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Junho
de 2008
Que história extraordinária sobre como cientistas em Seattle
parecem ter curado um paciente que sofria de um grave melanoma, clonando
suas próprias células imunológicas e colocando-as
de volta. O resultado foi que seu próprio corpo conseguiu derrotar
o câncer que até então estava ameaçando sua
vida.
Foi um milagre da ciência, mas também um lembrete dos impressionantes
poderes de recuperação que a natureza contém, se
soubermos onde procurá-los e como fazê-los trabalhar a nosso
favor.
E não é apenas o corpo humano. Você se lembra do grande
furacão que assolou o sudeste da Inglaterra em 1987, arrancando
15 milhões de árvores e devastando regiões inteiras?
Dez anos depois, alguém fez um documentário mostrando que
não somente as áreas replantadas se recuperaram, como também
se recuperaram aquelas que não foram cuidadas.
Não é apenas a natureza que se recobra. O mesmo ocorre com
a linguagem. Os linguistas fizeram uma descoberta fascinante quando estudaram
inglês pidgin, originalmente usado pelos escravos. Pidgin –
eu Tarzan você Jane – tem palavras mas não tem gramática.
O que os linguistas descobriram é que os filhos daqueles que falavam
pidgin criaram seu próprio idioma novo, chamado creole, que é
pidgin com gramática. Os pais foram roubados de um idioma, mas
eles, sem sequer saber o que estavam fazendo, simplesmente inventaram
um.
De alguma forma há dentro de nós e na natureza poderes impressionantes
de curar aquilo que foi danificado, e eles estão embebidos com
a vida em si. Talvez este seja um fato científico óbvio;
a natureza favorece espécies capazes de se recuperar. Mas este
não é apenas um fato científico. Para mim é
também a confirmação da esperança que tenho
em D’us, o Criador, que dotou a própria vida com criatividade
sem fim e auto-renovação.
Há algum tempo, fiz um check-up médico. O doutor colocou-me
numa esteira. “O Que você está medindo?”, perguntei.
“A distância que posso percorrer ou por quanto tempo?”
“Nenhum dos dois”, respondeu ele. “O que desejo saber
é, quando você sai da máquina, quanto tempo demora
para seu pulso retornar ao normal.” Foi então que percebi
que saúde não é jamais ficar doente; saúde
é a capacidade de se recuperar.
A esperança, como a fé, é com freqüência
uma profecia que se cumpre por si mesma. É a esperança de
uma cura que leva os médicos a procurarem-na; a esperança
de paz que faz os políticos lutarem por ela. O pessimismo oferece
somente o consolo vazio de estar certo. A história de sucesso ocorrida
ontem em Seattle nos diz que às vezes a cura está dentro
de nós mesmos, se soubermos onde procurá-lá.
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