Certas pessoas parecem ter duas personalidades. Algumas são muito gentis, educadas e conciliadoras durante o dia de trabalho, com clientes e colegas, mas quando chegam em casa tornam-se tiranos exigentes e inflexíveis. Por outro lado, outras são carinhosas, pacientes e cheias de consideração em casa, mas nos negócios são impiedosas, não deixando que nada as atrapalhe em sua caminhada para o lucro.

Nenhum dos comportamentos é aceitável. A vida deve ser governada por princípios que se apliquem em toda parte, e devemos praticá-los em todos os assuntos. Para o judeu, estes princípios são encontrados na Torá, que inclui não apenas as Escrituras, como também o Talmud e as várias obras compiladas pelos eruditos de Torá no decorrer dos séculos.

No trecho da Torá inscrito na mezuzá, lemos que a pessoa deveria conversar sobre Torá em casa, na rua, ao acordar e ao retirar-se para dormir. Esta mensagem deve ser escrita nos batentes da casa.

Em outras palavras, do despertar ao adormecer, tanto dentro da casa como fora dela, as palavras da Torá devem dirigir-nos em nossas ações. Não pode haver dicotomia.

A mezuzá é afixada ao batente da porta de modo a ser notada ao se deixar a casa para penetrar no mundo comercial e quando se volta ao lar após um dia de trabalho. Embora seja um belo costume beijar a mezuzá em sinal de apreço, este gesto não deveria ser mecânico. As palavras da mezuzá deveriam influenciar nosso comportamento em todos os locais.