|  | ResumoUma das mais famosas propriedades da terra é Meharat Machpelá 
        (também conhecida como “A Gruta dos Patriarcas”), na 
        cidade de Hebron, no sul de Israel.
 
 Machpelá significa “dupla” em hebraico. Um motivo para 
        o nome é que quatro casais famosos estão sepultados ali: 
        Adam e Eva, Avraham e Sara, Yitschac e Rivca e Yaacov e Lea (nossa matriarca 
        Rachel foi enterrada em outro local).
 
 História Básica
 Como é relatado em Bereshit, Avraham adquiriu a gruta e o campo 
        circundante como sepultura para sua esposa Sara, tornando-o o primeiro 
        pedaço de terra na Terra santa a torna-se propriedade legal do 
        povo judeu. Isso ocorreu em 1677 AEC.
 
 Antes de Yaacov morrer no Egito, em 1523 AEC, ele fez Yossef prometer 
        que o tiraria do Egito e o enterraria com seus pais na Gruta de Machpelá. 
        E de fato, eles fizeram uma viagem especial com este fim.
 
 194 anos depois, um ano após os judeus deixarem o Egito, Caleb 
        tornou-se o primeiro judeu registrado a fazer a jornada até esse 
        local de repouso e rezar nele. Foi depois seguido por incontáveis 
        outros no decorrer dos tempos.
 
 O grande e imponente edifício de pedra que existe hoje acima da 
        caverna foi construído por Herodes no primeiro século AEC. 
        (Na verdade, o edifício, com paredes de pedra de quase dois metros 
        de espessura, é a única estrutura herodiana completamente 
        intacta.)
 
 A gruta onde jazem nossos Patriarcas e Matriarcas está abaixo dessa 
        estrutura. Por volta de 1490, o acesso à gruta foi fechado, e permanece 
        assim até hoje.
 
 Como descendentes de Ismael, filho de Avraham, os árabes também 
        reverenciam o local do túmulo de Avraham. Não se sabe exatamente 
        quando eles construíram a mesquita dentro das muralhas herodianas. 
        O complexo foi tomado pelos Cruzados em 100, mas menos de 100 anos depois, 
        foi novamente convertido em uma mesquita.
 
 Ao final do Século Catorze, os governantes muçulmanos proibiram 
        os judeus de entrarem no local, mas tinham permissão de se aproximarem 
        até o 5º degrau de uma escadaria a sudeste. A certa altura, isso 
        foi alterado para o sétimo degrau.
 
 Há séculos existe uma comunidade judaica em Hebron. No decorrer 
        das gerações, os judeus iam rezar na Gruta de Machpelá, 
        mesmo que pudessem ir apenas até o sétimo degrau. Essa antiga 
        comunidade judaica foi destruída no massacre de 1929 quando os 
        árabes irromperam no Bairro Judeu e assassinaram muitos deles. 
        O governo britânico então forçou todos os sobreviventes 
        a deixarem a cidade.
 
 Após a Guerra dos Seis Dias, a área voltou ao controle de 
        Israel e finalmente foi cancelada a restrição que limitava 
        a entrada dos judeus até o sétimo degrau. Os judeus mudaram-se 
        de volta para Hebron, e foi restabelecida uma sinagoga na Gruta de nossos 
        Patriarcas.
 
 Importância Espiritual
 Durante a longa e dolorosa jornada de nossa nação ao longo 
        da história, os locais sagrados de repouso de nossos justos ancestrais 
        tem servido como oásis espiritual. O túmulo de nossos Patriarcas 
        e Matriarcas, fundadores de nossa nação, tem sido um local 
        onde os judeus têm ido rezar desde o início dos tempos.
 
 No exemplo mais antigo, a Torá nos relata que Caleb, um dos doze 
        espiões que Moshê enviou para fazer um reconhecimento da 
        Terra de Canaã, fez um desvio em Hebron. O Talmud nos conta que 
        ele desejava rezar na gruta onde Avraham, Sara, Yitschac, Rivca, Yaacov 
        e Lea estão enterrados. Ele implorou aos Patriarcas e Matriarcas 
        para intercederem a D'us por misericórdia de sua alma e que o salvassem 
        da maldosa trama criada pelos outros espiões.
 
 Este é um modelo que seguimos até os dias de hoje quando 
        visitamos os túmulos de pessoas sagradas para invocar misericórdia 
        a D'us em tempos difíceis.
 
 O Zohar relata que a Gruta de Machpelá é especial não 
        em virtude daqueles que ali repousam, mas porque é o portal para 
        o Jardim do Éden. Adam, o primeiro homem, reconheceu a singularidade 
        daquele local quando viu um raio de luz emanando da área. Portanto, 
        ele cavou a gruta como túmulo para si mesmo e para sua mulher. 
        Depois que Adam e Eva foram enterrados ali, a luz ficou oculta.
 
