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Rabino
Shalom Greenberg e sua esposa Dinie são os emissários do
Rebe em Shangai desde 1998.
Shangai
A primeira onda migratória judaica para Shangai (1843–1920)
No mesmo tratado que cedeu a Ilha de Hong Kong aos britânicos como
reparação pela Guerra do Ópio (1839-1842), Shangai
e quatro outros Portos do Tratado foram abertos a mercadores estrangeiros.
A História registra que o primeiro judeu a passar por Shangai foi
um soldado britânico em 1841; entretanto, os primeiros colonizadores
judeus não começaram a chegar em Shangai até 1848.
A primeira onda de migração judaica a Shangai é marcada
pela chegada de judeus sefaraditas vindos de Bagdá e Bombaim. A
mais bem sucedida destas – os Sassoon e os Hardoon – construíram
muitos dos maiores impérios comerciais da cidade, e vários
dos edifícios que são pontos de referência na cidade,
incluindo a Sassoon House, o Hotel Metrópole, Grosvenor House,
Edifício Embankment, Hamilton House e Mansões Cathay.
Nos anos 1870, a comunidade oriunda de Bagdá alugou espaço
para serviços religiosos, e em 1887 organizou a Sinagoga Beth El,
que precedeu a Sinagoga Ohel Rachel.
Sinagoga Ohel Rachel (estabelecida em 1920)
A Sinagoga Ohel Rachel assinalou a conquista mais marcante da primeira
leva de imigração judaica em Shangai. Foi construída
para acomodar a comunidade de judeus bagdalis (que no auge chegaram a
700), aberta em março de 1920, e foi consagrada por Rabino W. Hirsch
a 23 de janeiro de 1921.
Um edifício imponente, a Sinagoga Ohel Rachel acomodava 700 pessoas
em seu santuário escavado. Pilares de mármore flanqueavam
uma arca onde se podia entrar (que certa vez guardou 30 Rolos de Torá)
e largos balcões com vista para o Santuário. O local abrigava
a Escola Judaica de Shangai (o edifício construído em 1932
ainda permanece, à esquerda do pátio), um playground, biblioteca
e micvê. Estava localizado em Seymour Road (atualmente o nº 500
de North Shaanxi Road), e no estilo português e espanhol de Bevis
Marks (1701) e Sinagogas Lauderdale Road em Londres (1896).
Sir Jacob Elias Sassoon – judeu sefaradita bagdali – dedicou
a sinagoga à memória de sua esposa Lady Rachel. Quando Sir
Jacob faleceu alguns meses antes do término da sinagoga, a comunidade
judaica decidiu dedicá-la a ambos, Sir Jacob e Lady Rachel. Sir
Jacob também contemplou Hong Kong com a Sinagoga Ohel Leah, dedicada
à sua mãe, e consagrada em 1900.
Hoje e para o futuro, a Sinagoga Ohel Rachel permanece o símbolo
mais significativo do papel crucial dos judeus na história de Shangai.
Ohel Rachel foi a primeira das sete sinagogas construídas em Shangai,
e uma das únicas duas que permanecem de pé atualmente. A
outra, a Sinagoga Ohel Moshê no distrito de Hong Kou, abriga um
museu dedicado à história da experiência judaica em
Shangai.
A Segunda Onda de Migração Judaica para Shangai
(1920-1937)
A Segunda Onda foi assinalada pela migração de milhares
de judeus russos primeiro ao nordeste da China, e depois para Shangai.
Este período também testemunhou um aumento substancial na
prosperidade da comunidade dos judeus bagdalis, que organizaram obras
de caridade para seus irmãos russos.
Shangai progrediu subitamente nos anos de 1920, assim como as comunidades
ashkenazita e bagdali, que tinham aumentado para uma população
de aproximadamente 1700. Com suas atividades no ramo imobiliário
e no mercado de capitais, estes judeus desempenharam papel ativo e importante
no desenvolvimento de Shangai. A comunidade mantinha três sinagogas,
duas bagdalis e uma ashkenazita, uma escola, dois cemitérios, um
hospital, um clube, padarias, açougues, e muito mais.
Fugindo dos pogroms e revoluções na Rússia, os judeus
russos viajaram via Sibéria para cidades ao nordeste da China,
como Harbin, Tianjin e Dalian. Mas não foi senão até
a ocupação japonesa na Mandchúria em 1931 que os
judeus russos mudaram-se para Shangai em grande número.
Totalizando 4500 no seu auge nos anos 30, os judeus russos eram relativamente
pobres se comparados aos bagdalis. Alguns passaram a trabalhar como pequenos
mercadores, abriram pequenos cafés, ou empregaram-se como músicos
que deixaram uma marca duradoura na sociedade local.
Em 1928, os judeus russos convidaram Rabino Meir Ashkenazi, um membro
do Movimento Chabad-Lubavitch, para liderar sua comunidade. Muito querido
e respeitado por seus incansáveis esforços e devoção
em prol de todos os judeus de Shangai, Rabino Ashkenazi liderou a comunidade
até sua partida para New York em 1949.
A Terceira Onda Migratória (1938-1952)
Durante a Segunda Guerra, a cidade de Shangai forneceu refúgio
a uma Terceira Onda de judeus escapando da perseguição na
Europa. Neste período, havia um grande contraste entre os refugiados
apátridas que escapavam de uma Europa devastada pela guerra e os
empresários judeus estabelecidos que prosperavam em Shangai. Agora,
os sefaraditas e as comunidades comerciais russas juntavam esforços
para providenciar alimentos, abrigo e vestuário para os refugiados
europeus.
A partir de 1938, aproximadamente 20.000 refugiados judeus da Alemanha
e Áustria escaparam para Shangai, o único lugar no mundo
que não exigia um visto de entrada. Dentre eles estava Michael
Blumenthal, que viria a tornar-se Secretário do Tesouro dos Estados
Unidos sob a administração Carter, e o falecido Shaul Eisenberg,
que fundou e dirigiu o Conglomerado Eisenberg em Israel.
Entre 1939 e 1940, cerca de 1000 judeus poloneses escaparam para Shangai,
evitando a morte certa. Dentre esses, todos os professores e alunos da
Yeshivá de Mir, 400 no total, sobreviveram por milagre e continuaram
seus estudos na Sinagoga Beth Aharon, o único local religioso com
espaço suficiente para acomodar a Yeshivá inteira. Escaparam
da Polônia através de Vilna, obtiveram vistos de viagem ao
Japão com Sugihara Chiune, o cônsul japonês em Kovno,
e finalmente conseguiram chegar a Shangai.
