|  | O túmulo 
        de Rachel está localizado na cidade de Bethlehem, ao sul de Jerusalém. 
        Durante séculos, esteve numa estrada deserta, e os descendentes 
        de Rachel o visitavam para abrir o coração para ela – 
        a mãe que habita um túmulo solitário à beira 
        do caminho a fim de estar ali para seus filhos sofredores. Rachel é 
        uma contínua fonte de consolo aos seus filhos – rezando por 
        eles e pedindo o cumprimento da Divina promessa da volta dos seus filhos 
        à Terra Prometida.
 História Básica
 Em 2208 (1553 AEC), Yaacov estava levando sua família para Hevron, 
        após passar vinte anos trabalhando para o sogro em Charan (atualmente 
        na fronteira turco-síria). Enquanto estavam viajando Rachel deu 
        à luz seu segundo filho, Benjamin, e faleceu no parto. Em vez de 
        levá-la para o Túmulo dos Patriarcas em Hevron, Yaacov enterrou-a 
        no local, na estrada para Bethlehem (Efrat).
 
 “E Yaacov erigiu um monumento sobre seu túmulo.”
 
 Cada um dos onze filhos de Yaacov (excetuando o recém-nascido Benjamin) 
        colocou uma pedra sobre o túmulo de Rachel, e Yaacov colocou uma 
        pedra no topo.
 
 Segundo o Midrash, a primeira pessoa a rezar no túmulo de Rachel 
        foi seu filho mais velho, Yossef, que tinha apenas sete anos quando a 
        mãe faleceu. Quando ele tinha dezessete anos, seus irmãos 
        o venderam como escravo. Quando estava sendo levado para o Egito, ele 
        fugiu de seus captores, correu até o túmulo da mãe 
        e gritou por ela. “Mãe, minha mãe, que me deu à 
        luz, acorde, levante e veja meu sofrimento.” “Não tema,” 
        ele ouviu a mãe responder. “Vá com eles, e D’us 
        estará com você.”
 
 A partir do Século Quinto da Era Comum até meados de 1800, 
        o túmulo de Rachel era assinalado por uma pequena cúpula 
        apoiada por quatro vigas. Em 1841, Sir Moses Montefiore e sua esposa (que, 
        como Rachel, não tinha filhos) acrescentou paredes à cúpula, 
        e uma longa sala onde os visitantes podiam se abrigar das intempéries, 
        descansar ou fazer um lanche. A imagem do túmulo de Rachel tem 
        sido popularizada na arte e em fotos de sua estrutura.
 
 Em 1948, os jordanianos assumiram o controle da área e os judeus 
        não tiveram mais permissão de rezar no túmulo. Até 
        então o Túmulo de Rachel tinha permanecido numa área 
        aberta ao lado da estrada, mas naquela ocasião os árabes 
        construíram seu próprio cemitério ao redor do túmulo, 
        e Bethlehem expandiu-se, portanto o túmulo ficava agora no centro 
        da cidade.
 
 Após a vitória israelense na Guerra dos Seis Dias em 1967, 
        o Túmulo foi reaberto aos filhos de Rachel. Durante os próximos 
        trinta anos, os judeus freqüentaram o túmulo, percorrendo 
        a curta distância entre Jerusalém e Bethlehem, rezando no 
        local. Uma canção popular na época prometia: “Teus 
        filhos voltaram a ti, Mãe Rachel, à frente deles Benjamin 
        e Joseph… Jamais nos afastaremos daqui outra vez, Rachel.”
 
 Porém a situação mudou. Após a violência 
        da Primeira Intifada, Bethlehem foi entregue à Autoridade Palestina, 
        embora Israel conservasse o controle do local do túmulo. Em 1996, 
        face aos incessantes ataques árabes, o Ministro da Religião 
        em Israel construiu uma fortaleza ao redor da pequena estrutura, com duas 
        torres para vigias, grossas paredes de concreto e arame farpado. A construção 
        suportou os arruaceiros e atacantes árabes.
 
 Significado Espiritual
 Quando Rachel faleceu, Yaacov e sua família estavam a uma pequena 
        distância de Bethlehem. Porém ele não levou sua esposa 
        mais amada até aquela cidade para ser enterrada, nem a levou para 
        Hevron com ele, porém a sepultou no meio do nada, ao lado da estrada. 
        Por quê?
 
 Yaacov previu que no futuro, após a destruição do 
        Primeiro Templo em 423 AEC, os judeus seriam expulsos de suas casas e 
        forçados ao exílio na Babilônia. Em sua marcha tresloucada 
        eles passariam por esta mesma estrada, e clamariam a Rachel. Eles tirariam 
        coragem da presença dela, e ela suplicaria a D’us em nome 
        deles.
 
 O Profeta Yirmiyáhu, que viveu estes eventos, descreve o que aconteceu 
        (Yirmiyáhu 31:14):
 
 “Uma voz é ouvida lá no alto, lamentando-se e chorando 
        amargamente. Rachel chora por seus filhos. Ela se recusa a ser consolada. 
        Pois eles se foram.”
 
 Yirmiyáhu também nos diz a resposta de D’us:
 
 “Refreia tua voz de chorar, afasta teus olhos das lágrimas. 
        Pois tua obra tem sua recompensa e teus filhos retornarão à 
        sua fronteira.”
 
