|
TO Salmo 19 descreve a quietude do céu: "Não há
discursos, não há palavras" (Ein omer, ve’in
devarim, beli nishma kolam; v. 4).
Num firmamento preenchido com Big Bangs, cometas em choque e estrelas
cadentes, o Salmista vê o sol e a lua, nossas fontes do dia e da
noite, como luminárias silentes.
Assim, também, existem pessoas refinadas vivendo em locais ensurdecedores
que são ilhas de existência reservada, discreta e não-verbal.
Não se deve julgá-las pelos decibéis, mas pela sua
decência.
O Salmista então completa a metáfora dos silenciosos: "A
voz deles percorre a terra, e suas palavras [não ditas] vão
até o fim do mundo" (v. 5). Os silenciosos se comunicam não
por meio de gritos, mas com raios brilhantes que reluzem sobre os outros.
Rabi Isaac Luria, o grande cabalista, afirma que ao nascer as pessoas
recebem não um número de anos, mas um número de palavras,
enfatizando a qualidade, não a quantidade, que é de suprema
importância na vida delas. Esta noção explica por
que muitos causam grande impacto sobre outros embora sua vida seja curta.
Seus raios de bondade iluminaram silenciosamente muitas gerações,
sua luz se espalhou até o fim invisível do mundo.
|