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Na imaginação
de minha alma, viajo 2.700 anos até uma das esquinas da antiga
Jerusalém, a esplêndida cidade de ouro branco. Posso ouvir
nosso Profeta Yeshayahu enxugando as lágrimas à medida que
pronuncia suas palavras comoventes e imortais: “Consola, consola
Meu povo,” diz o Eterno. “Fala ao coração de
Jerusalém e clama a ela.”
No resto do mundo, a pessoas buscam um significado;
em você, Jerusalém, o significado busca as pessoas.Jerusalém!
Hoje eu gostaria de considerar as palavras de Yeshayahu e falar ao seu
coração.
Quantos segredos seu coração gigante contém? Quantas
impressões, quantas cicatrizes estão gravadas nas fendas
de suas antigas pedras?
Se ao menos eu pudesse, mesmo que por um instante, sentir tudo que você
tem absorvido no decorrer dos últimos 4.000 anos. Você tem
estado aqui para aceitar cada lágrima, cada suspiro, cada ferida
e cada morte. Você tem visto seus filhos nascerem e seus filhos
serem assassinados, as noivas se casarem e depois serem mutiladas. Você
tem assistido milhões de judeus dançando em suas ruas e
então visto milhões deles massacrados nos mesmos caminhos.
Você tem ouvido centenas de melodias de júbilo e emprestado
um ouvido para numerosos gemidos de dor. A história inteira de
meu povo é mostrada nas linhas desgastadas e antigas de sua face
de pedra silenciosa.
Você
tem sido uma testemunha leal do nosso drama coletivo, único entre
todos os povos do mundo: nossa glória e nosso horror, nosso desespero
e nossa esperança. Nossa fé inabalável na existência
do bem supremo e nosso ceticismo racional causado pelo poder impiedoso
do mal neste planeta. Acima de tudo – você tem servido como
o energizador em nossa longa batalha milenar para construir um mundo que
reflita o infinito do potencial humano.
Quando entro nas suas muralhas, ó Jerusalém, esqueço
meu ego. Torno-me maior que eu mesmo, parte da melodia eterna de meu povo
Israel, reverberando através de cada centímetro de seu solo.
No resto do mundo, a pessoas buscam um significado; em você, Jerusalém,
o significado busca as pessoas. Você tem sido o palco principal
de uma luta de 4,000 anos para construir um fragmento do céu aqui
na terra. Este esforço corajoso sempre se sustentou dentro de seu
espaço, um lugar no mundo onde céu e terra se beijam.
Os cabalistas nos ensinaram que todo pensamento sagrado, todo instinto
moral, cada anseio sagrado, toda experiência espiritual, se origina
dentro das muralhas de Jerusalém. Você foi escolhida para
servir como a usina de santidade e moralidade num mundo depravado e hostil.
E você nunca se esqueceu de nós, Jerusalém. Desde
o dia em que o Templo subiu em chamas, você não fechou os
olhos para nem sequer uma noite de descanso. Como uma mãe inquieta
esperando a volta de um filho que está faltando, você jamais
deixou de antecipar o retorno de seus filhos. Você jamais aceitou
nossa expulsão das suas sagradas fronteiras.
Neste dia, seus filhos estão sofrendo. Mais uma vez, os poderes
do mundo estão tentando expulsar seus filhos do seu solo. É
esta a visão de um futuro Estado Palestino democrático –
que os judeus sejam proibidos de morar em certas partes de Jerusalém?
Os árabes podem viver em qualquer parte de Jerusalém; os
judeus são proibidos de morar em determinadas partes de sua capital
histórica de três mil anos?
O Presidente dos Estados Unidos e sua administração ingenuamente
acreditaram que o conflito entre judeus e árabes é sobre
este ou aquele pedaço de terra, não sobre a própria
existência de Israel. Durante anos, centenas de filhos seus foram
feitos em pedaços pelas mãos de seus vizinhos, somente porque
o território foi cedido a eles, território que foi imediatamente
transformado em bastiões de terror. Dentre as vítimas estavam
crianças pequenas, adolescentes, pais e avós. Um grande
buraco se formou no coração de Israel. Nenhuma celebração
mais é completa; nenhuma serenidade é genuína. O
riso de muitas pessoas foi roubado neste pequeno país. Em nome
da paz e da santidade da vida humana – tanto do judeu quanto do
árabe – não devemos permitir que nossos vizinhos comecem
a terceira Intifada.
Jerusalém! Aquilo que nós, o povo judeu, mais precisamos
hoje é um grande abraço e uma dose de confiança inabalável
para suportar a pressão de ainda provocar mais derramamento de
sangue. Precisamos da coragem para enfrentar o Presidente Americano e
todos os caçadores de Israel no mundo e declarar: Não permitam
que Jerusalém, o coração de nossos corações,
seja usada como um instrumento de propaganda nas mãos de pessoas
que infelizmente anseiam pela nossa destruição.
Que D'us abrace você, ó Jerusalém, para que você
possa nos abraçar. |