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Na semana que
antecede o Dia dos Pais a paternidade é notícia constante.
Este ano publicaram uma reportagem sobre o número de pais que ficam
em casa para cuidar dos filhos: subiu 80% em 12 meses. Isso se deve em
parte ao desemprego, mas também ocorre devido a uma real, e muito
necessária, mudança de atitudes.
Rabino Jacobson |
Esta mudança também se reflete num novo filme
produzido nos Estados Unidos, chamado “A Evolução
de Papai”. Nele também há uma mudança da tradicional
ideia de que homens têm carreiras e cabe às mulheres o fardo
fundamental de cuidar dos filhos. Barack Obama tem deixado claro publicamente
que o tempo com a família é importante para ele. Na verdade
o tempo médio que um pai passa com os filhos aumentou 8 vezes nos
últimos trinta anos, de quinze minutos para duas horas por dia.
Esta é uma boa noticia, porque quando o casamento e as famílias
se rompem, os filhos sofrem, no aspecto financeiro, emocional e psicológico,
e muitas vezes são as mães que ficam, literalmente, segurando
o bebê.
Lembro-me da década de 1980, quando fiz uma palestra sobre a família
em Newcastle, e pouco depois um padre local procurou-me para dizer como
as coisas andavam mal em sua paróquia. “Eu costumava visitar
escolas”, disse ele, “falando sobre D’us nosso Pai,
mas não posso fazê-lo mais porque as crianças não
entendem. E a palavra que eles não entendem não é
D’us, é pai.”
Devemos recuperar a ideia de paternidade. Pense sobre isso: mais da metade
dos seis bilhões de habitantes da terra hoje são seguidores
do monoteísmo de Avraham, e se você procurar na Bíblia
há somente um lugar onde se explica por que D’us escolheu
Avraham. D’us disse: “Eu o escolhi para que ele ensine aos
seus filhos o caminho do Eterno.” Ele foi escolhido para ser um
pai. Na verdade o nome hebraico Avram significa grande pai.
Meu falecido pai teve de deixar a escola aos 14 anos. Quando eu era jovem,
costumava fazer-lhe perguntas, e ele me dizia: “Jonathan, não
tive uma educação, portanto não posso responder às
suas perguntas. Porém um dia você terá a educação
que nunca tive, e então me ensinará a resposta àquelas
perguntas.”
Que presente foi este. Ele deu-me amor. E deu-me a chance de dar-lhe orgulho.
Se nós pais pudermos fazer isso por nossos filhos, veremos que
demos muito a eles, e eles nos deram ainda mais.
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