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Todo
aquele que lê o Livro de Job não pode deixar de sentir compaixão
pelo justo e piedoso Job, que parece ser injustamente submetido ao sofrimento.
Todos os argumentos racionais que seus amigos oferecem para justificar
seu sofrimento inocente parecem vazios, e a única resposta aceitável
é a de D’us: "Onde estavas quando Eu criei a terra?"
Em outras palavras, um ser humano consegue ver apenas um pequeno fragmento
do universo, uma partícula infinitesimal de tempo e espaço.
Nossa visão é como se fosse uma única peça
de um quebra-cabeças enorme, uma fração do quadro
inteiro, que não faz sentido por si mesmo. Somente quando todo
o quadro é montado, percebemos como esta peça de formato
estranho se encaixa com perfeição. Como nenhum ser humano
pode ter uma visão da totalidade do universo, não podemos
apreender o significado de um único fragmento dele.
Esta explicação não nos diz por que um inocente sofre,
mas por que não há uma explicação satisfatória.
Aceitar o sofrimento exige fé no Criador que projetou o universo
com um plano mestre, no qual tudo que acontece tem uma razão válida.
Talvez esta crença não conforte o sofredor, nem impeça
que fique irado com o Projetista do universo. A Torá, na verdade,
não condena a ira do sofredor (Bava Basra 16 b), mas exige que
ele aceite a adversidade com confiança de que D’us é
justo (Devarim 32:4).
Aceitação não significa aprovação,
mas nos permite evitar a ira paralisante, e seguirmos em frente com o
propósito de viver.
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