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Yehoshua nasceu como Oséias ben Nun (filho de Nun),
no Egito, no ano 2406 desde a criação (1355 aec).
A palavra "Nun" em aramaico significa "peixe". Assim
como o peixe nunca abandona a água, assim Yehoshua nunca deixou
a Casa de Estudos, mantendo-se imerso nas águas da Torá.
Nosso Patriarca, Yaacov, já sabia com espírito de profecia
que Yehoshua, "o peixe," descendente de Efrayim, lideraria os
judeus à Terra Santa. Deu a seus netos Menashê e Efrayim
a seguinte bênção: "Que se multipliquem na Terra
como os peixes [na água]."
Da mesma forma como Moshê, Yehoshua foi escondido no Nilo após
o nascimento para escapar do decreto do faraó de que todos os meninos
judeus recém-nascidos deveriam ser afogados no rio. Durante quarenta
anos, ele foi discípulo fiel de Moshê “não se
afastavada da tenda [de seu mestre]" (Êxodus 33:11, Josué
representa, portanto, o traço de devoção e compromisso
- um dos cinco pré-requisitos preliminares para a aquisição
da sabedoria da Torá).
Em 1312, ele foi um dos doze espiões enviados por Moshê para
observar a terra de Canaã, em preparação para a sua
conquista pelos Filhos de Israel; foi nesta ocasião que Moshê
acrescentou a letra yud ao seu nome alterando-o para "Joshua"
( "D’us vai salvar") como uma oração e capacitação
que "D’us te salvará do plano dos espiões".
Todos sabiam, através da profecia anunciada por Eldad que, após
o falecimento de Moshê, Yehoshua o sucederia. Moshê pensou
que Yehoshua pudesse juntar-se aos espiões por causa de sua grande
modéstia. Uma vez que fora decretado que Moshê faleceria
antes de entrar na Terra, Yehoshua poderia aquiescer ao plano deles a
fim de prolongar a vida de Moshê, adiando, assim, o momento em que
ele próprio assumiria o manto da liderança.
A troca do nome para Yehoshua denota que, mesmo antes da missão
começar, Moshê suspeitava que não terminaria bem.
No entanto, permitiu que os espiões partissem, pois era o desejo
do povo e D'us não nega ao povo o direito ao livre-arbítrio.
Josué ao lado de Calêv foram os dois únicos espiões
que trouxeram um relatório positivo e encorajador sobre a Terra
Prometida, e tentaram neutralizar os esforços dos outros dez espiões
para dissuadir as pessoas de entrarem na terra.
D'us consolou Moshê ao colocar Yehoshua como seu sucessor: "Muito
embora seus filhos não se tornarão líderes, Yehoshua
honrará à sua família. Ele possui todas as qualidades
para tornar-se um líder. Está imbuído de espírito
de profecia, sabedoria, compreensão e temor a D'us. Não
perderá a paciência se as pessoas discutirem com ele, mas
sim as guiará gentilmente com sabedoria para que enxerguem a verdade.”
Na frente de Elazar e do San'hedrin (Tribunal Superior), Moshê pousou
ambas as mãos sobre Yehoshua, e através disso a glória
de Moshê foi transferida duplamente a Yehoshua:
1. Externamente - Da mesma forma que a face de Moshê era iluminada
pelos Raios da Glória da Shechiná (Divindade), a face de
Yehoshua começou a brilhar com os raios da Shechiná. O brilho
de Yehoshua, contudo, não podia ser comparado ao de Moshê;
era apenas um reflexo, assim como o luar é meramente o reflexo
dos raios brilhantes do sol.
2. O ato de Moshê fez com que parte de sua sabedoria e espírito
de profecia passasse a Yehoshua. Também nesse aspecto, Yehoshua
pôde receber apenas uma diminuta fração da grandeza
de Moshê.
Apesar de D'us ter dito a Moshê que colocasse a mão direita
sobre Yehoshua, ele generosamente pousou ambas as mãos sobre o
aluno. Nomeou Yehoshua de boa vontade, com espírito alegre e elevado,
não tendo rancor algum pelo fato de que nenhum de seus filhos ou
sobrinhos fossem seus sucessores.
Após o falecimento de Moisés, em 1273, Josué foi
o sucessor de seu mestre na liderança do povo de Israel. Atravessaram
o Rio Jordão em 10 de Nissan daquele ano. Durante sete anos, Josué
conduziu o povo na batalha, derrotando 31 reis e conquistando suas cidades
e territórios, que compreendia a maior parte das terras do oeste
do Jordão (Moshê havia conquistado as terras na margem oriental
antes da sua morte). Sete anos mais tarde, Yehoshua supervisionou o processo
de divisão da terra entre as 12 tribos de Israel e alocando uma
parcela para cada família. Faleceu após a conclusão
desta tarefa no dia 26 de Nissan, 2516 (1245 aeC), na idade de 110 anos.
Além de seu papel como líder e guerreiro, Yehoshua foi o
segundo elo da cadeia de transmissão da Torá, recebendo-a
de Moshê e passando para os "juízes" he lhe sucederam.
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