 Segundo o Midrash, naquele tempo os outros Patriarcas, Matriarcas e Moshê, 
        também, imploraram misericórdia. Porém D’us 
        permaneceu silente. Então Rachel ergueu sua voz, e evocou a promessa 
        da Redenção.
 
 “Ó D’us do universo,” ela argumentou. “Considere 
        o que eu fiz pela minha irmã Leah. Todo o trabalho que Yaacov fez 
        para meu pai foi apenas para poder se casar comigo; no entanto, quando 
        chegou a hora de eu entrar na canópia nupcial, eles levaram minha 
        irmã no meu lugar. Não apenas eu mantive meu silêncio, 
        como dei a ela a palavra secreta que Yaacov e eu tínhamos combinado 
        (que tínhamos arranjado especificamente para impedir que qualquer 
        outra noiva fosse levada em meu lugar). Você, também, se 
        Seus filhos levaram Seu rival à Sua casa, mantém Seu silêncio.” 
        Imediatamente a misericórdia de D’us foi despertada e Ele 
        respondeu: “Por ti, Rachel, Eu levarei Israel de volta ao seu lugar.”
 
 Ela abriu mão de seu lugar perto do marido uma segunda vez quando, 
        em vez de um túmulo no terreno da família em Hevron, aceitou 
        um funeral solitário, ao lado de uma estrada deserta. Ela fez isto 
        a fim de estar lá para seus filhos que viveriam dezenas de séculos 
        mais tarde.
 
 Rachel é o protótipo da mãe judia, sacrificando-se 
        por nosso bem-estar e segurança. Este sentimento de amor ilimitado 
        e preocupação maternal é o que atrai as pessoas ao 
        seu túmulo até hoje.
 
 Além disso, a própria Rachel foi estéril durante 
        muitos anos antes de lhe serem concedidos os filhos. Especialmente mulheres 
        que estão sofrendo de infertilidade viajam até seu túmulo 
        para rezar.
 
 Fatos Interessantes
 Quando Yaacov enterrou Rachel, cada um dos seus filhos pegou uma pedra 
        e a colocou sobre o túmulo. Yaacov então pegou uma pedra 
        maior e a colocou em cima de todas as outras. Assim foi formado o primeiro 
        monumento sobre seu túmulo. Este é um dos motivos para o 
        costume de se colocar uma pedra sobre um túmulo após visitá-lo.
 
 Quando Sir Moses Montefiore remodelou o túmulo, a tranca de ferro 
        na porta foi feita com chaves especiais. Diz-se que estas chaves ajudam 
        nos partos difíceis, e mulheres que vão dar à luz, 
        tanto judias quanto árabes, a colocavam sob o travesseiro. Depois 
        que o túmulo foi liberado em 1967, o Rabino Chefe de Israel, Rabi 
        Goren, entrou em cena. Um árabe saiu e deu uma das chaves a Rabi 
        Goren, e esta permanece em sua família até hoje.
 
 Chaim Silberstein de Arutz Sheva contou a história de como o Túmulo 
        de Rachel foi salvo das investidas dos palestinos: “Durante o governo 
        de Rabin, o túmulo de Rachel foi classificado como pertencente 
        à ‘Área A’, sob total controle civil e militar 
        árabe. Ao ver isto, o membro do Knesset Chanan Porat decidiu que 
        devia falar com Rabin na esperança de que ele mudasse de idéia. 
        Quando Chanan Porat estava se dirigindo ao gabinete de Rabin, o membro 
        do Knesset Rabi Menachem Porush perguntou aonde ele estava indo. Ao saber 
        que Porat estava a ponto de lutar pelo Túmulo de Rachel, Porush 
        pediu para participar da reunião. No gabinete de Rabin, Porat explicou 
        diligentemente a situação sob o ponto de vista da segurança 
        no Túmulo e apresentou argumentos racionais que não pareceram 
        demover Rabin. “De repente Rabin olhou para Porush e viu que este 
        estava chorando. Porush segurou as mãos de Rabin e com lágrimas 
        rolando pelas faces, disse: ‘Yitschak, é Mamãe Rachel, 
        Mamãe Rachel.’ Naquele momento o coração de 
        Rabin foi tocado, e ele alterou o mapa para que o Túmulo de Rachel 
        pudesse permanecer em mãos judaicas.”
 
 Quando a esposa de Sir Moses Montefiore, Judith, faleceu, ele construiu 
        um mausoléu que é uma réplica do Túmulo de 
        Rachel. Localizado em Ramsgate, no sul da Inglaterra, onde eles moravam, 
        agora contém o túmulo dos dois.
 
 Atualmente
 O Túmulo de Rachel fica a pouca distância de Jerusalém. 
        É completamente cercado por muros e somente ônibus e vans 
        à prova de balas têm permissão de passar pelas barreiras 
        de concreto com 5 metros de altura que levam ao Túmulo. A cada 
        poucas horas um ônibus Egged à prova de balas chega ao posto 
        de controle no caminho para Bethlehem, e então recebe uma escolta 
        armada. Dois minutos depois, o ônibus chega ao complexo do Túmulo 
        e os passageiros desembarcam dentro de uma estrutura totalmente fechada.
 
 Dentro da fortaleza, a pequena sala antiga em formato de domo, dominada 
        pelo grande monumento coberto por tecido, conserva uma atmosfera aconchegante. 
        Homens e mulheres, em partes separadas da sala, se aproximam do monumento 
        coberto por panos e sussurram seu segredo e seu sofrimento à “Rachel 
        imeinu”.
 |