um Sefer Torá à sinagoga. A capa da Torá foi bordada com a seguinte mensagem comemorativa: "Em honra ao povo de Shangai que salvou vidas judaicas durante a Segunda Guerra Mundial e à visita do Presidente William J. Clinton e a Primeira-Dama Hillary Rhodam Clinton. Ao marco histórico restaurado, Sinagoga Ohel Rachel, Shangai. Ofertado por Rabino Arthur Schneier, Sinagoga Park East em New York, Marco Histórico irmão. 1º de Julho, 1999."

No primeiro dia de Rosh Hashaná, em setembro de 1999, um milagre aconteceu. O governo de Shangai permitiu à comunidade judaica utilizar Ohel Rachel por 24 horas. Esta seria a primeira vez desde 1952 que um serviço religioso foi celebrado na Sinagoga. Celebraram-se os serviços matinal e noturno, com o comparecimento de cerca de 120 judeus. Esta foi a maior assistência que a moderna comunidade judaica em Shangai já tinha visto! Subseqüentemente, os judeus de Shangai tiveram permissão para usar a Sinagoga Ohel Rachel em dezembro de 1999 e abril de 2000, quando a comunidade celebrou Chanucá e Pêssach. Compareceram setenta e cinco e cem judeus, respectivamente.

A História Judaica de Shangai em ordem cronológica
por Seth Kaplan


1841 – Um soldado britânico é o primeiro judeu a pisar em Shangai
1842 – Termina a Guerra do Ópio. O Tratado de Nanjing abre Shangai como um Porto do Tratado
1844 – Elias Sassoon faz a primeira visita a Shangai
1848 – O primeiro judeu como residente permanente
1850 – David Sassoon, Filhos e Cia. estabelecem um posto permanente em Shangai
1862 – O Cemitério Israelita (mais tarde, "Mohawk") abre atrás do local do futuro autódromo.
1887 – Início da Congregação Beth El
1890s a 1917 – Pogroms na Rússia encorajam milhares de judeus a emigrarem para o noroeste da China
1900 – Shearit Israel é consagrado
1907 – A sinagoga russa Ohel Moshê abre na Concessão francesa
1912 – O Clube Recreacional Judaico é estabelecido
1917 – Revolução Russa
1920 – Ohel Rachel abre para serviços
1927 – Beth Aharon é aberta
1927 – Ohel Moshê move-se para seu local atual em Hong kou
1930 – A Casa de Sassoon (hoje Hotel Peace) é completada
1930s– Os judeus se destacam nas áreas da música e medicina
1930s– Sir Victor Sassoon constrói os maiores edifícios da cidade
1931 – Ocupação japonesa na Mandchúria leva muitos judeus a fugirem para Shangai
1932 – A Escola Judaica de Shangai muda para o complexo Ohel Rachel
1937 – Os japoneses invadem a China, ocupando a área ao redor de Shangai
1938 – A "Noite dos Cristais" na Alemanha leva muitos judeus alemães e austríacos a fugirem para Shangai
1939 – A Alemanha invade a Polônia
1939 – É fundada a Escola Kadoorie para refugiados
1940 – Os judeus poloneses na Lituânia conseguem vistos para o Japão com Chiune Sugihara
1941 – Os últimos refugiados de Kobe chegam a Shangai, incluindo a Yeshivá de Mir
1941 – A Nova Sinagoga Russa é consagrada
1941 – É aberta a Sinagoga McGregor para refugiados alemães em Hongkou
1941–45 – Judeus com passaportes dos Aliados são enviados a campos de detenção
1943–45 – É estabelecida uma área para Refugiados Apátridas em Hongkou
1943–45– Ohel Rachel é ocupada pelos japoneses: os serviços mudam para a Casa Toeg
1945 – Termina a Segunda Guerra: a comunidade reocupa Ohel Rachel
1949 – Os comunistas vencem a Guerra Civil Chinesa
1952 – Ohel Rachel entregue às autoridades; a última Torá é transferida para Israel
1950s– Autoridades estabelecem um Conselho Comunitário Judaico único e unificado
1950 – Todas as sinagogas são fechadas
1960s– O número de judeus é reduzido a algumas dúzias; as atividades são realizadas na Casa de Abrigo
1966 – Fechamento de todas as organizações religiosas e estrangeiras no início da Revolução Cultural
1981 – O primeiro residente judeu permanente segue-se à criação da política de portas abertas
1982 – Falecimento do último membro da Comunidade Judaica anterior
1990 – Primeiras atividades organizadas pelos judeus residentes contemporâneos
1998 – O Secretário de Estado e a Primeira Dama dos Estados Unidos visitam a Sinagoga Ohel Rachel
1998 – O Primeiro Rabino da recém-criada comunidade
1999 – É concedida à Comunidade Judaica de Shangai o uso ocasional de Ohel Rachel

Chabad em Shangai

A China foi uma das poucas nações a dar as boas vindas aos judeus que fugiam da perseguição nazista, e muitos se dirigiram a Shangai. Com a Revolução Comunista, porém, a maioria deixou o país.

Agora, décadas depois, uma pequena comunidade judaica é liderada por Rabi Shalom Greenberg e sua esposa, Dena. Eles estabeleceram o Chabad de Shangai, em 1998.

