|
Antes
de mais nada, o ódio não passa de um mal-entendido. É
igualado a coisas que não é. O ódio tem sido qualificado
como o mais tenebroso mal, a tal ponto que se tornou o assunto mais temido:
discuti-lo está no auge do politicamente incorreto — e do
melindre. (Infelizmente, o único povo que se pronuncia regularmente
sobre o ódio, exceto alguns grupos "anti-ódio",
são extremistas).
Porém se todo e qualquer ódio é mau, como se pode
odiar os Neo-Nazistas? Como se pode odiar os racistas e os que pertencem
à ala direita? Como se pode odiar o cara que assassinou aquela
garotinha? Como se pode odiar o ódio? "Bem," você
poderia argumentar, "há o ódio bom e o ódio
ruim." Mas isso é hipocrisia.
Vamos definir ódio: a maioria dos dicionários diz algo parecido
com "extrema aversão," "hostilidade," "animosidade"
e "desejo que o mal se abata sobre o objeto odiado," bem como
"emoção que exige ação." O ódio
é uma emoção humana normal, como o amor. Para falar
a verdade, são opostos. O ódio rejeita, o amor aceita. O
ódio ataca, o amor defende. O ódio é separação,
o amor é conexão. Então o ódio é mau?
Não, não: depende de quem você está odiando
ou amando. Se você não consegue odiar de forma alguma, então
também não consegue amar.
Tendo estabelecido que a Polícia não virá atrás
de você depois de admitir que o ódio está vivo e passa
bem, vejamos qual é a opinião do judaísmo.
1 — Sua estimativa sobre ódio — 90% mal com 10% chance
de bem
Você está certo: a maior parte do ódio é errado
— mas isso é porque o ódio atualmente é expresso
pela violação dos direitos civis, religiosos ou de propriedade
de outros. Por outro lado, se um cidadão qualquer está tão
inflamado de indignação e repulsa por aquele assaltante
em ação que chega a cometer hostilidades físicas,
isso é tão mau assim? Portanto, não é tanto
o ódio quanto o crime. O ódio tem sido igualado ao crime,
porque é mais freqüentemente expresso por um crime.
2 — Ame o seu próximo
Uma das mitsvot básicas da Torá é a ordem para os
judeus amem, ajudem e apoiem um ao outro, e obviamente, que sejam amáveis
para com o restante do mundo. O ódio sem motivo lógico por
outro ser humano, seja ele judeu ou não, é severamente reprovado
por D’us. Há uma exceção. Continue lendo.
3 — O ódio como é definido por D’us
O conceito de Amalek, o "Inimigo de D’us," é talvez
o tema da Torá mais ofensivo ao conceito de pura democracia. Basicamente,
Amalek é isso: foi logo após o Êxodo do Egito, e D’us
tinha Se tornado óbvio a todos os seres humanos pensantes. Sua
presença é agora uma questão de princípio
— mas um grupo de pessoas simplesmente não dá atenção,
e ataca o símbolo mais visível de D’us: os judeus,
simplesmente por despeito (Shemot 17:8-15). Este é Amalek, e esta
batalha antiga representou — e continua a representar — um
ataque a toda a consciência, toda a moralidade, e em última
análise, ao Próprio D’us. É a mitsvá
positiva nš 189 lembrar-se do mal de Amalek, e odiá-lo ativamente
por isso, o tempo todo, enquanto que a mitsvá positiva nš 188 obriga
moralmente o povo judeu a exterminar Amalek, conseguindo manter a soberania
em seu próprio país.
Por quê? O Dicionário Webster oferece um entendimento surpreendente:
"Ódio é a palavra genérica, e implica que alguém
está inflamado com extrema antipatia. Abominamos aquilo que é
profundamente repugnante à nossa sensibilidade ou sentimentos.
Detestamos tão totalmente aquilo que contradiz nossos princípios
e sentimentos morais e religiosos que sentimo-nos propensos a levantar
nossa voz contra isso. O que abominamos causa igual violência a
nossos sentimentos morais e religiosos. O que detestamos é ofensivo
à nossa própria natureza, e provoca pura aversão."
Amalek representa a própria epítome da desumanidade: nenhuma
consciência, nenhum D’us, nenhuma moralidade, nenhum mal ou
bem, e um universo frio, coincidental, correndo sem rumo para lugar nenhum.
O que está errado é que Amalek não está feliz
com "você faz o que tem de fazer, eu faço a minha parte."
Não — ele deve destruir ativamente qualquer crença
seja naquilo que for, a qualquer preço. Qualquer crença
NA crença. Os judeus representam exatamente o contrário:
consciência, Divindade, moralidade, uma paixão pelo bem e
uma paixão contra o mal; calor, compaixão, e um D’us
sábio, sob Cuja carinhosa mas misteriosa direção
o universo gira. Estes são nossos princípios para toda a
humanidade. Odiar e erradicar Amalek significa odiar e erradicar aqueles
cujo Everest é apagar da raça humana estes princípios.
Entretanto, não sabemos quem é o Amalek atual. Podemos somente
adivinhar. Até que Mashiach venha, a identidade do povo amalequita
permanece um mistério. Nesse meio-tempo, vamos trabalhar juntos
para construir um mundo melhor.
|