E bênção

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23.12.2005 - 22 de Kislêv 5766

     
 

Moshê advertiu os israelitas que, ao entrarem em Canaã e receberem uma terra fértil "onde fluem o leite e o mel", eles não deveriam pensar que sua perícia os tornara ricos. Ao contrário, deveriam ter consciência de que Israel era um presente Divino.

Para aquela geração, o desafio não foi tão difícil, pois como Moshê tinha enfatizado antes, eles tinham vivido pessoalmente quarenta anos de milagrosa sobrevivência no deserto, alimentados pelo maná e por uma fonte que os acompanhava em sua jornada.

Com manifestações tão flagrantes de maravilhas Divinas, eles não estariam propensos a atribuir qualquer sucesso futuro à própria força e esperteza.

Atualmente, porém, vivemos há muitos séculos afastados dos tempos bíblicos. Talvez pensemos que o mundo funciona apenas por lei natural; que podemos determinar completamente nosso próprio destino e sorte, e que o sucesso ou o fracasso devem-se à nossa argúcia nos negócios ou aos esforços que fazemos.

Assim, a mensagem de Moshê pretendia atingir mais a nós que à sua própria geração. Certamente nos é exigido trabalhar, pois a própria Torá declara que D’us abençoará o trabalho "de tuas mãos" (Devarim 14:29), mas não devemos perder de vista o fato de que a bênção Divina, não a inteligência ou a força muscular, determina nossa sorte. A única diferença entre hoje e o tempo de Moshê é que naquela época, a mão de D’us era manifesta em toda parte, e hoje está oculta.

     
 
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