P: Quantos judeus existem em Shangai, e de onde apareceram?
R: Há cerca de 200 famílias judias vivendo em Shangai. Vieram, na sua maioria, dos Estados Unidos, Europa, Austrália, África do Sul e América do Sul. Temos também alguns viajantes que nos procuram em busca de um pouco de Judaísmo.

P: Quais os desafios que vocês encontram no Shabat em Shangai?

R: Bem, o Judaísmo não é oficialmente reconhecido pelo governo, portanto, fazemos reuniões em particular, em nosso apartamento. Não temos permissão de operar uma sinagoga, e oficialmente, somente estrangeiros podem comparecer. Portanto, fazemos os serviços em casa, e às sextas-feiras recebemos cerca de 30 pessoas à nossa mesa do Shabat.

P: Como conseguem comida casher?

R: É aí que a vida começa a ficar interessante. Temos de trazer tudo nós mesmos, em malas, e muitas pessoas confiam em nós para arrumar comida casher para elas. Precisamos ir a Hong Kong para isso, onde o rabino de Chabad local nos ajuda a obtê-la.

P: Há muitos judeus em Hong Kong?

R: Bem, é a maior população judaica da China. Eu diria que existem aproximadamente 3.000 famílias judias vivendo ali.

P: Descreva a atitude dos chineses em relação a vocês.
R: As pessoas dizem que nos respeitam, e acreditam que haja muitas semelhanças entre as culturas chinesa e judaica. Eles também se orgulham do porto seguro que a China nos ofereceu durante a Segunda Guerra. É um desafio estar a milhares de quilômetros de casa, porém, mais uma vez, é aí que estão as recompensas.

Turismo em Shangai


O clima de Shangai

Shangai significa "Sobre a Água", e devido à sua proximidade com o Mar do Leste da China, o clima pode ser bastante imprevisível. Os verões são quentes e úmidos, e tem tal reputação que muitas pessoas que viajam a negócios evitam fazê-lo nesta época. O outono começa em meados de setembro, e é bastante agradável. Um suéter será suficiente para mantê-lo aquecido. O inverno pode ser bem frio, mas raramente neva. É mais provável que você se veja apanhado por uma chuva gelada. A primavera também é chuvosa, mas as folhas começam a voltar e aumenta o número de pessoas caminhando nas ruas. Leve um guarda-chuva em todas as épocas do ano, que pode ser usado como proteção tanto da chuva quanto do sol.

Comida casher

Aconselhamos que o visitante estoque toda a comida casher que precisar durante as viagens. Não há muitos produtos casher disponível aqui, além de alguns itens importados. Porém, o abastecimento não é confiável. O preço também é o triplo daquele do ocidente.

Restaurantes vegetarianos
Não há restaurantes vegetarianos na China que estejam de acordo com os padrões da Cashrut. É possível que haja gordura não-casher em um alimento rotulado de "estritamente vegetariano."

Água

Não se deve beber água da torneira que não esteja fervida em Shangai ou na China Continental – use apenas água destilada para beber e cozinhar. Os habitantes bebem principalmente água fervida (kaishui) e encontra-se água mineral à venda em todo lugar.

Frutas e vegetais
Produtos frescos podem ser ingeridos, mas devem ser esfregados com sabão desinfetante, e de preferência deve-se cozinhá-los antes de comer. Para sua própria segurança, não coma nada dos vendedores nas ruas.

Locais judaicos em Shangai
Informações turísticas: http://www.chinajewish.org

1– Sinagoga Ohel Rachel, Escola Judaica de Shangai


Sinagoga OhelRachel

Este é o edifício mais importante da comunidade judaica que permanece até hoje. Foi a primeira sinagoga para a comunidade sefaradita em Shangai (principalmente iraquianos). Foi usado entre 1929 e 1952, exceto por dois anos durante a Guerra. Fundado por Sir Jacob Sassoon (de Hong Kong) em memória de sua esposa, e consagrado em 1920 por Rabino W. Hirsch, é ocupado agora pelo Bureau de Educação de Shangai. Visitas devem ser agendadas (e podem ser conseguidas pela Comunidade Judaica, 021 6289-9903).

O edifício da Escola Judaica de Shangai ainda existe. Fica no lado esquerdo. A escola foi fundada em 1900 por D.E.J. Abraham nos terrenos de Shearit Israel, e transferida para cá em 1932 por Horace Kadoorie. Todos os outros edifícios são posteriores a 1952. Costumava haver um micvê no espaço próximo à escola (onde existe agora um edifício de seis andares), e havia uma entrada separada em Xinzha Road (ainda visível). A entrada principal está localizada no nº 500 de Shaanxi North Road.

2 – Jardins do Pacífico e Casa Toeg

Como a sinagoga estava nas proximidades, Shaanxi North Road possui muitas residências de judeus iraquianos. Pacific Gardens era popular para muitas famílias iraquianas de classe média alta. Por exemplo, os Abraham viviam no nº 7. Portadores de passaporte britânico, passaram boa parte da Guerra na Prisão Long Hua para cidadãos Aliados. Os Toeg estavam no segundo escalão de judeus iraquianos abastados; sua residência acomodou dez famílias chinesas depois que saíram em 1951. Os Toeg eram muito envolvidos nas atividades comunitárias e da sinagoga, e durante a Guerra, os Rolos de Torá e toda a mobília foram armazenados em sua casa, quando os japoneses ocuparam a sinagoga.

