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Há uma lei interessante na Torá declarando
que um juiz que tenha testemunhado um crime está desqualificado
para agir como juiz naquele caso. O motivo é que a pessoa que presenciou
um crime com seus próprios olhos não pode examinar objetivamente
o caso da defesa. A verdadeira justiça somente pode ser feita quando
o benefício da dúvida pode ser adequadamente examinado.
Nos workshops que conduzo para pais, filhos e casais em busca de um melhor
relacionamento entre eles, descobrimos que a melhor maneira de solucionar
um conflito é primeiro tentar reduzir a intensidade dos sentimentos
negativos que as partes têm umas pelas outras.
Descobri que o seguinte exercício escrito pode ajudar
bastante algumas pessoas:
1 – Descreva os sentimentos negativos que você tem para com
seu filho/pai/cônjuge.
2 – Numa escala de 1 a 100, classifique a intensidade de seus sentimentos.
3 – Se você fosse contratado para atuar como advogado de defesa
de seu filho/pai/cônjuge num tribunal, como descreveria os motivos
para a ação dele/dela?
4 – Numa escala de 1 a 100, quanto você acredita que seus
argumentos de defesa são verdadeiros?
5 – Numa escala de 1 a 100, dê notas para seus sentimentos
negativos no presente momento.
"Com
integridade julgarás o teu próximo" - Vayicrá
19:15
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A mudança na intensidade dos sentimentos pode diferir
de pessoa para pessoa e de situação para situação,
mas é bastante provável que o número do item 5 seja
bem mais baixo que o da pergunta nš 2. É surpreendente como este
simples exercício mental pode reduzir a intensidade de emoções
como raiva, dor, vergonha, etc., e o sofrimento a eles associado.
Existem outras maneiras de engajar nossa mente para descrevermos determinados
eventos e situações que afetam drasticamente nossos sentimentos
a respeito deles. Por exemplo. Podemos descrever uma ação
de um filho ou pai dizendo: "Ele apunhalou-me pelas costas",
e sentir uma forte dor de punhalada. Podemos reduzi-la descrevendo-a como
"Ele me deu um soco nas costas". Podemos optar por permanecer
ali ou, se queremos reduzir ainda mais, podemos descrevê-la como
"Ele não foi honesto comigo", e assim por diante.
Por que não usar a maravilhosa ferramenta chamada cérebro
que D’us nos deu para trabalhar para nós, e não contra
nós?
Concedendo aos entes queridos o benefício da dúvida e usando
descrições diferentes para uma ação negativa,
talvez não mudemos a outra pessoa, mas definitivamente mudará
nossos sentimentos e reduzirá nossa dor, permitindo-nos assim lidar
com a situação mais eficazmente, e talvez até encontrar
soluções para alguns de nossos problemas.
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