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Além de ser
o manual de vida e moralidade do Judaísmo, a Torá poderia
ser chamada também de vigilante do "sistema planetário
". Isso porque o Planeta Terra consiste dos reinos Animal, Vegetal
e Mineral (com o Homem acima de todos os três), e a Torá
nos instrui a como ser sensível a todas as coisas que nos rodeiam,
incluindo as árvores.
O Fruto Proibido
A mitsvá negativa nš 92 nos diz para não comer os frutos
de uma árvore durante os três primeiros anos de sua existência.
Os frutos numa árvore com menos de três anos são chamados
de Orlá. É assim que nos relacionamos com a parte em nós
que é similar a uma árvore – assim como uma árvore
jovem precisa de um mínimo de tempo e espaço para espalhar
seus ramos, aprofundar as raízes e tornar-se produtiva, assim também
nossa juventude necessita de uma zona protegida na qual possa florescer
antes de interagir com o mundo ao seu redor. Colher os frutos de uma planta
nova não apenas esgota seus poderes criativos, como também
prejudica permanentemente sua recuperação. O mesmo ocorre
com nossas crianças.
A Guerra das Árvores
Agora entraremos num assunto controverso: os lenhadores são perversos?
Mais uma vez, recorremos à Torá para nos guiar. Entre o
corte de árvores liberado e nenhuma árvore, ou nenhum corte
e todas as árvores, a Torá posiciona-se no centro: podemos
abater árvores, mas com responsabilidade e sem destruição.
Isso significa pegar somente aquilo que precisamos para a civilização,
e substituir tudo que tiramos por intermédio do reflorestamento.
Isso é mencionado na mitsvá negativa nš 57, que diz para
não abater qualquer árvore com frutos ao sitiar uma cidade,
pois elas fornecem alimento para os cidadãos e os soldados. Em
outras palavras, quando as árvores são necessárias
diretamente para o benefício humano, não podem ser destruídas.
(quando a madeira é necessária para o benefício humano,
com critério, podem ser utilizadas).
Por fim, o tema do abate de árvores se resume a dois pontos: desperdício…
e emoções humanas. O Talmud, a Halachá e a Tradição
Judaica se alongam bastante sobre o conceito do desperdício. Baseado
na mitsvá acima, a Halachá proíbe que se destrua
qualquer coisa sem motivo – não se pode jogar comida fora
ou brincar com ela, destruir roupas usadas que ainda possam servir ou
objetos úteis ainda em funcionamento, e nem gastar dinheiro à
toa, ou derrubar árvores sem qualquer motivo.
Torá
nos instrui a ser sensível a todas as coisas que nos rodeiam,
incluindo as árvores.
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No entanto, as emoções
humanas são uma parte significativa desse debate (se não
todo o alicerce do debate) – é bom defender florestas virgens,
manter a natureza intocada como o Éden, condenar as empresas como
cruéis e capitalistas, e sonhar com um mundo todo reciclado, sem
desperdício. Mas após alguma reflexão, devemos nos
perguntar: isso é possível?
Teríamos cidades repletas de tecnologia se o Homem não tivesse
explorado e se firmado diante da natureza? E você sabia que para
cada árvore que é cortada pelas "perversas" empresas,
outra é plantada em seu lugar? É difícil fazer o
que é bom, e não aquilo que agrada, e muitos ambientalistas
simplesmente deixaram que seus sentimentos os levassem longe demais. A
Torá afirma que não devemos desperdiçar, nem ser
destrutivos. Há um ponto de equilíbrio que deve ser alcançado
pelo homem.
Enxerto de Árvores
A mitsvá negativa nš 216 expande nosso relacionamento com as árvores.
Esta proíbe enxertar árvores, plantando juntas as sementes
de duas espécies diferentes, ou colocando suas raízes uma
por cima da outra para que se fundam e produzam um híbrido, um
terceiro tipo de árvore.
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