3 – Área do Antigo Mercado, Teatro Uptown, Lojas judias

Desça a Shaanxi North Road e vire à direita em Nanjing Road. Existiam aqui muitas pequenas lojas judias de varejo, devido a alta concentração de fregueses. Teria havido um mercado de vários andares à esquerda (lado leste) mais ou menos onde é a parte de trás de um novo arranha-céu. Pessoas de todas as nacionalidades costumavam comprar aqui, e podia-se ouvir os mais diversos idiomas. Havia um açougue casher no seu interior. O Teatro Uptown era um marco bem conhecido para os habitantes das proximidades, e muitos deles costumavam assistir a filmes novos ali, e ainda permanece na esquina de Nanjing Road com Shaanxi North Road. Quem for rumo oeste em direção a Portman, passará pelo local onde havia uma panificadora judaica, e hoje é o Hotel Mandarim.

4 – Salão de Exposições, antigo Hardoon Gardens

Para os habitantes de Shangai, Sir Silas Hardoon permanece como o estrangeiro mais famoso na velha Shangai. Era considerado uma das pessoas mais ricas da cidade, e comenta-se que foi forçado a pagar pela pavimentação de Nanjing East Road, por causa de sua fortuna e por ser proprietário de 40% dos edifícios da rua. Embora tenha construído Beth Aharon por causa de um sonho, não se sabe que tivesse fortes laços com a comunidade judaica, e até mesmo casou-se com uma mulher eurasiana. O casal adotou mais de 20 órfãos, e construiu jardins japoneses e chineses em sua imensa propriedade no centro da cidade. O complexo inteiro, agora conhecido como Shangai Exhibition Center (em frente ao Portman Ritz-Carlton e originalmente chamado de Salão da Amizade Sino-Soviética), foi sua residência. Os antigos habitantes de Shangai ainda o conhecem como Hardoon Gardens. A rua imediatamente a oeste (Tongren Road) foi certa vez chamada de Hardoon Road.

5 – Kadoorie, Abraham, Hayim, Moses e Ezra
Algumas destas casas não mais facilmente acessíveis por causa dos muros ou razões de propriedade. Sir Horace Kadoorie foi um dos três mais ricos da comunidade (com Hardoon e Sassoon), e construiu a magnífica Marble Hall para sua residência. Ainda existe atualmente, agora em frente ao Equitorial Hotel (perto do Hilton Hotel). O turista provavelmente conseguirá esgueirar-se para conhecê-lo sem marcar uma visita, pois é hoje conhecido como o "Palácio das Crianças" da cidade, para atividades extracurriculares dirigidas aos jovens. A Ezra House, em Huai Hai Road (originalmente Avenue Joffre) também é impressionante, mas atualmente pertence ao exército, e pode-se vê-la apenas da rua. Os Ezra estavam entre os primeiros sionistas em Shangai e iniciaram o Israel's Messenger em 1904.

D.E.J. Abraham foi o presidente da comunidade sefaradita por muitos anos, e sua enorme mansão era o local onde ocorriam as partidas de futebol nos fins de semana nos anos 30. Também está ocupada pelo exército e é difícil de visitar. A Casa Hayim estava atrás dela. A Casa Moses em Huashan Road ficava muito próxima da escola Britânica e agora faz parte do Hospital East China.

6 – Clube Judaico, agora Conservatório

O Clube Judaico Russo acabou por tornar-se um clube para toda a comunidade. Como os russos eram os maiores sionistas em Shangai, as notícias sobre a criação do Estado de Israel, incluindo o discurso do Primeiro Ministro David ben Gurion, foram lidas para a comunidade no Clube Judaico Russo em 1948. O local é usado atualmente pelo Conservatório de Música de Shangai. Como a influência judaica no cenário musical de Shangai provavelmente foi maior que em qualquer outra área, este é também um tributo apropriado. De fato, judeus da Europa central e da Rússia treinaram muitos que se tornariam os músicos mais destacados da cidade por décadas.
Localizado em Fenyang Road, ao sul de Huai Hai Road.

7 – Hospital Judaico, hoje Hospital de Olhos, Nariz e Garganta


O Hospital Judaico de Shangai foi chamado originalmente de B'nai Brith Polyclinic, e fundado em 1934; adotou seu novo nome em 1942, e foi dirigido pelo Dr. Max Steiman. Hoje, funciona no local o Hospital dos Ouvidos, Nariz e Garganta de Shangai (Otorinolaringológico). Embora não tão notável quanto na música, a influência judaica na Medicina também é significativa. Os médicos judeus alemães desempenharam um importante papel após sua chegada no final da década de 30. Localizado no nº 83 de Fen Yang Road (antiga Rua Pichon).

