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  Cantem, Meus Filhos, Cantem!
  Por Levi Avtzon
 

Acabamos as festas, as últimas parshiot da Torá e recomeçamos o livro, o começo da criação do mundo e do homem, mais uma vez... Mas não podemos deixar de registrar a lição do toque musical como herança ao ciclo da vida judaica. E Haazinu, escreve a poesia entoada por Moshê em uma mensagem poderosa antes de despedir-se de seu povo.

Segundo um ditado popular, toda experiência judaica importante está de alguma forma conectada com comida. Se é que posso acrescentar, onde há comida, há canção… Assim, toda experiência judaica está repleta de canção.

Dos cantos das Grandes Festas até zemirot cantados na mesa do Shabat, da música da chupá que traz lágrimas aos olhos até a enérgica música dançante que se segue, de Ma Nishtaná no Seder de Pêssach até as canções de ninar, o ano judaico é de fato musical.

Por que a canção desempenha um papel tão importante na arena judaica?

Uma canção é a caneta do coração. Expressa a nós mesmos e aos outros as partes mais profundas de nossos corações e almas, o que não pode ser expressado através do meio de silabas finitas.

A canção traz emoções e profundidade onde quer que entre. É uma viagem ao nosso interior, ao âmago do ser, trazendo nosso ser mais verdadeiro à frente de nossa consciência. Você não precisa ser musicalmente conectado para apreciar o poder de uma melodia. Você não tem de possuir o título de um cantor para cantar. Tudo que você precisa é do coração.

A maior parte da leitura Haazinu da Torá consiste de uma "canção" de 70 linhas entregue por Moshê ao povo de Israel no último dia de sua vida terrena.

Por que Moshê está cantando no seu último dia de vida? Por que a poesia mais longa na Torá foi cantada em um dos dias mais tristes da história judaica, o dia em que o maior líder de todos os tempos faleceu?

Talvez Moshê quisesse nos deixar com a força da canção. Ele estava deixando seu rebanho, e até o final dos tempos não haveria ninguém como ele para guiar a nação. Portanto ele nos deu uma ferramenta que nos permitiria encontrar D'us dentro de nós mesmos, criar liderança até na falta de verdadeiros lideres. Ele nos ensinou como manter a chama do Judaísmo seja nas câmaras de gás – onde os judeus cantaram o Ani Maamin ("Eu creio!") a caminho da morte – ou sentados à mesa do Shabat com a família e amigos.

Em seu último dia de liderança, Moshê nos deu os meios para perseverar: a canção. E muito em breve, quando Mashiach vier, teremos o mérito de ouvir a maior canção de todas, quando cantaremos e dançaremos com o Próprio D'us na dança mais magnificente de todos os tempos…

 

 

 
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