Os japoneses invadiram a China em 1937, e mais tarde ocuparam a área
ao redor de Shangai. De dezembro de 1941 a 1945, os japoneses internaram
os judeus de Shangai que eram cidadãos de países Aliados.
"Refugiados apátridas" oriundos da Alemanha, Áustria
ou Polônia foram relocados a um gueto em Hong Kou, ao passo que
aqueles originários de países neutros como Iraque e Rússia
foram deixados em paz. Apesar dessas condições difíceis,
a comunidade judaica adaptou-se de forma a manter sua cultura, tradição
e estilo de vida social.
Ao final da guerra, Shangai era o lar de cerca de 24.000 judeus. Após
o término da guerra em 1945 e com a fundação da República
Popular da China em 1949, a comunidade reduziu-se, com muitos judeus emigrando
para Israel, Estados Unidos, Austrália e Hong Kong.
A Comunidade Judaica contemporânea de Shangai
A abertura de Shangai ao comércio e ao investimento internacional
atraiu um crescente número de judeus do mundo todo. A comunidade
judaica de Shangai conta atualmente com 250 judeus – uma população
que aumenta 30% a cada ano – morando e trabalhando na cidade, judeus
vindos de 12 países diferentes, incluindo os Estados Unidos, Israel,
França, Argentina, Venezuela, Rússia, Canadá, Austrália
e o Reino Unido. Milhares de visitantes judeus passam regularmente pela
cidade, incluindo homens de negócio e turistas.
Em meados da década de 90, os líderes mais destacados da
recém-estabelecida comunidade incluíam: David Buxbaum, Bruce
Raya Feuer, Seth Kaplan, Robin Kaptzan, Elan e Michelle Oved e Albert
Sassoon.
Rabino Shalom Greenberg e sua esposa Dina, do Movimento Chabad-Lubavitch
de New York, chegaram a Shangai em agosto de 1998. Sua energia e engajamento
infundiram vida nova à crescente comunidade judaica. Implementaram
serviços de Shabat e refeições casher, aulas de educação
para crianças e adultos, treinamento para bar e bat mitsvá
e almoços sociais. Os judeus de Shangai esperam pacientemente pelo
dia em que poderão rezar regularmente na Sinagoga Ohel Rachel,
e restabelecer o lindo edifício como centro da vida judaica.
A onda do futuro
Em 1998 três líderes religiosos americanos, designados pelo
Presidente Bill Clinton e convidados pelo Presidente da China, Jiang Zemin,
viajaram à China. O prefeito de Shangai, Xu Kuangdi, prometeu a
um dos líderes religiosos, Rabino Arthur Schneier, Presidente da
Fundação Apelo à Consciência, restaurar a Sinagoga
Ohel Rachel como um local histórico e abri-la ao público.
O sr. Aba Toeug, antigo curador da sinagoga e atualmente morador de Israel,
foi conselheiro na restauração. A cidade de Shangai despendeu
mais de US$ 60.000 neste primeiro esforço de restauração.
Em junho e julho de 1998, a delegação presidencial à
China, a Primeira-Dama Hillary Clinton, sua filha Chelsea e a Secretária
de Estado Madeleine Albright visitaram a Sinagoga Ohel Rachel, acompanhados
por Rabino Schneier. Num discurso pronunciado em 1º de julho de 1998,
a então Primeira-Dama comentou: "Portanto, a restauração,
[da Sinagoga Ohel Rachel] creio eu, é um ótimo exemplo de
respeito pelas diferenças religiosas e um reconhecimento da importância
da fé na vida das pessoas." Na ocasião, Rabino Schneier
doou um Sefer Torá à sinagoga. A capa da Torá foi
bordada com a seguinte mensagem comemorativa: "Em honra ao povo de
Shangai que salvou vidas judaicas durante a Segunda Guerra Mundial e à
visita do Presidente William J. Clinton e a Primeira-Dama Hillary Rhodam
Clinton. Ao marco histórico restaurado, Sinagoga Ohel Rachel, Shangai.
Ofertado por Rabino Arthur Schneier, Sinagoga Park East em New York, Marco
Histórico irmão. 1º de Julho, 1999."
No primeiro dia de Rosh Hashaná, em setembro de 1999, um milagre
aconteceu. O governo de Shangai permitiu à comunidade judaica utilizar
Ohel Rachel por 24 horas. Esta seria a primeira vez desde 1952 que um
serviço religioso foi celebrado na Sinagoga. Celebraram-se os serviços
matinal e noturno, com o comparecimento de cerca de 120 judeus. Esta foi
a maior assistência que a moderna comunidade judaica em Shangai
já tinha visto! Subseqüentemente, os judeus de Shangai tiveram
permissão para usar a Sinagoga Ohel Rachel em dezembro de 1999
e abril de 2000, quando a comunidade celebrou Chanucá e Pêssach.
Compareceram setenta e cinco e cem judeus, respectivamente.
A História Judaica de Shangai em ordem cronológica
por Seth Kaplan
1841 – Um soldado britânico é o primeiro judeu a pisar
em Shangai
1842 – Termina a Guerra do Ópio. O Tratado de Nanjing abre
Shangai como um Porto do Tratado
1844 – Elias Sassoon faz a primeira visita a Shangai
1848 – O primeiro judeu como residente permanente
1850 – David Sassoon, Filhos e Cia. estabelecem um posto permanente
em Shangai
1862 – O Cemitério Israelita (mais tarde, "Mohawk")
abre atrás do local do futuro autódromo.