8 – Clube Judaico de Recreação

Este edifício era o centro das atividades esportivas da comunidade. Dirigido a princípio pelos russos, tornou-se mais tarde uma organização aberta à toda a comunidade. Os judeus se destacam no boxe em Shangai, e possuem fortes times jogando futebol e participando de outras competições. Leo Meyer, um refugiado alemão, havia sido um craque em Dusseldorf, e liderou o time de refugiados até o segundo lugar no campeonato da liga de Shangai em 1939. No verão do mesmo ano, Meyer conduziu o time à vitória no campeonato de mini-futebol. Nesta parte da cidade (e talvez até mesmo no próprio Clube Judaico de Recreação), muitos alunos da Yeshivá de Mir ensinaram os judeus locais a respeito da Tradição Judaica. Embora a grande maioria dos alunos da famosa yeshivá estudasse em outros locais, as aulas aqui ministradas levaram muitos judeus de várias comunidades a entrarem na Mir após a Guerra. Localizada em Mao Ming North Road, na esquina da Casa de Avraham.

9 – Cemitério Original

Conhecido originalmente como "Cemitério Israelita" e depois como "Cemitério Mohawk", devido à sua localização em Mohawk Road, este foi o primeiro dos quatro cemitérios judeus em Shangai. Quando foi aberto em 1862, este local estava além do limite oeste da cidade. Posteriormente, margearia o Autódromo da cidade. A torre da pista de corridas e a tribuna de honra ainda podem ser vistas do outro lado da rua, a primeira sendo atualmente um museu de arte, e a última abriga escritórios e um museu para a nova ópera. Os quatro cemitérios judeus de Shangai foram mudados para os subúrbios a oeste nos anos 1950, sendo mais tarde destruídos durante a Revolução Cultural. Ainda permanecem dois túmulos Kaddori no Parque Soong Qin-Ling em Hongqiao. Localizado no pequeno parque, na esquina de Huang Pi Bei Road com Nanjing Road.

10 – Estrelas de David


A partir do cemitério, desça Nanjing Road em direção a Bund. Verá a torre do autódromo à direita. Vire a primeira à esquerda em Xinchang Road. Caminhe um quarteirão por esta rua estreita. À esquerda, verá um edifício adornado com Estrelas de David. Este estilo de construção era usado por muitos sefaraditas por todo o leste da Ásia e pode ser visto em vários edifícios em Singapura, entre outros. Sir Silas Hardoon talvez tenha construído o prédio, pois: 1) Nanjing Road era conhecida por ter sido 40% construída por ele; 2) ele era famoso por construir edifícios mais baratos para cidadãos; e este prédio ajusta-se à localização e descrição de sua construção.

11 – Sinagoga Beth Aharon

A Sinagoga Beth Aharon estava localizada onde se ergue o único edifício de escritórios em Hu Qiu Road (nº 42, originalmente nº 50 em Museu Road) fora de Beijing Road e perto do Bund. Foi construído em 1927 por Sir Silas Hardoon em memória a seu pai, e demolido em 1985. Uma das grandes menorás de pedra foi poupada, e está preservada no Museu de Shangai. Foi emprestada ao Museu do Holocausto em 2000 para uma exposição. Quando a Mir Yeshivá fugiu para Shangai, continuaram os estudos na Sinagoga Beth Aharon, então vazia – miraculosamente, os assentos eram em número exato para acomodar os 400 membros!

Kaifeng

Um apanhado da História dos Judeus em Kaifeng, escrito pelo Professor Xu Xin


Os judeus começaram a chegar ao solo chinês em época muito remota. Historiadores e eruditos no campo dos Estudos Judaicos concordam quase unanimemente que os judeus chegaram à China não depois de 600 EC, embora alguns insistam que sua chegada aconteceu muito antes. Durante a Dinastia Tang (618-907), os judeus eram bastante ativos em muitas cidades chinesas. Um dos testemunhos mais antigos existentes sobre sua presença data do início do século oitavo. É uma carta comercial, escrito em judeu-persa, descoberta por Sir Aurel Stein em Khutan, um posto avançado do Império Chinês na famosa Rota da Seda.

Entretanto, devido à falta de sólida evidência histórica, não se pode provar que quaisquer comunidades judaicas permanentes tenham sido estabelecidas na China durante este período. A maioria dos judeus que foi à China por volta desta época, podemos presumir, era de mercadores e homens de negócios. Viajavam entre o oriente e o ocidente com propósitos comerciais, sem desejo de viver permanentemente na China.

A comunidade judaica na cidade de Kaifeng era talvez a única exceção a este padrão. Kaifeng, conhecida como Bianliang durante o período em que foi capital da Dinastia da Canção do Norte (960-1126), foi uma das cidades mais antigas da China. Situada na margem sul do Rio Amarelo, próxima à sua junção com o Grande Canal, Kaifeng era um ponto de encontro para contatos comerciais com a Ásia Central, e países mais longínquos a oeste.

Os judeus de Kaifeng chegaram à cidade com as famílias e nunca mais a deixaram, depois de se estabelecerem e lá começarem a vida. As origens da comunidade remontam ao século onze. Acredita-se que o grupo original de colonizadores incluía cerca de setenta clãs judaicos, totalizando talvez quinhentas pessoas. Os judeus de Kaifeng estavam muito envolvidos na economia local, e levavam também uma vida comunitária ativa. Em 1163 foi construída uma sinagoga, que foi reconstruída muitas vezes no decorrer dos séculos, até ser finalmente destruída em meados do século dezenove. Os judeus engajaram-se em todas as profissões e negócios praticados na cidade, e a comunidade prosperou bastante.

