O Sofrimento do Justo

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05.08.2005 - 29 de Tamuz 5765
     
 

Todo aquele que lê o Livro de Job não pode deixar de sentir compaixão pelo justo e piedoso Job, que parece ser injustamente submetido ao sofrimento. Todos os argumentos racionais que seus amigos oferecem para justificar seu sofrimento inocente parecem vazios, e a única resposta aceitável é a de D’us: "Onde estavas quando Eu criei a terra?"

Em outras palavras, um ser humano consegue ver apenas um pequeno fragmento do universo, uma partícula infinitesimal de tempo e espaço. Nossa visão é como se fosse uma única peça de um quebra-cabeças enorme, uma fração do quadro inteiro, que não faz sentido por si mesmo. Somente quando todo o quadro é montado, percebemos como esta peça de formato estranho se encaixa com perfeição. Como nenhum ser humano pode ter uma visão da totalidade do universo, não podemos apreender o significado de um único fragmento dele.

Esta explicação não nos diz por que um inocente sofre, mas por que não há uma explicação satisfatória. Aceitar o sofrimento exige fé no Criador que projetou o universo com um plano mestre, no qual tudo que acontece tem uma razão válida.

Talvez esta crença não conforte o sofredor, nem impeça que fique irado com o Projetista do universo. A Torá, na verdade, não condena a ira do sofredor (Bava Basra 16 b), mas exige que ele aceite a adversidade com confiança de que D’us é justo (Devarim 32:4).

Aceitação não significa aprovação, mas nos permite evitar a ira paralisante, e seguirmos em frente com o propósito de viver.

     
 
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