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Moshê advertiu os israelitas que, ao entrarem em Canaã e
receberem uma terra fértil "onde fluem o leite e o mel",
eles não deveriam pensar que sua perícia os tornara ricos.
Ao contrário, deveriam ter consciência de que Israel era
um presente Divino.
Para aquela geração, o desafio não foi tão
difícil, pois como Moshê tinha enfatizado antes, eles tinham
vivido pessoalmente quarenta anos de milagrosa sobrevivência no
deserto, alimentados pelo maná e por uma fonte que os acompanhava
em sua jornada.
Com manifestações tão flagrantes de maravilhas Divinas,
eles não estariam propensos a atribuir qualquer sucesso futuro
à própria força e esperteza.
Atualmente, porém, vivemos há muitos séculos afastados
dos tempos bíblicos. Talvez pensemos que o mundo funciona apenas
por lei natural; que podemos determinar completamente nosso próprio
destino e sorte, e que o sucesso ou o fracasso devem-se à nossa
argúcia nos negócios ou aos esforços que fazemos.
Assim, a mensagem de Moshê pretendia atingir mais a nós que
à sua própria geração. Certamente nos é
exigido trabalhar, pois a própria Torá declara que D’us
abençoará o trabalho "de tuas mãos" (Devarim
14:29), mas não devemos perder de vista o fato de que a bênção
Divina, não a inteligência ou a força muscular, determina
nossa sorte. A única diferença entre hoje e o tempo de Moshê
é que naquela época, a mão de D’us era manifesta
em toda parte, e hoje está oculta.
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