Durante a Dinastia Ming (1368-1644), o judaísmo de Kaifeng atingiu o auge, com uma população de aproximadamente cinco mil. Seu status econômico e social era mais elevado que jamais o fora antes. Uns poucos judeus atingiram posições proeminentes no funcionalismo público e no exército. Embora a influência da cultura chinesa fosse óbvia e inevitável, as tradições e costumes judaicos foram bem preservados e bastante seguidos, de forma geral. Grande parte da história e vida judaicas em Kaifeng foram descritas em três estelas erigidas no pátio da sinagoga nos anos de 1489, 1512 e 1663, e passadas às gerações posteriores.

Os anos seguintes assistiram ao gradual declínio da comunidade. Casamentos mistos, assimilação, isolamento do resto do mundo judaico, desastres naturais (por exemplo, as destrutivas enchentes do Rio Amarelo), e guerras, todos estes fatos cobraram seu tributo.

Em meados do século dezenove, o último rabino faleceu sem deixar sucessor, diminuiu o número de freqüentadores da sinagoga, e a comunidade praticamente deixou de existir. Apesar disso, permaneceu viva a identidade judaica de muitos indivíduos cujos ancestrais tinham sido membros da comunidade. Até mesmo na última década do século vinte, os jovens descendentes dos judeus de Kaifeng ainda se consideram judeus, e compartilham um forte senso de identidade étnica.
Estima-se que existam atualmente entre quinhentas e mil pessoas na China que se consideram descendentes da histórica comunidade judaica de Kaifeng. Alguns ainda moram em Kaifeng, mas muitos se encontram em outras cidades chinesas.

Embora os judeus de Kaifeng vivessem pacificamente lado a lado com seus vizinhos chineses por centenas de anos, atraíram pouca atenção dos escritores e eruditos chineses. Dentre as razões para este fato, muito provavelmente, está o número enorme da população chinesa. Em meio a milhões e milhões de chineses, um grupo totalizando apenas uns poucos milhares, não importa quão singular seja seu estilo de vida, era um minúsculo fragmento que passou quase despercebido. Por causa disso, fontes chinesas clássicas mal mencionam os judeus de Kaifeng. Entretanto, sua existência nesta terra tão distante atraiu a atenção dos acadêmicos ocidentais depois que as notícias do encontro entre um judeu de Kaifeng e um missionário jesuíta em Pequim em 1605 espalhou-se pela Europa. Desde então, o estudo e o interesse por esta comunidade judaica jamais cessou.

Atualmente, existem uns 100 descendentes de judeus em Kaifeng que reivindicam "identidade" judaica, como se pode reconhecer pelos seus sobrenomes sino-judaicos. Na sua maioria, estão completamente assimilados, e ignoram as tradições judaicas básicas. Um extrovertido descendente de judeu de Kaifeng é o Sr. Moshe Zhang Xingwang que leva turistas judeus para conhecer Kaifeng, e os apresenta a outros descendentes de judeus de Kaifeng.

História Judaica em Kaifeng


58-75 – Primeira evidência de judeus na China durante o reinado Mingdi do Imperador Han
881 – Geógrafos árabes mencionam os judeus em Cantão
960-1126 – Dinastia Northern Song; os judeus se estabelecem em Kaifeng pela primeira vez
1163 – A primeira sinagoga consagrada em Kaifeng
1279-1368 – Dinastia Yuan; os judeus assumem cargos na burocracia mongol
1286 – Marco Polo faz a primeira referência ocidental a judeus na China
1368-1644 – Dinastia Ming: os judeus atingem o número de 5000, e alguns obtêm cargos oficiais
1489 – Estela registra história da Comunidade Judaica Kaifen
1512 – Segunda Estela
1605 – Jesuíta Matteo Ricci encontra Kaifeng Jew Ai Tian em Beijing
1642 – Uma enchente destrói a sinagoga
1644-1911 – Dinastia Qing; comunidade judaica Kaifeng em declínio
1663 – Terceira Estela – perdida, mas o texto foi preservado
1679 – Quarta Estela
1722 – Padre Jean Paul Domenge esboça a Sinagoga Kaifeng
1810 – Morre o último Rabino, a comunidade perde conhecimento do hebraico
1841 – As enchentes do Rio Amarelo levam pobreza à comunidade
1851-66 – A Sinagoga está destruída, desmantelada
1866 – Visita de W.A.P. Martin. Apenas 300 a 400 judeus sobrevivem, empobrecidos
1899 – Vigário apostólico adquire a Torá e outros documentos menores
1901-2 – Judeus Kaifeng viajam a Shangai e encontram líderes como E. Ezra Judeus de Shangai e Londres angariam fundos para a Sinagoga Kaifeng. Os fundos para a sinagoga Kaifeng são enviados para ajudar os judeus na Rússia
1910-33 – Bispo William Charles White vive em Kaifeng
1911 – Bispo White adquire as Estelas, com a condição de que jamais saiam da província de Henan
1914 – A Missão do Bispo White compra o local da sinagoga
1923 – Escrituras hebraicas encontradas à venda no mercado
1924 – A Sociedade Shangai envia delegados a Kaifeng para oferecer ajuda
1952 – Judeus de Kaifeng enviam delegação para participar das celebrações do Dia Nacional, mas não recebem status oficial de minoria.

