O Grande Erudito: Rabi Akiva Ben Yosef  
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  28 de Iyar 2830-2884 (931-877 AEC)
 

A vida do notável Rabi Akiva teve um fim trágico pelas mãos do Imperador Romano Adriano. O crime de Akiva? Divulgar o Judaísmo. A praça da cidade de Cesareia estava repleta de espectadores que foram testemunhar a morte do querido e sagrado Rabi Akiva, o líder espiritual de milhares de judeus de muitos países. Esse dia abalou o mundo judaico numa maneira que ninguém julgava possível.

Mas qual foi a história por trás desse grande homem e como ele atingiu tanta fama?

Quando menino, Akiva cresceu numa família pobre e não recebeu educação. Ele nem sequer sabia ler! O jovem Akiva teve a sorte de conseguir um emprego de pastor e cuidava das ovelhas de um rico proprietário de terras chamado Kalba Savua. Ser pastor era considerado um dos trabalhos mais inferiores possíveis, portanto ninguém prestava muita atenção a Akiva, exceto uma pessoa.

Enquanto Akiva levava as ovelhas ao pasto, dava-lhes água, e as contava para certificar-se de que estavam todas em segurança junto ao rebanho, captou o olhar da inteligente e sensível filha de Kalva Savua, uma jovem extraordinária chamada Rachel. Akiva cuidava amorosamente das ovelhas e as alimentava como se cada uma delas fosse a coisa mais preciosa do mundo. Certamente esse era um homem que poderia liderar, ensinar, se tivesse uma chance. Impressionada pela natureza bondosa de Akiva, Rachel decidiu que ele era o homem com quem desejava se casar. Seu pai ficou desgostoso com sua escolha e tentou fazê-la mudar de ideia, mas Rachel estava certa do que queria. Em fúria, Kalba Savuah expulsou o jovem casal de sua casa e disse à filha Rachel que, enquanto ela estivesse casada com aquele pastor, ela não receberia nem uma só moeda de sua vasta fortuna!

Rachel abandonou o luxo da casa paterna e mudou-se para uma cabana com Akiva. Ali passaram fome e frio, dificuldades e pobreza, porém com a forte crença que tinha na grandeza do marido, Rachel sentia-se feliz. Akiva fazia trabalhos esporádicos para as pessoas na cidade vizinha, e eles viviam com o pouco dinheiro que ele levava para casa. Uma das pessoas para quem trabalhava era Elazor Ben Horkanus, que mais tarde se tornaria um dos professores de Akiva.

Certo dia, Akiva estava cuidando do rebanho de ovelhas de Rabi Elazor, quando notou uma pedra com um buraco no meio. O que era tão poderoso a ponto de abrir um buraco em algo tão duro quanto uma rocha? Ao se aproximar, Akiva notou uma gota d’água, uma simples gota que caía de cima e tinha provocado aquele buraco no decorrer do tempo. Essa foi uma descoberta que alterou a vida do simples pastor. Ele pensou consigo mesmo: “Se algo tão duro quanto uma rocha pode ser furado por algo tão delicado quanto a água, certamente minha mente poderá absorver o estudo de Torá, pouco a pouco!”

Aquele foi o início da notável jornada de Akiva. Aos 40 anos, ele foi à escola com seu filho de cinco anos e aprendeu a ler o Alef Bet. Quando já podia ler, aprendeu os fundamentos do Chumash, Mishná e Guemará tão rapidamente, que surpreendeu os professores. Com a bênção de sua esposa, Akiva saiu de casa para estudar nas escolas dos grandes eruditos de Torá. Ele se destacou nos estudos e no ensinamento de Torá com espantoso talento e profundidade. Após estudar por doze longos anos distante de sua querida esposa, o erudito Akiva finalmente voltou ao lar. Enquanto caminhava na direção de sua casa, entreouviu sua esposa falando com um vizinho: “Estou tão orgulhosa do que meu marido está fazendo; mesmo se ele decidisse estudar por mais doze anos, eu o encorajaria!” Sem sequer entrar na casa, Akiva satisfez o desejo dela, fez meia volta e retornou aos estudos por mais doze anos tornando-se famoso por sua erudição. Finalmente ganhou reconhecimento de seu sogro.

Passaram-se vinte e quatro anos desde sua partida. Dessa vez, quando Akiva voltou, ele era conhecido em todo o país como o respeitado Rabi Akiva! Com ele foram 24.000 seguidores, todos que estudaram em suas escolas, e seguiam suas instruções. Ele lhes disse publicamente que o estudo de Torá que ele e todos os alunos tinham adquirido se devia à sua esposa, Rachel!

Nos anos que se seguiram à sua volta para casa, esse grande mestre e líder judeu viajou muito para falar a pessoas em diferentes cidades e para divulgar as palavras da Torá. Rabi Akiva a essa altura tinha se tornado um homem muito rico. Um navio cheio de despojos tinha miraculosamente sido levado à sua propriedade, e depois que seu sogro faleceu, ele herdou também sua fortuna. Para homenagear sua esposa, Rabi Akiva deu a ela uma coroa de ouro com a imagem de Jerusalém gravada sobre ela.

Rabi Akiva foi um dos maiores eruditos que já viveram. Ele tinha explicações para todos os versículos da Torá. Talvez o dito mais famoso de Akiva seja: “Ama teu próximo como a ti mesmo.”

Rabi Akiva vivia aquilo que ensinava, realmente se preocupava com o bem-estar das pessoas e sempre tentava ajudar os outros. Dizia-se que dar dinheiro a Rabi Akiva era como dá-lo diretamente aos pobres, tão rapidamente ele levava aos necessitados.

Durante esses anos, Israel estava sob o domínio romano, o que tornava a vida difícil para o povo judeu. Os romanos estavam determinados a erradicar a Torá e os eruditos de Torá. Eles ameaçaram Akiva caso continuasse a sua obra. Essa ameaça não o deteve, e logo foi capturado e condenado à morte.

A praça da cidade de Cesareia estava apinhada de espectadores que ali foram para ter um vislumbre final do querido e sagrado Rabi Akiva. Até mesmo enquanto seu fim se aproximava, esse grande e justo líder se alegrava e entoava louvores a D'us.

Rabi Akiva vive por intermédio dos seus ensinamentos. Hoje milhares o homenageiam visitando seu sagrado túmulo na cidade de Tiberíades, em Israel.

 

   
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