O Paradoxo do Livre Arbítrio  
 
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  Segunda questão - Robotismo
   
 

D'us sabia exatamente o que estava para fazer quando me fez assim. Sou apenas uma máquina programada. Como posso ser culpado por ser do jeito que sou?

A resposta curta:

Seres humanos não são máquinas comportamentais. D'us não é o Grande Programador - está muito além disso. Assim como D'us tem livre arbítrio, da mesma forma tem a capacidade de criar sistemas que tenham seu próprio livre arbítrio. Os detalhes do que você vai fazer com o que recebeu são decididos por você, em sua própria consciência.

Uma resposta um pouco mais longa:

É claro que se acreditássemos nos deterministas do século dezenove, não poderíamos dizer isso. Entretanto, agora que descobrimos que existem sistemas que permitem um grau de imprevisibilidade, faz sentido que a mente humana pudesse também ser um daqueles sistemas. Na verdade, o cientista ganhador do Prêmio Nobel, Sir John Eccles, juntamente com o físico alemão, Friedrich Beck, propôs que o cérebro funciona no nível quantum (quantidade indivisível de energia eletromagnética). Além disso, juntamente com muitos renomados pesquisadores do cérebro, eles asseguram que o cérebro é apenas um mecanismo manipulado por uma consciência não-material - a mente. A mente, escrevem Eccles e Beck, exerce sua influência sobre o cérebro decidindo quais neurónios serão ligados e quais não.

Não posso deixar de mencionar que Nachmânides ("Ramban", Rabi Nachman ben Moshê, 1194-1270), em seu comentário sobre Bereshit, vai além desta tese, conhecida como dualismo. Falando sobre o versículo "... e o humano tornou-se uma alma viva," ele explica que uma união é atingida entre o espiritual e o físico no corpo humano. O corpo físico, especialmente o cérebro, comporta-se de maneiras não-físicas.

Nós, seres humanos, ficamos muito orgulhosos dos robôs que criamos, e planejamos criar outros ainda mais inteligentes no futuro. Mas exatamente porque não sabemos como dotar nossas próprias criações de livre arbítrio, não podemos deduzir que o Criador de todas as coisas seja limitado de forma semelhante.

Vamos para a pergunta seguinte:

Uma vez que D'us sabe o futuro, que escolha temos nele?

 

 

 
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