 Anos depois, Avraham descobriu o segredo novamente quando por engano encontrou 
        a gruta. Ele decidiu que queria ser enterrado ali também, no portal 
        para o Jardim do Éden.
 
 Nossas preces hoje, especialmente neste local sagrado, o portal para o 
        mundo das almas, podem conseguir que nossos pais e mães intercedam 
        em nosso favor.
 
 Fatos Interessantes
 Segundo o Midrash, Avraham, que morava em Hebron, teve um encontro sobrenatural 
        no local da Gruta de Machpelá. Foi após sua circuncisão, 
        e ele estava recebendo os três anjos (disfarçados de seres 
        humanos) como convidados. Um bezerro que ele queria servir a eles saiu 
        correndo, e enquanto tentava apanhá-lo, ele tropeçou nessa 
        gruta e reconheceu os túmulos de Adam e Eva. Velas foram acesas 
        e havia uma fragrância especial. Ele viu a entrada para o Jardim 
        do Éden.
 
 Ninguém jamais entrou nas próprias Grutas dos Patriarcas, 
        que são subterrâneas. Diz a lenda que ninguém que 
        tenha tentado isto conseguiu voltar. Somente um judeu, Rabi Abraham Azulai, 
        o cabalista conhecido como “Chesed l’Avraham,” que sabe-se 
        ter descido à gruta e voltado vivo. A história ocorreu há 
        cerca de trezentos anos. O sultão turco tinha por engano deixado 
        sua espada cair na Gruta. Após vários soldados do sultão 
        terem descido para apanhá-la e terem morrido lá embaixo, 
        o sultão ordenou que a comunidade judaica fornecesse um voluntário 
        que pudesse recuperar a espada. Caso contrário, todos seriam mortos. 
        Rabi Azulai, na época já idoso, resolveu o dilema oferecendo-se 
        para ir. Quando recuperou a espada, os judeus de Hebron celebraram. Os 
        sete dias e noites seguintes Rabi Azulai passou ensinando segredos cabalísticos 
        aos seus alunos. Uma semana após ele ter descido à Gruta, 
        faleceu e foi enterrado no cemitério judaico em Hebron.
 
 Segundo fontes do midrash, quando Yaacov morreu, Essav tentou impedir 
        os filhos de Yaacov de enterrarem o pai na Gruta de Machpelá. Enquanto 
        o ligeiro Naftali corria até o Egito para recuperar o título 
        de Machpelá para provar que era propriedade deles, o filho surdo-mudo 
        de Dan, Hushim, viu a comoção e decapitou Essav. A cabeça 
        rolou até a gruta e foi parar ao pé de seu pai Yitschac, 
        onde permanece enterrada até hoje.
 
 Atualmente
 Em 1995, o Acordo Wye River deu o controle waqf (setor administrativo 
        muçulmano) da maior parte da Gruta de Machpelá, incluindo 
        a seção sudeste, que contém os cenotáfios 
        (monumentos) de Yitschac e Rivca (“Ohel Yitschac”). Essa é 
        também a área que contém a única entrada conhecida 
        da Gruta, e que possivelmente está diretamente sobre a própria 
        caverna. Os judeus rezam em outras seções do edifício 
        na maior parte do ano, e somente têm permissão de visitar 
        Ohel Yitschac dez dias por ano. Um desses dias é o Shabat de Chayê 
        Sara, quando lemos a porção da Torá que descreve 
        a compra da gruta por Avraham. Dezenas de milhares de visitantes convergem 
        em Hebron durante esse final de semana para passarem juntos esse Shabat.
 
 A Gruta de Machpelá está aberta para turistas e visitantes 
        todos os dias. Muitos ônibus Egged (equipados com janelas à 
        prova de balas) viajam diariamente das cidades mais importantes de Israel 
        para Kiryat Arba, a comunidade judaica adjacente. Alguns prosseguem até 
        a área judaica de Hebron e para a Gruta de Machpelá. Se 
        você deseja caminhar de Kiryat até Hebron, é aconselhável 
        fazê-lo com escolta armada.
 
 Uma estadia para um Shabat em Hebron, ou na comunidade vizinha de Kiryat 
        Arba, é realmente uma experiência elevadora e marcante. Passar 
        algum tempo nesse local dos mais sagrados é realmente inspirador. 
        Se você precisa de acomodação para o Shabat, ou se 
        necessita de algum tipo de assistência enquanto estiver em Hebron, 
        entre em contato com Rabino Danny e Batsheva Cohen, o caloroso casal que 
        dirige as atividades de Chabad nessa cidade sagrada.
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