Kaifeng

Para o viajante individual, chegar a Kaifeng pode ser um desafio. A opção lenta e barata é tomar um trem que leva 14 horas até Kaifeng. No Hotel Longmen em Shangai turistas estrangeiros podem comprar passagens para Kaifeng. Recomendamos o trem nº 466, que parte às 16h30m e chega a Kaifeng na manhã seguinte, às 6h30m. Há outros trens, mas assegure-se de consultar a tabela de horários.

Obs.: A moeda corrente na China é o yuan, mas após a Revolução chama-se o dinheiro pelo nome popular de Renimbin, cuja abreviação é RMB.

Se você está com pressa, ou exige conforto, talvez queira ir de avião de Shangai a Zhenghzhou, a capital de Henan, a apenas 50 minutos de distância de Kaifeng pela rodovia nova.

Excursões da Associação de Estudos Sino-Judaicos

Xu Xin organiza excursões de dois dias para 16 ou mais pessoas. Xu Xin é professor de Estudos Judaicos na Universidade de Nanjing, Presidente da Associação de Estudos Judaicos na China, autor de Lendas dos Judeus Chineses, e editor da Enciclopédia Judaica (Versão chinesa). Parte das taxas da excursão vai para obras de caridade em Kaifeng.

Professor Xu Xin
Fone: (8625) 881-8375
E-mail: xuxin49@jllonline.com

Matt Trusch

Fone: (8621) 6471-8203
E-mail: longevity22@hotmail.com

Excursões particulares
Moshe Zhang, descendente de judeus
Fone: 0378 598-2014

Alex Liu, intérprete de Moshe
Fone: 0378 398-8062

Locais judaicos em Kaifeng

1– Museu Kaifeng

As peças mais importantes da Exposição Judaica no quarto andar do museu são três estelas gastas, lousas de pedra encomendadas pelos judeus chineses nos séculos quinze e dezessete, para preservar a história de seus ancestrais. Embora a escrita nas estelas esteja em mandarim tradicional, a história narrada pelas pedras é nitidamente judaica. É necessário marcar visitas antecipadamente, com Kaifeng CITS (0378 398-0084). Localizado em Yingbin Road.

2 – Guild Hall

No início da Dinastia Qing, mercadores de três províncias doaram os fundos para construir este magnífico hall. De interesse histórico, há as duas maquetes da cidade de Kaifeng, uma há mil anos, quando Kaifeng era a capital da Dinastia Northern Song, e a outra, moderna como nos dias de hoje. Localizado em Xufu Jie.

3 – Riverside Park

Riverside Scene Park é o novo parque temático cultural de Kaifeng, que se gaba de possuir a melhor exposição sobre o judaísmo de Kaifeng. O parque é modelado segundo o quadro da Northern Song "Cena à beira do rio no Festival de Qingming", por Zheng Zeduan. Estão representados o portão da capital de Northern Song, a ponte colorida, ruas antigas, lojas, canais, docas e barcos – arranjados segundo a pintura original. Há peças de artesanato Song à venda, e shows folclóricos proporcionam diversão durante o dia.

As exposições judaicas ocupam agora três edifícios adjacentes. O primeiro tem quadros com reencenações de contos históricos e lendários, bem como uma maquete da sinagoga, baseada no desenho feito por Jean Domenge, um missionário jesuíta, em 1722.

O segundo edifício abriga a exposição do Instituto Sino-Judaico sobre os judeus de Kaifeng, uma importante contribuição tanto aos visitantes locais quanto internacionais. Aproximadamente 40 quadros e suas respectivas legendas em inglês e chinês estão organizados para formar duas histórias. Estão incluídas antigas fotos de família, mapas, objetos, documentos históricos, diagramas da antiga sinagoga, etc.

O terceiro edifício contém a própria exposição histórica sobre os judeus da localidade. A mostra exibe parte da mesma informação histórica contida na exposição SJI, mas possui também alguns destaques locais, como uma réplica do mercador judeu Tang e seu camelo, cópias das três estelas exibidas no Museu Kaifeng (1489, 1512, 1663), e fotos coloridas dos locais judaicos existentes.

Se não conseguir encontrar a exposição (atrás do parque, passe pelo Portão Antigo, e entre à esquerda), ou se achar a exposição fechada, peça ajuda a um funcionário do Parque. Riverside Park está localizado na esquina noroeste de Kaifeng, próximo ao Pavilhão Dragão.

4 – Ruínas da Sinagoga

Atrás do Hospital do Povo nº 4, que já foi o local original da Sinagoga Kaifeng, em um pequeno edifício industrial dominado por sibilantes dutos de vapor, no centro do andar, o foco de luz de uma lanterna pode mostrar tudo o que restou da sinagoga original – um poço, quase oculto entre azulejos quebrados, que costumava fornecer água aos judeus locais nos séculos passados.