1887 – Início da Congregação Beth El
1890s a 1917 – Pogroms na Rússia encorajam milhares de judeus
a emigrarem para o noroeste da China
1900 – Shearit Israel é consagrado
1907 – A sinagoga russa Ohel Moshê abre na Concessão
francesa
1912 – O Clube Recreacional Judaico é estabelecido
1917 – Revolução Russa
1920 – Ohel Rachel abre para serviços
1927 – Beth Aharon é aberta
1927 – Ohel Moshê move-se para seu local atual em Hong kou
1930 – A Casa de Sassoon (hoje Hotel Peace) é completada
1930s– Os judeus se destacam nas áreas da música e
medicina
1930s– Sir Victor Sassoon constrói os maiores edifícios
da cidade
1931 – Ocupação japonesa na Mandchúria leva
muitos judeus a fugirem para Shangai
1932 – A Escola Judaica de Shangai muda para o complexo Ohel Rachel
1937 – Os japoneses invadem a China, ocupando a área ao redor
de Shangai
1938 – A "Noite dos Cristais" na Alemanha leva muitos
judeus alemães e austríacos a fugirem para Shangai
1939 – A Alemanha invade a Polônia
1939 – É fundada a Escola Kadoorie para refugiados
1940 – Os judeus poloneses na Lituânia conseguem vistos para
o Japão com Chiune Sugihara
1941 – Os últimos refugiados de Kobe chegam a Shangai, incluindo
a Yeshivá de Mir
1941 – A Nova Sinagoga Russa é consagrada
1941 – É aberta a Sinagoga McGregor para refugiados alemães
em Hongkou
1941–45 – Judeus com passaportes dos Aliados são enviados
a campos de detenção
1943–45 – É estabelecida uma área para Refugiados
Apátridas em Hongkou
1943–45– Ohel Rachel é ocupada pelos japoneses: os
serviços mudam para a Casa Toeg
1945 – Termina a Segunda Guerra: a comunidade reocupa Ohel Rachel
1949 – Os comunistas vencem a Guerra Civil Chinesa
1952 – Ohel Rachel entregue às autoridades; a última
Torá é transferida para Israel
1950s– Autoridades estabelecem um Conselho Comunitário Judaico
único e unificado
1950 – Todas as sinagogas são fechadas
1960s– O número de judeus é reduzido a algumas dúzias;
as atividades são realizadas na Casa de Abrigo
1966 – Fechamento de todas as organizações religiosas
e estrangeiras no início da Revolução Cultural
1981 – O primeiro residente judeu permanente segue-se à criação
da política de portas abertas
1982 – Falecimento do último membro da Comunidade Judaica
anterior
1990 – Primeiras atividades organizadas pelos judeus residentes
contemporâneos
1998 – O Secretário de Estado e a Primeira Dama dos Estados
Unidos visitam a Sinagoga Ohel Rachel
1998 – O Primeiro Rabino da recém-criada comunidade
1999 – É concedida à Comunidade Judaica de Shangai
o uso ocasional de Ohel Rachel
Chabad em Shangai
A China foi uma das poucas nações a dar as boas vindas aos
judeus que fugiam da perseguição nazista, e muitos se dirigiram
a Shangai. Com a Revolução Comunista, porém, a maioria
deixou o país.
Agora, décadas depois, uma pequena comunidade judaica é
liderada por Rabi Shalom Greenberg e sua esposa, Dena. Eles estabeleceram
o Chabad de Shangai, em 1998.
P: Quantos judeus existem em Shangai, e de onde apareceram?
R: Há cerca de 200 famílias judias vivendo em Shangai.
Vieram, na sua maioria, dos Estados Unidos, Europa, Austrália,
África do Sul e América do Sul. Temos também alguns
viajantes que nos procuram em busca de um pouco de Judaísmo.
P: Quais os desafios que vocês encontram no Shabat em Shangai?
R: Bem, o Judaísmo não é oficialmente reconhecido
pelo governo, portanto, fazemos reuniões em particular, em nosso
apartamento. Não temos permissão de operar uma sinagoga,
e oficialmente, somente estrangeiros podem comparecer. Portanto, fazemos
os serviços em casa, e às sextas-feiras recebemos cerca
de 30 pessoas à nossa mesa do Shabat.
P: Como conseguem comida casher?
R: É aí que a vida começa a ficar interessante. Temos
de trazer tudo nós mesmos, em malas, e muitas pessoas confiam em
nós para arrumar comida casher para elas. Precisamos ir a Hong
Kong para isso, onde o rabino de Chabad local nos ajuda a obtê-la.
P: Há muitos judeus em Hong Kong?
R: Bem, é a maior população judaica da China. Eu
diria que existem aproximadamente 3.000 famílias judias vivendo
ali.
P: Descreva a atitude dos chineses em relação a
vocês.
R: As pessoas dizem que nos respeitam, e acreditam que haja muitas
semelhanças entre as culturas chinesa e judaica. Eles também
se orgulham do porto seguro que a China nos ofereceu durante a Segunda
Guerra. É um desafio estar a milhares de quilômetros de casa,
porém, mais uma vez, é aí que estão as recompensas.
Turismo em Shangai
O clima de Shangai
Shangai significa "Sobre a Água", e devido à sua
proximidade com o Mar do Leste da China, o clima pode ser bastante imprevisível.
Os verões são quentes e úmidos, e tem tal reputação
que muitas pessoas que viajam a negócios evitam fazê-lo nesta
época. O outono começa em meados de setembro, e é
bastante agradável. Um suéter será suficiente para
mantê-lo aquecido. O inverno pode ser bem frio, mas raramente neva.
É mais provável que você se veja apanhado por uma
chuva gelada. A primavera também é chuvosa, mas as folhas
começam a voltar e aumenta o número de pessoas caminhando
nas ruas. Leve um guarda-chuva em todas as épocas do ano, que pode
ser usado como proteção tanto da chuva quanto do sol.
Comida casher
Aconselhamos que o visitante estoque toda a comida casher que precisar
durante as viagens. Não há muitos produtos casher disponível
aqui, além de alguns itens importados. Porém, o abastecimento
não é confiável. O preço também é
o triplo daquele do ocidente.
Restaurantes vegetarianos
Não há restaurantes vegetarianos na China que estejam de
acordo com os padrões da Cashrut. É possível que
haja gordura não-casher em um alimento rotulado de "estritamente
vegetariano."
Água
Não se deve beber água da torneira que não esteja
fervida em Shangai ou na China Continental – use apenas água
destilada para beber e cozinhar. Os habitantes bebem principalmente água
fervida (kaishui) e encontra-se água mineral à venda em
todo lugar.
Frutas e vegetais
Produtos frescos podem ser ingeridos, mas devem ser esfregados com sabão
desinfetante, e de preferência deve-se cozinhá-los antes
de comer. Para sua própria segurança, não coma nada
dos vendedores nas ruas.
Locais judaicos em Shangai
Informações turísticas: http://www.chinajewish.org
1–
Sinagoga Ohel Rachel, Escola Judaica de Shangai
Sinagoga OhelRachel
|
Este é o edifício
mais importante da comunidade judaica que permanece até hoje. Foi
a primeira sinagoga para a comunidade sefaradita em Shangai (principalmente
iraquianos). Foi usado entre 1929 e 1952, exceto por dois anos durante
a Guerra. Fundado por Sir Jacob Sassoon (de Hong Kong) em memória
de sua esposa, e consagrado em 1920 por Rabino W. Hirsch, é ocupado
agora pelo Bureau de Educação de Shangai. Visitas devem
ser agendadas (e podem ser conseguidas pela Comunidade Judaica, 021 6289-9903).
