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  Chegar vs. Vencer
 
Por Angela Goldstein
  Helen e Joe Berman estavam entre dezenas de jovens judeus recém-casados vivendo em meio à pobreza na áEsta semana, entendi que a vida é uma grande corrida até a linha de chegada. No entanto, não é uma arrancada, é mais uma competição de resistência. A questão é – você está na corrida para vencer ou para chegar?

A princípio, sendo competitiva como sou, pensei que certamente estava nela para vencer. Acho que esta seria também a reação da maioria das pessoas. Eu queria o diploma da faculdade, uma boa casa, um ótimo marido, muitos filhos, e amizades maravilhosas. Quem não quer? Não creio que seja errado querer e lutar por todas essas coisas, mas isso também levanta a questão: quando tudo já foi dito e feito, você é realmente um vencedor?

Nadar, correr, andar de bicicleta, e muita coisa na minha cabeçaRecentemente fiz essa pergunta a mim mesma porque inscrevi-me para meu primeiro triatlo. A corrida ocorre em agosto e tenho treinado há vários meses. É muita natação, corrida e bicicleta, e muita coisa na minha cabeça.

Após um dia de trabalho e os filhos, dou a mim mesma um presente toda noite saindo – indo à piscina, à academia, ou à estrada – e malhando meu corpo ao máximo. Sou só eu e o exercício que estou fazendo naquela noite, portanto tenho bastante tempo para pensar.

Há alguns dias, ocorreu-me que ser uma atleta de enduro pode ser comparado a muitas coisas em minha vida. Um bom exemplo é ser mãe. Todos sabemos que há nove longos meses de gravidez. Porém ninguém lhe diz que o verdadeiro trabalho começa quando o bebê chega, e para ser sincera, nunca termina. Nunca. É uma longa, longa estrada.

O mesmo cenário ocorre com muitas coisas que encontramos na vida. Nossa carreira, passatempos, e vida em família. Começamos no ponto de partida e então aprendemos, praticamos, perseveramos para sermos o melhor que pudermos. Então, voltando à pergunta em questão: como sabemos se vencemos ou se meramente terminamos?

Como mencionei antes, sou o tipo de pessoa que se esforça continuamente para vencer. Não quero apenas fazer tudo, em vez disso, quero fazer tudo da melhor maneira que pode ser feito. Mas quem vai julgar se o meu melhor foi bom o suficiente? Você pode comparar o meu melhor com o seu melhor?

Passei a entender que vencer é um termo que ainda precisa ser definido.Como seres humanos, os seres triviais, às vezes estáticos que somos, a resposta é não. Você, significando todos nós, não pode fazer este julgamento.

Isso cabe a D'us. Quando entro numa sala e digo que sou uma Mãe, tenho um emprego de meio-período, abri minha própria empresa, escrevo e sou uma atleta de enduro, a resposta usual é: “Uau, eu jamais conseguiria fazer tudo isso.”

Em primeiro lugar, não é verdade, e em segundo, mesmo que fosse, todos nós às vezes esquecemos que no grande esquema das coisas isso realmente não importa, porque o que vale é o que somos aos olhos de D'us. Não é o carro que dirigimos, a quantidade de vezes em que suas obras foram publicadas, ou quantos filhos você tem. Você precisa corresponder ao próprio potencial, aquele que lhe foi dado por D'us.

Então, voltando às pergunta. Estamos nisso para vencer ou chegar?

Após pensar demoradamente, posso dizer-lhe agora que esta atleta está nisso para chegar. Passei a entender que vencer é um termo que ainda precisa ser definido. Preciso corresponder às minhas próprias expectativas, sejam elas um triatlo ou dar o meu primeiro passo.

Também vejo agora que ainda mais importante que vencer é a jornada que o leva até lá. Quando chegar a hora de avaliar tudo o que fiz em minha vida, D'us medirá o sucesso à Sua maneira e em Seus termos. Nesse ínterim, estamos todos no mesmo barco, enfrentando os mesmos conflitos. Porém não se trata de vencer, é sobre a corrida em si mesma.
Angela Goldstein é uma esposa e mãe que divide seu tempo entre a família e sua paixão por escrever e por explorar. Escritora independente, ela tem muitos anos de experiência escrevendo propostas de concessão para organizações em múltiplas disciplinas. Também participa da Diretoria de duas organizações sem fins lucrativos e atualmente está trabalhando em seu primeiro projeto de não-ficção.
     
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