Boa viagem!   
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Viajar exige preparação. Muita preparação, para ser exato. Temos de embalar artigos de toalete. Precisamos planejar o tipo de roupa necessária: esporte, formal ou comercial por toda a duração da viagem, além de algumas peças extras. Livros para ler enquanto estamos esperando. Alguma coisa para mastigar enquanto se espera, ou se houver algum atraso. Anotações, papéis e outros materiais para a apresentação, caso seja uma viagem a negócios. Lembrancinhas, bugigangas, se for a passeio. Remédios, aspirinas, cremes, vitaminas.


Quando viajamos a algum lugar, acreditamos estar tendo umas férias, resolvendo alguns negócios ou - seja lá o que for. Mas na verdade, estamos indo onde vamos porque D'us deseja que estejamos lá.

Se pretendemos levar o laptop, é preciso ter certeza de que todos os arquivos e programas estão carregados, que temos os fios necessários, as baterias, disquetes e outros acessórios. Se estiver frio precisaremos de agasalhos, casacos e chapéus. Se estiver quente, protetor solar, óculos escuros e chapéus. Em qualquer um dos casos, um guarda-chuva e livros para ler enquanto se espera.

Temos então todos os pré e pós preparativos. Comprar as passagens. Entrar na Internet para comprar as passagens. E se não pudermos arrumar online alguma coisa que economize tempo e dinheiro - depois de passar sabe-se lá quantas horas procurando - ligamos para o agente de viagens e esperamos (lendo um livro) que ele retorne a ligação.

Precisamos alugar um carro? Um quarto de hotel? Uma excursão? Não podemos esquecer de suspender a entrega de jornais, correspondência e o cara do "posso aparar seu gramado por dez pratas?" Precisamos mudar a mensagem na secretária eletrônica e instalar a resposta automática para e-mails.

É claro que há alguns itens pessoais que precisamos levar. As passagens são eletrônicas, mas precisamos de dinheiro, um livro para ler na fila (não se pode esquecer disso), cartão telefônico, telefone celular (talvez dois, um para cada ouvido).

Quando viajamos, temos um plano e um objetivo. Vamos a algum lugar para fazer alguma coisa. Mas muitas vezes aquilo que fazemos não é bem o que pretendíamos fazer. Num certo sentido, não pode haver maior demonstração da Divina Providência do que fazer uma viagem. Porque nem sempre chegamos onde queríamos chegar e as coisas raramente saem de acordo com os planos. Mas de alguma forma, apesar de nossos desígnios não se cumprirem, algo significativo, que afeta espiritualmente a vida, acaba acontecendo.

Isso ocorre porque quando vamos a algum lugar, acreditamos estar tendo umas férias, resolvendo alguns negócios ou - seja lá o que for. Mas na verdade, estamos indo onde vamos porque D'us deseja que estejamos lá. E isso significa que estamos indo lá para cumprir uma mitsvá (preceito), para ajudar alguém espiritual ou materialmente, para revelar um nível de Divindade. Precisamos nos lembrar disso, ao encontrar os percalços, os atrasos (não se esqueça de um bom livro de conteúdo judaico para ler enquanto espera), adiamentos, cancelamentos, mudanças de itinerário e outros problemas que são a parte não planejada da viagem.

Rabi Shalom DovBer (o quinto Rebe de Lubavitch) explicava este fenômeno: "Por decreto da Divina Providência uma pessoa que sai em viagem vai ao local onde as 'centelhas' Divinas que deve purificar esperam sua redenção. Os justos, que têm visão, vêem onde as centelhas estão esperando por eles, e ali vão deliberadamente. Quando às pessoas comuns, D'us proporciona diversos motivos e circunstâncias que levam estas pessoas ao lugar onde está sua obrigação de desempenhar o serviço de elevar aquelas centelhas."

E por falar nisso, há um costume denominado dinheiro de shliach mitsvá - dar dinheiro a alguém que está saindo em viagem para ser usado em caridade no destino. Fazer do viajante um shliach - um mensageiro - para uma mitsvá, ajuda a assegurar uma jornada segura e bem-sucedida, uma viagem que preenche nosso objetivo, e também o propósito Divino.

 

 

 
     
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