O edifício da Escola Judaica de Shangai ainda existe. Fica no lado
esquerdo. A escola foi fundada em 1900 por D.E.J. Abraham nos terrenos
de Shearit Israel, e transferida para cá em 1932 por Horace Kadoorie.
Todos os outros edifícios são posteriores a 1952. Costumava
haver um micvê no espaço próximo à escola (onde
existe agora um edifício de seis andares), e havia uma entrada
separada em Xinzha Road (ainda visível). A entrada principal está
localizada no nº 500 de Shaanxi North Road.
2 – Jardins do Pacífico e Casa Toeg
Como a sinagoga estava nas proximidades, Shaanxi North Road possui muitas
residências de judeus iraquianos. Pacific Gardens era popular para
muitas famílias iraquianas de classe média alta. Por exemplo,
os Abraham viviam no nº 7. Portadores de passaporte britânico, passaram
boa parte da Guerra na Prisão Long Hua para cidadãos Aliados.
Os Toeg estavam no segundo escalão de judeus iraquianos abastados;
sua residência acomodou dez famílias chinesas depois que
saíram em 1951. Os Toeg eram muito envolvidos nas atividades comunitárias
e da sinagoga, e durante a Guerra, os Rolos de Torá e toda a mobília
foram armazenados em sua casa, quando os japoneses ocuparam a sinagoga.
3 – Área do Antigo Mercado, Teatro Uptown, Lojas
judias
Desça a Shaanxi North Road e vire à direita em Nanjing Road.
Existiam aqui muitas pequenas lojas judias de varejo, devido a alta concentração
de fregueses. Teria havido um mercado de vários andares à
esquerda (lado leste) mais ou menos onde é a parte de trás
de um novo arranha-céu. Pessoas de todas as nacionalidades costumavam
comprar aqui, e podia-se ouvir os mais diversos idiomas. Havia um açougue
casher no seu interior. O Teatro Uptown era um marco bem conhecido para
os habitantes das proximidades, e muitos deles costumavam assistir a filmes
novos ali, e ainda permanece na esquina de Nanjing Road com Shaanxi North
Road. Quem for rumo oeste em direção a Portman, passará
pelo local onde havia uma panificadora judaica, e hoje é o Hotel
Mandarim.
4 – Salão de Exposições, antigo Hardoon
Gardens
Para os habitantes de Shangai, Sir Silas Hardoon permanece como o estrangeiro
mais famoso na velha Shangai. Era considerado uma das pessoas mais ricas
da cidade, e comenta-se que foi forçado a pagar pela pavimentação
de Nanjing East Road, por causa de sua fortuna e por ser proprietário
de 40% dos edifícios da rua. Embora tenha construído Beth
Aharon por causa de um sonho, não se sabe que tivesse fortes laços
com a comunidade judaica, e até mesmo casou-se com uma mulher eurasiana.
O casal adotou mais de 20 órfãos, e construiu jardins japoneses
e chineses em sua imensa propriedade no centro da cidade. O complexo inteiro,
agora conhecido como Shangai Exhibition Center (em frente ao Portman Ritz-Carlton
e originalmente chamado de Salão da Amizade Sino-Soviética),
foi sua residência. Os antigos habitantes de Shangai ainda o conhecem
como Hardoon Gardens. A rua imediatamente a oeste (Tongren Road) foi certa
vez chamada de Hardoon Road.
5 – Kadoorie, Abraham, Hayim, Moses e Ezra
Algumas destas casas não mais facilmente acessíveis por
causa dos muros ou razões de propriedade. Sir Horace Kadoorie foi
um dos três mais ricos da comunidade (com Hardoon e Sassoon), e
construiu a magnífica Marble Hall para sua residência. Ainda
existe atualmente, agora em frente ao Equitorial Hotel (perto do Hilton
Hotel). O turista provavelmente conseguirá esgueirar-se para conhecê-lo
sem marcar uma visita, pois é hoje conhecido como o "Palácio
das Crianças" da cidade, para atividades extracurriculares
dirigidas aos jovens. A Ezra House, em Huai Hai Road (originalmente Avenue
Joffre) também é impressionante, mas atualmente pertence
ao exército, e pode-se vê-la apenas da rua. Os Ezra estavam
entre os primeiros sionistas em Shangai e iniciaram o Israel's Messenger
em 1904.
D.E.J. Abraham foi o presidente da comunidade sefaradita por muitos anos,
e sua enorme mansão era o local onde ocorriam as partidas de futebol
nos fins de semana nos anos 30. Também está ocupada pelo
exército e é difícil de visitar. A Casa Hayim estava
atrás dela. A Casa Moses em Huashan Road ficava muito próxima
da escola Britânica e agora faz parte do Hospital East China.
6 – Clube Judaico, agora Conservatório
O Clube Judaico Russo acabou por tornar-se um clube para toda a comunidade.
Como os russos eram os maiores sionistas em Shangai, as notícias
sobre a criação do Estado de Israel, incluindo o discurso
do Primeiro Ministro David ben Gurion, foram lidas para a comunidade no
Clube Judaico Russo em 1948. O local é usado atualmente pelo Conservatório
de Música de Shangai. Como a influência judaica no cenário
musical de Shangai provavelmente foi maior que em qualquer outra área,
este é também um tributo apropriado. De fato, judeus da
Europa central e da Rússia treinaram muitos que se tornariam os
músicos mais destacados da cidade por décadas.
Localizado em Fenyang Road, ao sul de Huai Hai Road.
7 – Hospital Judaico, hoje Hospital de Olhos, Nariz e Garganta
O Hospital Judaico de Shangai foi chamado originalmente de B'nai Brith
Polyclinic, e fundado em 1934; adotou seu novo nome em 1942, e foi dirigido
pelo Dr. Max Steiman. Hoje, funciona no local o Hospital dos Ouvidos,
Nariz e Garganta de Shangai (Otorinolaringológico). Embora não
tão notável quanto na música, a influência
judaica na Medicina também é significativa. Os médicos
judeus alemães desempenharam um importante papel após sua
chegada no final da década de 30. Localizado no nº 83 de Fen Yang
Road (antiga Rua Pichon).
8 – Clube Judaico de Recreação
Este edifício era o centro das atividades esportivas da comunidade.
Dirigido a princípio pelos russos, tornou-se mais tarde uma organização
aberta à toda a comunidade. Os judeus se destacam no boxe em Shangai,
e possuem fortes times jogando futebol e participando de outras competições.