Em uma mensagem positiva, a Autoridade de Turismo e Bureau Cultural de Kaifeng têm convidado judeus a investirem na reconstrução da sinagoga original no local primitivo, para servir como um Museu Histórico Judaico. Para mais informações, contate Matt Trusch ou CITS de Kaifeng.

5 – Antigo Bairro Judeu


Os viajantes podem caminhar pela "Alameda Ensinando a Torá" e passar pelas vielas tortuosas do antigo Bairro Judeu. Lá pode-se ver residências dos clãs Zhao e Zhang. Alguns descendentes de judeus ainda vivem na sinuosa hutong. Localizada atrás das ruínas da sinagoga.

6 – Pavilhão Dragão


Embora não seja uma atração judaica em particular, certamente merece uma visita. Este Palácio Imperial é uma antiga fortaleza que servia de residência ao imperador quando a cidade era a capital da Dinastia Northern Song (960-1126), quando os judeus provavelmente lá se instalaram.

7 – Mesquita do Leste

Construída pela primeira vez em 1407, e reformada duas vezes durante a Dinastia Qing, alguns dizem que a mesquita é similar em estrutura à arquitetura da Sinagoga Kaifeng, hoje destruída. Além disso, muitos afirmam que as telhas que cobrem a Mesquita foram tiradas da Sinagoga. Localizada no lado oeste de South Qingping Road.

8 – Túmulo dos Jin

Fora de Kaifeng, em um campo vazio onde às vezes brincam as crianças da área rural, uma única lápide fúnebre assinala o local onde, por centenas de anos, a família judaica Jin enterrou seus mortos. Para visitar o Túmulo dos Jin, localizado na Aldeia de Cai, combine com Kaifeng CITS.

9 – Mercado Noturno de Kaifeng

O mercado noturno de Kaifeng é uma mistura caótica de iguarias anunciadas aos gritos, fogo de labaredas azuis, e talharim enrolado. Introduz os viajantes à permanente lembrança dos muitos séculos da cidade como potência comercial, voltando ao tempo em que Kaifeng era a capital da Dinastia Northern Song (960-1126). Os turistas podem juntar-se às filas de cidadãos locais famintos. Localizado na Praça Gulou.

Descendentes dos Judeus de Kaifeng

Alguns viajantes têm a oportunidade de compartilhar uma refeição com descendentes de judeus de Kaifeng, cujo único vestígio remanescente de sua vasta herança cultural é dizerem aos filhos que são membros da Nação Judaica.

Contate Sr. Moshe Zhang, descendente de judeus de Kaifeng, ou combine um encontro. Fone 0378 598-2014.

Beijing


A mais antiga referência a judeus em Beijing é encontrada no relatório de Marco Polo, quando registrou que em 1286, judeus, muçulmanos e budistas zombaram de um príncipe mongol nestoriano cristão, que tinha falhado numa tentativa de rebelião. Isso ocorreu antes de Kublai Khan na corte em Khanbaliq (a cidade do Khan), como Beijing era então conhecida durante a Dinastia Yuan (1279-1368). O frade franciscano Jean de Marignolli relatou que havia debatido com judeus em Khanbliq, em 1342. A cidade estava na mesma região da moderna Beijing, mas nenhuma construção daquele período sobreviveu.


1. Acendimento da menorá gigante
Ramal Shalmiev, sua Excelência o embaixador de Israel em Beijing, Dr. Yehoyada Haim, e Rabino Shimon Freundlich

O mundo ocidental seria informado da existência da comunidade judaica de Kaifeng quando o jesuíta Matteo Ricci, recentemente chegado a Beijing, encontrou um judeu de nome Ai Tian em 24 de junho de 1605. Ai Tian, um membro daquela comunidade Kaifeng, havia passado por um exame imperial, sendo portanto um licenciado. Tinha ido a Beijing para conseguir um cargo burocrático, quando ouviu falar dos estrangeiros que também acreditavam em um único D’us, e procurou Ricci na residência deste.

Durante o período entre a fundação da República Popular da China de Mao e a "Política das Portas Abertas" de Deng Xiaoping (1949-1979), havia poucos estrangeiros – que dirá judeus – na capital do país. Deste punhado de judeus, os únicos que haviam conseguido residência permanente foram aqueles que apoiaram o regime comunista e conseguiram a cidadania chinesa. Estes incluem Sidney Shapiro e Israel Epstein.

Os judeus começaram a voltar a Beijing em grande número com o decreto "Política das Portas Abertas" de Deng em 1979. A maioria dos judeus que formava a comunidade naquela época vinha dos Estados Unidos, e foi à China para fazer carreira no comércio, jornalismo, diplomacia ou para estudos acadêmicos.

Em 1980, a comunidade de Beijing promoveu seu primeiro sêder. Nos anos 1990, a comunidade aumentou em números e tornou-se mais cosmopolita, incluindo judeus de vários países e praticamente todos os continentes. Em 1995, os serviços de sexta-feira à noite começaram a ser realizados semanalmente de forma regular no Capital Club de Beijing. Aulas para crianças pequenas e um grupo de debates para os adultos são realizados habitualmente.

