Uma rua de mão dupla
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28.09.2001 - 11 de Tishrei de 5762
     
 

Um rabino, certa vez, ensinou: "A vida é um constante dar e receber. Precisamos ser tanto doadores quanto receptores. Aqueles que não se comportam dessa maneira são como uma árvore infrutífera."

Há um singular costume judaico praticado na véspera de Yom Kipur: as pessoas pedem ou "imploram" por um pedaço de bolo de um amigo. O motivo simples é que, caso tenha sido Divinamente decretado para alguém ser mendigo, pedir a fatia de bolo realiza este decreto, e assim livra-o de tal destino.

Outra relevante razão para esse costume é que é fácil doar, pois sentimo-nos magnânimos. Ainda assim, é vital que tenhamos empatia com a pessoa que necessita da ajuda, e que nos conscientizemos de como é doloroso e degradante ter que pedir ou depender de terceiros. Somente então seremos capazes de levar em consideração os sentimentos daqueles que precisam de auxílio e também expressar os nossos, ao dirigir palavras de conforto e estímulo, juntamente com a ajuda material. Falta de empatia ao fazer caridade, pode induzir à arrogância.

Devemos nos conscientizar que, de certa forma, somos todos receptores, pois mesmo no ato de dar caridade, recebemos mais que doamos.

       
 
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