Leo Meyer, um refugiado alemão, havia sido um craque em Dusseldorf,
e liderou o time de refugiados até o segundo lugar no campeonato
da liga de Shangai em 1939. No verão do mesmo ano, Meyer conduziu
o time à vitória no campeonato de mini-futebol. Nesta parte
da cidade (e talvez até mesmo no próprio Clube Judaico de
Recreação), muitos alunos da Yeshivá de Mir ensinaram
os judeus locais a respeito da Tradição Judaica. Embora
a grande maioria dos alunos da famosa yeshivá estudasse em outros
locais, as aulas aqui ministradas levaram muitos judeus de várias
comunidades a entrarem na Mir após a Guerra. Localizada em Mao
Ming North Road, na esquina da Casa de Avraham.
9 – Cemitério Original
Conhecido originalmente como "Cemitério Israelita" e
depois como "Cemitério Mohawk", devido à sua localização
em Mohawk Road, este foi o primeiro dos quatro cemitérios judeus
em Shangai. Quando foi aberto em 1862, este local estava além do
limite oeste da cidade. Posteriormente, margearia o Autódromo da
cidade. A torre da pista de corridas e a tribuna de honra ainda podem
ser vistas do outro lado da rua, a primeira sendo atualmente um museu
de arte, e a última abriga escritórios e um museu para a
nova ópera. Os quatro cemitérios judeus de Shangai foram
mudados para os subúrbios a oeste nos anos 1950, sendo mais tarde
destruídos durante a Revolução Cultural. Ainda permanecem
dois túmulos Kaddori no Parque Soong Qin-Ling em Hongqiao. Localizado
no pequeno parque, na esquina de Huang Pi Bei Road com Nanjing Road.
10 – Estrelas de David
A partir do cemitério, desça Nanjing Road em direção
a Bund. Verá a torre do autódromo à direita. Vire
a primeira à esquerda em Xinchang Road. Caminhe um quarteirão
por esta rua estreita. À esquerda, verá um edifício
adornado com Estrelas de David. Este estilo de construção
era usado por muitos sefaraditas por todo o leste da Ásia e pode
ser visto em vários edifícios em Singapura, entre outros.
Sir Silas Hardoon talvez tenha construído o prédio, pois:
1) Nanjing Road era conhecida por ter sido 40% construída por ele;
2) ele era famoso por construir edifícios mais baratos para cidadãos;
e este prédio ajusta-se à localização e descrição
de sua construção.
11 – Sinagoga Beth Aharon
A Sinagoga Beth Aharon estava localizada onde se ergue o único
edifício de escritórios em Hu Qiu Road (nº 42, originalmente
nº 50 em Museu Road) fora de Beijing Road e perto do Bund. Foi construído
em 1927 por Sir Silas Hardoon em memória a seu pai, e demolido
em 1985. Uma das grandes menorás de pedra foi poupada, e está
preservada no Museu de Shangai. Foi emprestada ao Museu do Holocausto
em 2000 para uma exposição. Quando a Mir Yeshivá
fugiu para Shangai, continuaram os estudos na Sinagoga Beth Aharon, então
vazia – miraculosamente, os assentos eram em número exato
para acomodar os 400 membros!
Kaifeng
Um apanhado da História dos Judeus em Kaifeng, escrito pelo Professor
Xu Xin
Os judeus começaram a chegar ao solo chinês em época
muito remota. Historiadores e eruditos no campo dos Estudos Judaicos concordam
quase unanimemente que os judeus chegaram à China não depois
de 600 EC, embora alguns insistam que sua chegada aconteceu muito antes.
Durante a Dinastia Tang (618-907), os judeus eram bastante ativos em muitas
cidades chinesas. Um dos testemunhos mais antigos existentes sobre sua
presença data do início do século oitavo. É
uma carta comercial, escrito em judeu-persa, descoberta por Sir Aurel
Stein em Khutan, um posto avançado do Império Chinês
na famosa Rota da Seda.
Entretanto, devido à falta de sólida evidência histórica,
não se pode provar que quaisquer comunidades judaicas permanentes
tenham sido estabelecidas na China durante este período. A maioria
dos judeus que foi à China por volta desta época, podemos
presumir, era de mercadores e homens de negócios. Viajavam entre
o oriente e o ocidente com propósitos comerciais, sem desejo de
viver permanentemente na China.
A comunidade judaica na cidade de Kaifeng era talvez a única exceção
a este padrão. Kaifeng, conhecida como Bianliang durante o período
em que foi capital da Dinastia da Canção do Norte (960-1126),
foi uma das cidades mais antigas da China. Situada na margem sul do Rio
Amarelo, próxima à sua junção com o Grande
Canal, Kaifeng era um ponto de encontro para contatos comerciais com a
Ásia Central, e países mais longínquos a oeste.
Os judeus de Kaifeng chegaram à cidade com as famílias e
nunca mais a deixaram, depois de se estabelecerem e lá começarem
a vida. As origens da comunidade remontam ao século onze. Acredita-se
que o grupo original de colonizadores incluía cerca de setenta
clãs judaicos, totalizando talvez quinhentas pessoas. Os judeus
de Kaifeng estavam muito envolvidos na economia local, e levavam também
uma vida comunitária ativa. Em 1163 foi construída uma sinagoga,
que foi reconstruída muitas vezes no decorrer dos séculos,
até ser finalmente destruída em meados do século
dezenove. Os judeus engajaram-se em todas as profissões e negócios
praticados na cidade, e a comunidade prosperou bastante.
Durante a Dinastia Ming (1368-1644), o judaísmo de Kaifeng atingiu
o auge, com uma população de aproximadamente cinco mil.
Seu status econômico e social era mais elevado que jamais o fora
antes. Uns poucos judeus atingiram posições proeminentes
no funcionalismo público e no exército. Embora a influência
da cultura chinesa fosse óbvia e inevitável, as tradições
e costumes judaicos foram bem preservados e bastante seguidos, de forma
geral. Grande parte da história e vida judaicas em Kaifeng foram
descritas em três estelas erigidas no pátio da sinagoga nos
anos de 1489, 1512 e 1663, e passadas às gerações
posteriores.
Os anos seguintes assistiram ao gradual declínio da comunidade.
Casamentos mistos, assimilação, isolamento do resto do mundo
judaico, desastres naturais (por exemplo, as destrutivas enchentes do
Rio Amarelo), e guerras, todos estes fatos cobraram seu tributo.