Graças a generosas doações, tanto para livros de orações de Shabat como para Sêfer Torá, a comunidade pode celebrar todas as Festas mais importantes. Nas Grandes Festas e no Sêder de Pêssach, a comunidade pode contar com a presença de 200 pessoas para compartilhar as ocasiões festivas. Outros marcos importantes para a comunidade incluem seu primeiro bar-mitsvá em 1996 e seu primeiro brit milá em 1997.

Harbin

Os judeus começaram a mudar-se para Harbin em 1898. Naquela época, receberam incentivos especiais, além de um grau maior de liberdade religiosa se concordassem em mudar para Harbin e ajudar na construção da Estrada de Ferro Transiberiana, abrindo negócios e construindo a economia da cidade. E os judeus de fato tiveram um papel importante na criação da cidade de Harbin, praticamente a partir do zero. Quando os judeus chegaram em 1898, a cidade de Harbin nada mais era que um amontoado de choupanas ao longo do Rio Songhua, mas na época da invasão japonesa tinha se tornado uma importante cidade cosmopolita e eixo da ferrovia entre a Sibéria e Vladivostok.

Chabad de Beijing

Os judeus chegaram a Harbin em duas grandes levas: uma seguindo-se aos pogroms após a derrota da Rússia na Guerra Russo-Japonesa (1905), e outra após os pogroms resultantes da Revolução Comunista (1917). No auge em 1925, a comunidade judaica chegou a 25.000 pessoas. Naquela época, a comunidade pôde construir uma sinagoga, um Talmud Torá, bem como apoiar várias organizações de caridade, incluindo um lar para os idosos e uma cozinha de sopa. O líder da comunidade judaica era um médico, Abraham Kauffman. Ele fundou um Hospital Judaico, que atendia não apenas pacientes judeus como também chineses. De fato, os chineses idosos de Harbin ainda se lembram de ter visitado o hospital quando eram crianças!

A situação ficou crítica para todo o povo de Harbin quando os japoneses a invadiram em 1932. Os judeus não foram poupados do sofrimento, e em meados da década de 30 apenas uns poucos milhares permaneciam em Harbin, a maioria dos quais fugira para os refúgios mais seguros de Mukden (hoje Shenyang), Dalian, Tianjin e Shangai.

Ainda existe uma sinagoga em Harbin, bem como um Talmud Torá, cemitério e hospital judaico. O domo da sinagoga foi destruído durante a Revolução Cultural, e o que restou está atualmente sendo transformado em um hotel ou shopping-center. O Talmud Torá, entretanto, foi preservado e atualmente abriga uma escola primária da minoria coreana. As estrelas de David ainda estão nas janelas para mostrar sua história judaica. O cemitério judeu em Harbin é o único cemitério judaico existente na China. Nos anos de 1950 foi mudado do centro de Harbin para uma montanha fora da cidade, onde os chineses (que tenham meios de pagar) são enterrados atualmente. A parte judaica do cemitério está restrita a si mesma e, em 1997, estava muito bem preservada. O antigo Hospital Judaico ainda existe, mas desde 1997 não é mais usado. Pontos de referência judaicos incluem ainda o Modern Hotel, que era o "lugar para ficar" na década de 20, e ainda está localizado nas ruas para pedestres calçadas com pedras de Daoli, no coração de Harbin. Além disso, há uma mansão de um mercador judeu que ainda permanece, construída em 1908, localizada próxima ao Museu Harbin.

Pontos de luz

"Naqueles tempos havia uma pessoa em cada cidade que acendia os lampiões das ruas com uma tocha que carregava na ponta de um longo bastão. Nas esquinas das ruas, os lampiões esperavam para serem acesos. Entretanto, às vezes as lâmpadas não eram fáceis de alcançar… havia lâmpadas em lugares difíceis. Alguém tinha que acender até mesmo aquelas lâmpadas, para que pudessem cumprir seu papel de iluminar os caminhos das pessoas. Hoje, ainda, deve haver alguém pronto a deixar de lado sua conveniência e esticar-se para acender mesmo aquelas lâmpadas de difícil acesso…"

Rabi Menachem M. Schneerson, O Rebe de Lubavitch

O Rebe enviou milhares de shluchim formando pontos de luz no mundo inteiro. O trabalho destes emissários, que sacrificam seu conforto familiar e ambições pessoais, tanto físicas como espirituais, é dedicar-se a cada judeu e despertar a faísca judaica que se encontra adormecida.

Foi através do incansável trabalho e persistência do Rebe que hoje assistimos a milhares de judeus retornando às suas raízes judaicas e espalhando a chama, acendendo novos lampiões.

Que possamos seguir o exemplo e "acender" nossos amigos, nossos vizinhos, nossa família e principalmente nossos filhos através da educação judaica genuína encontrada na Torá, do lugar onde nos encontramos. Cada chama acesa nos conduzirá ao local de onde emana todas as bênçãos, coração do mundo, Yerushalayim. Que possamos apressar o início de uma nova Era onde reinará a luz, a paz e o reconhecimento de D’us por toda a humanidade.

Chabad na Ásia

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