|
Os Rabinos muito versados nas Escrituras comparam as qualidades importantes
de nossa vida a um ou outro dos livros da literatura judaica. A Torá
esculpiu a alma judaica, e o indivíduo abraçou a Torá,
beijou-a e a usou para caracterizar e demonstrar um estilo de vida individual.
Rabino Tzadok Ha’cohen escreveu este pensamento profundo: O mundo
inteiro é um livro escrito por D’us, e a Torá é
o comentário que Ele escreveu naquele livro. Os Rabinos usaram
os títulos de muitos livros – da Torá e do Talmud
e suas vastas tradições – como capítulos para
suas próprias vidas. A vida, como um texto, encerra mistérios
que exigem comentários e mais comentários, como faz a própria
Torá. Por exemplo:
O Livro das Lamentações (Eiká) é uma metáfora
para os sofrimento das pessoas – com doenças, criação
dos filhos, a frustração sentida quando as metas da vida
se evaporam perante os nossos olhos, e na perda de um ente querido.
O Cântico dos Cânticos (Shir Hashirim) simboliza a extraordinária
coragem e fortaleza que as pessoas demonstram quando, apesar de todas
as dificuldades, conseguem ter esperança e dar amor, extrair alguma
harmonia em meio ao caos, transformar hinos fúnebres em canções,
e maldições numa infinidade de bênçãos.
O Livro da Justiça (Sefer Ha’Yashar) é uma metáfora
de nossa luta pela perfeição, da honestidade como tradição
religiosa, e por sermos retos em meio à profusão de trapaceiros.
Qual livro caracteriza melhor as qualidades dominantes de nosso parente
falecido? O título do livro se torna a inscrição
na lápide de sua memória.
|