Em meados do século dezenove, o último rabino faleceu sem
deixar sucessor, diminuiu o número de freqüentadores da sinagoga,
e a comunidade praticamente deixou de existir. Apesar disso, permaneceu
viva a identidade judaica de muitos indivíduos cujos ancestrais
tinham sido membros da comunidade. Até mesmo na última década
do século vinte, os jovens descendentes dos judeus de Kaifeng ainda
se consideram judeus, e compartilham um forte senso de identidade étnica.
Estima-se que existam atualmente entre quinhentas e mil pessoas na China
que se consideram descendentes da histórica comunidade judaica
de Kaifeng. Alguns ainda moram em Kaifeng, mas muitos se encontram em
outras cidades chinesas.
Embora os judeus de Kaifeng vivessem pacificamente lado a lado com seus
vizinhos chineses por centenas de anos, atraíram pouca atenção
dos escritores e eruditos chineses. Dentre as razões para este
fato, muito provavelmente, está o número enorme da população
chinesa. Em meio a milhões e milhões de chineses, um grupo
totalizando apenas uns poucos milhares, não importa quão
singular seja seu estilo de vida, era um minúsculo fragmento que
passou quase despercebido. Por causa disso, fontes chinesas clássicas
mal mencionam os judeus de Kaifeng. Entretanto, sua existência nesta
terra tão distante atraiu a atenção dos acadêmicos
ocidentais depois que as notícias do encontro entre um judeu de
Kaifeng e um missionário jesuíta em Pequim em 1605 espalhou-se
pela Europa. Desde então, o estudo e o interesse por esta comunidade
judaica jamais cessou.
Atualmente, existem uns 100 descendentes de judeus em Kaifeng que reivindicam
"identidade" judaica, como se pode reconhecer pelos seus sobrenomes
sino-judaicos. Na sua maioria, estão completamente assimilados,
e ignoram as tradições judaicas básicas. Um extrovertido
descendente de judeu de Kaifeng é o Sr. Moshe Zhang Xingwang que
leva turistas judeus para conhecer Kaifeng, e os apresenta a outros descendentes
de judeus de Kaifeng.
História Judaica em Kaifeng
58-75 – Primeira evidência de judeus na China durante o reinado
Mingdi do Imperador Han
881 – Geógrafos árabes mencionam os judeus em Cantão
960-1126 – Dinastia Northern Song; os judeus se estabelecem em Kaifeng
pela primeira vez
1163 – A primeira sinagoga consagrada em Kaifeng
1279-1368 – Dinastia Yuan; os judeus assumem cargos na burocracia
mongol
1286 – Marco Polo faz a primeira referência ocidental a judeus
na China
1368-1644 – Dinastia Ming: os judeus atingem o número de
5000, e alguns obtêm cargos oficiais
1489 – Estela registra história da Comunidade Judaica Kaifen
1512 – Segunda Estela
1605 – Jesuíta Matteo Ricci encontra Kaifeng Jew Ai Tian
em Beijing
1642 – Uma enchente destrói a sinagoga
1644-1911 – Dinastia Qing; comunidade judaica Kaifeng em declínio
1663 – Terceira Estela – perdida, mas o texto foi preservado
1679 – Quarta Estela
1722 – Padre Jean Paul Domenge esboça a Sinagoga Kaifeng
1810 – Morre o último Rabino, a comunidade perde conhecimento
do hebraico
1841 – As enchentes do Rio Amarelo levam pobreza à comunidade
1851-66 – A Sinagoga está destruída, desmantelada
1866 – Visita de W.A.P. Martin. Apenas 300 a 400 judeus sobrevivem,
empobrecidos
1899 – Vigário apostólico adquire a Torá e
outros documentos menores
1901-2 – Judeus Kaifeng viajam a Shangai e encontram líderes
como E. Ezra Judeus de Shangai e Londres angariam fundos para a Sinagoga
Kaifeng. Os fundos para a sinagoga Kaifeng são enviados para ajudar
os judeus na Rússia
1910-33 – Bispo William Charles White vive em Kaifeng
1911 – Bispo White adquire as Estelas, com a condição
de que jamais saiam da província de Henan
1914 – A Missão do Bispo White compra o local da sinagoga
1923 – Escrituras hebraicas encontradas à venda no mercado
1924 – A Sociedade Shangai envia delegados a Kaifeng para oferecer
ajuda
1952 – Judeus de Kaifeng enviam delegação para participar
das celebrações do Dia Nacional, mas não recebem
status oficial de minoria.
Kaifeng
Para o viajante individual, chegar a Kaifeng pode ser um desafio. A opção
lenta e barata é tomar um trem que leva 14 horas até Kaifeng.
No Hotel Longmen em Shangai turistas estrangeiros podem comprar passagens
para Kaifeng. Recomendamos o trem nº 466, que parte às 16h30m e
chega a Kaifeng na manhã seguinte, às 6h30m. Há outros
trens, mas assegure-se de consultar a tabela de horários.
Obs.: A moeda corrente na China é o yuan, mas após a Revolução
chama-se o dinheiro pelo nome popular de Renimbin, cuja abreviação
é RMB.
Se você está com pressa, ou exige conforto, talvez queira
ir de avião de Shangai a Zhenghzhou, a capital de Henan, a apenas
50 minutos de distância de Kaifeng pela rodovia nova.
Excursões da Associação de Estudos Sino-Judaicos
Xu Xin organiza excursões de dois dias para 16 ou mais pessoas.
Xu Xin é professor de Estudos Judaicos na Universidade de Nanjing,
Presidente da Associação de Estudos Judaicos na China, autor
de Lendas dos Judeus Chineses, e editor da Enciclopédia Judaica
(Versão chinesa). Parte das taxas da excursão vai para obras
de caridade em Kaifeng.
Professor Xu Xin
Fone: (8625) 881-8375
E-mail: xuxin49@jllonline.com
Matt Trusch
Fone: (8621) 6471-8203
E-mail: longevity22@hotmail.com
Excursões particulares
Moshe Zhang, descendente de judeus
Fone: 0378 598-2014
Alex Liu, intérprete de Moshe
Fone: 0378 398-8062
Locais judaicos em Kaifeng
1– Museu Kaifeng
As peças mais importantes da Exposição Judaica no
quarto andar do museu são três estelas gastas, lousas de
pedra encomendadas pelos judeus chineses nos séculos quinze e dezessete,
para preservar a história de seus ancestrais. Embora a escrita
nas estelas esteja em mandarim tradicional, a história narrada
pelas pedras é nitidamente judaica. É necessário
marcar visitas antecipadamente, com Kaifeng CITS (0378 398-0084). Localizado
em Yingbin Road.
2 – Guild Hall
No início da Dinastia Qing, mercadores de três províncias
doaram os fundos para construir este magnífico hall. De interesse
histórico, há as duas maquetes da cidade de Kaifeng, uma
há mil anos, quando Kaifeng era a capital da Dinastia Northern
Song, e a outra, moderna como nos dias de hoje. Localizado em Xufu Jie.
3 – Riverside Park
Riverside Scene Park é o novo parque temático cultural de
Kaifeng, que se gaba de possuir a melhor exposição sobre
o judaísmo de Kaifeng. O parque é modelado segundo o quadro
da Northern Song "Cena à beira do rio no Festival de Qingming",
por Zheng Zeduan. Estão representados o portão da capital
de Northern Song, a ponte colorida, ruas antigas, lojas, canais, docas
e barcos – arranjados segundo a pintura original. Há peças
de artesanato Song à venda, e shows folclóricos proporcionam
diversão durante o dia.
As exposições judaicas ocupam agora três edifícios
adjacentes. O primeiro tem quadros com reencenações de contos
históricos e lendários, bem como uma maquete da sinagoga,
baseada no desenho feito por Jean Domenge, um missionário jesuíta,
em 1722.
O segundo edifício abriga a exposição do Instituto
Sino-Judaico sobre os judeus de Kaifeng, uma importante contribuição
tanto aos visitantes locais quanto internacionais. Aproximadamente 40
quadros e suas respectivas legendas em inglês e chinês estão
organizados para formar duas histórias. Estão incluídas
antigas fotos de família, mapas, objetos, documentos históricos,
diagramas da antiga sinagoga, etc.
O terceiro edifício contém a própria exposição
histórica sobre os judeus da localidade. A mostra exibe parte da
mesma informação histórica contida na exposição
SJI, mas possui também alguns destaques locais, como uma réplica
do mercador judeu Tang e seu camelo, cópias das três estelas
exibidas no Museu Kaifeng (1489, 1512, 1663), e fotos coloridas dos locais
judaicos existentes.
Se não conseguir encontrar a exposição (atrás
do parque, passe pelo Portão Antigo, e entre à esquerda),
ou se achar a exposição fechada, peça ajuda a um
funcionário do Parque. Riverside Park está localizado na
esquina noroeste de Kaifeng, próximo ao Pavilhão Dragão.
4 – Ruínas da Sinagoga
Atrás do Hospital do Povo nº 4, que já foi o local original
da Sinagoga Kaifeng, em um pequeno edifício industrial dominado
por sibilantes dutos de vapor, no centro do andar, o foco de luz de uma
lanterna pode mostrar tudo o que restou da sinagoga original – um
poço, quase oculto entre azulejos quebrados, que costumava fornecer
água aos judeus locais nos séculos passados.
Em uma mensagem positiva, a Autoridade de Turismo e Bureau Cultural de
Kaifeng têm convidado judeus a investirem na reconstrução
da sinagoga original no local primitivo, para servir como um Museu Histórico
Judaico. Para mais informações, contate Matt Trusch ou CITS
de Kaifeng.
5 – Antigo Bairro Judeu
Os viajantes podem caminhar pela "Alameda Ensinando a Torá"
e passar pelas vielas tortuosas do antigo Bairro Judeu. Lá pode-se
ver residências dos clãs Zhao e Zhang. Alguns descendentes
de judeus ainda vivem na sinuosa hutong. Localizada atrás das ruínas
da sinagoga.
6 – Pavilhão Dragão
Embora não seja uma atração judaica em particular,
certamente merece uma visita. Este Palácio Imperial é uma
antiga fortaleza que servia de residência ao imperador quando a
cidade era a capital da Dinastia Northern Song (960-1126), quando os judeus
provavelmente lá se instalaram.
7 – Mesquita do Leste
Construída pela primeira vez em 1407, e reformada duas vezes durante
a Dinastia Qing, alguns dizem que a mesquita é similar em estrutura
à arquitetura da Sinagoga Kaifeng, hoje destruída. Além
disso, muitos afirmam que as telhas que cobrem a Mesquita foram tiradas
da Sinagoga. Localizada no lado oeste de South Qingping Road.
8 – Túmulo dos Jin
Fora de Kaifeng, em um campo vazio onde às vezes brincam as crianças
da área rural, uma única lápide fúnebre assinala
o local onde, por centenas de anos, a família judaica Jin enterrou
seus mortos. Para visitar o Túmulo dos Jin, localizado na Aldeia
de Cai, combine com Kaifeng CITS.
9 – Mercado Noturno de Kaifeng
O mercado noturno de Kaifeng é uma mistura caótica de iguarias
anunciadas aos gritos, fogo de labaredas azuis, e talharim enrolado. Introduz
os viajantes à permanente lembrança dos muitos séculos
da cidade como potência comercial, voltando ao tempo em que Kaifeng
era a capital da Dinastia Northern Song (960-1126). Os turistas podem
juntar-se às filas de cidadãos locais famintos. Localizado
na Praça Gulou.
Descendentes dos Judeus de Kaifeng
Alguns viajantes têm a oportunidade de compartilhar uma refeição
com descendentes de judeus de Kaifeng, cujo único vestígio
remanescente de sua vasta herança cultural é dizerem aos
filhos que são membros da Nação Judaica.
Contate Sr. Moshe Zhang, descendente de judeus de Kaifeng, ou combine
um encontro. Fone 0378 598-2014.
Beijing
A mais antiga referência a judeus em Beijing é encontrada
no relatório de Marco Polo, quando registrou que em 1286, judeus,
muçulmanos e budistas zombaram de um príncipe mongol nestoriano
cristão, que tinha falhado numa tentativa de rebelião. Isso
ocorreu antes de Kublai Khan na corte em Khanbaliq (a cidade do Khan),
como Beijing era então conhecida durante a Dinastia Yuan (1279-1368).
O frade franciscano Jean de Marignolli relatou que havia debatido com
judeus em Khanbliq, em 1342. A cidade estava na mesma região da
moderna Beijing, mas nenhuma construção daquele período
sobreviveu.
1. Acendimento da menorá gigante
Ramal Shalmiev, sua Excelência o embaixador de Israel em
Beijing, Dr. Yehoyada Haim, e Rabino Shimon Freundlich
|
O mundo ocidental
seria informado da existência da comunidade judaica de Kaifeng quando
o jesuíta Matteo Ricci, recentemente chegado a Beijing, encontrou
um judeu de nome Ai Tian em 24 de junho de 1605. Ai Tian, um membro daquela
comunidade Kaifeng, havia passado por um exame imperial, sendo portanto
um licenciado. Tinha ido a Beijing para conseguir um cargo burocrático,
quando ouviu falar dos estrangeiros que também acreditavam em um
único D’us, e procurou Ricci na residência deste.
Durante o período entre a fundação da República
Popular da China de Mao e a "Política das Portas Abertas"
de Deng Xiaoping (1949-1979), havia poucos estrangeiros – que dirá
judeus – na capital do país. Deste punhado de judeus, os
únicos que haviam conseguido residência permanente foram
aqueles que apoiaram o regime comunista e conseguiram a cidadania chinesa.
Estes incluem Sidney Shapiro e Israel Epstein.
Os judeus começaram a voltar a Beijing em grande número
com o decreto "Política das Portas Abertas" de Deng em
1979. A maioria dos judeus que formava a comunidade naquela época
vinha dos Estados Unidos, e foi à China para fazer carreira no
comércio, jornalismo, diplomacia ou para estudos acadêmicos.
Em 1980, a comunidade de Beijing promoveu seu primeiro sêder. Nos
anos 1990, a comunidade aumentou em números e tornou-se mais cosmopolita,
incluindo judeus de vários países e praticamente todos os
continentes. Em 1995, os serviços de sexta-feira à noite
começaram a ser realizados semanalmente de forma regular no Capital
Club de Beijing. Aulas para crianças pequenas e um grupo de debates
para os adultos são realizados habitualmente.
Graças a generosas doações, tanto para livros de
orações de Shabat como para Sêfer Torá, a comunidade
pode celebrar todas as Festas mais importantes. Nas Grandes Festas e no
Sêder de Pêssach, a comunidade pode contar com a presença
de 200 pessoas para compartilhar as ocasiões festivas. Outros marcos
importantes para a comunidade incluem seu primeiro bar-mitsvá em
1996 e seu primeiro brit milá em 1997.
Harbin
Os judeus começaram a mudar-se para Harbin em 1898. Naquela época,
receberam incentivos especiais, além de um grau maior de liberdade
religiosa se concordassem em mudar para Harbin e ajudar na construção
da Estrada de Ferro Transiberiana, abrindo negócios e construindo
a economia da cidade. E os judeus de fato tiveram um papel importante
na criação da cidade de Harbin, praticamente a partir do
zero. Quando os judeus chegaram em 1898, a cidade de Harbin nada mais
era que um amontoado de choupanas ao longo do Rio Songhua, mas na época
da invasão japonesa tinha se tornado uma importante cidade cosmopolita
e eixo da ferrovia entre a Sibéria e Vladivostok.
Chabad
de Beijing |
Os judeus chegaram
a Harbin em duas grandes levas: uma seguindo-se aos pogroms após
a derrota da Rússia na Guerra Russo-Japonesa (1905), e outra após
os pogroms resultantes da Revolução Comunista (1917). No
auge em 1925, a comunidade judaica chegou a 25.000 pessoas. Naquela época,
a comunidade pôde construir uma sinagoga, um Talmud Torá,
bem como apoiar várias organizações de caridade,
incluindo um lar para os idosos e uma cozinha de sopa. O líder
da comunidade judaica era um médico, Abraham Kauffman. Ele fundou
um Hospital Judaico, que atendia não apenas pacientes judeus como
também chineses. De fato, os chineses idosos de Harbin ainda se
lembram de ter visitado o hospital quando eram crianças!
A situação ficou crítica para todo o povo de Harbin
quando os japoneses a invadiram em 1932. Os judeus não foram poupados
do sofrimento, e em meados da década de 30 apenas uns poucos milhares
permaneciam em Harbin, a maioria dos quais fugira para os refúgios
mais seguros de Mukden (hoje Shenyang), Dalian, Tianjin e Shangai.
Ainda existe uma sinagoga em Harbin, bem como um Talmud Torá, cemitério
e hospital judaico. O domo da sinagoga foi destruído durante a
Revolução Cultural, e o que restou está atualmente
sendo transformado em um hotel ou shopping-center. O Talmud Torá,
entretanto, foi preservado e atualmente abriga uma escola primária
da minoria coreana. As estrelas de David ainda estão nas janelas
para mostrar sua história judaica. O cemitério judeu em
Harbin é o único cemitério judaico existente na China.
Nos anos de 1950 foi mudado do centro de Harbin para uma montanha fora
da cidade, onde os chineses (que tenham meios de pagar) são enterrados
atualmente. A parte judaica do cemitério está restrita a
si mesma e, em 1997, estava muito bem preservada. O antigo Hospital Judaico
ainda existe, mas desde 1997 não é mais usado. Pontos de
referência judaicos incluem ainda o Modern Hotel, que era o "lugar
para ficar" na década de 20, e ainda está localizado
nas ruas para pedestres calçadas com pedras de Daoli, no coração
de Harbin. Além disso, há uma mansão de um mercador
judeu que ainda permanece, construída em 1908, localizada próxima
ao Museu Harbin.
Pontos de luz
"Naqueles tempos havia uma pessoa em cada cidade que acendia os lampiões
das ruas com uma tocha que carregava na ponta de um longo bastão.
Nas esquinas das ruas, os lampiões esperavam para serem acesos.
Entretanto, às vezes as lâmpadas não eram fáceis
de alcançar… havia lâmpadas em lugares difíceis.
Alguém tinha que acender até mesmo aquelas lâmpadas,
para que pudessem cumprir seu papel de iluminar os caminhos das pessoas.
Hoje, ainda, deve haver alguém pronto a deixar de lado sua conveniência
e esticar-se para acender mesmo aquelas lâmpadas de difícil
acesso…"
Rabi Menachem M. Schneerson, O Rebe de Lubavitch
O Rebe enviou milhares de shluchim formando pontos de luz no mundo inteiro.
O trabalho destes emissários, que sacrificam seu conforto familiar
e ambições pessoais, tanto físicas como espirituais,
é dedicar-se a cada judeu e despertar a faísca judaica que
se encontra adormecida.
Foi através do incansável trabalho e persistência
do Rebe que hoje assistimos a milhares de judeus retornando às
suas raízes judaicas e espalhando a chama, acendendo novos lampiões.
Que possamos seguir o exemplo e "acender" nossos amigos, nossos
vizinhos, nossa família e principalmente nossos filhos através
da educação judaica genuína encontrada na Torá,
do lugar onde nos encontramos. Cada chama acesa nos conduzirá ao
local de onde emana todas as bênçãos, coração
do mundo, Yerushalayim. Que possamos apressar o início de uma nova
Era onde reinará a luz, a paz e o reconhecimento de D’us
por toda a humanidade.
Chabad na Ásia
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