Certa vez o Rebe foi enviado por seu sogro para falar com o gigante de Torá da época, Reb Chayim Ozer Grodzinski. Enquanto aguardava, foi abordado por um grupo de discípulos que queriam debater com o Rebe pontos de Torá, como costumam fazer os eruditos. O Rebe, porém, recusou-se a tomar parte na discussão. Os estudantes ficaram bastante surpresos. Aqui estava o genro do então Rebe de Lubavitch, e não respondia às suas perguntas? O Rebe poderia ter trazido muita glória para si e ao nome do Movimento, mas recusou-se.

Os alunos tentaram fazer o Rebe mudar de idéia, mas estava difícil. Em meio a esta cena, o Rebe foi chamado para ver Reb Chayim Ozer. Após terminar a reunião, o Rebe saiu e disse que, caso alguém tivesse alguma pergunta para ele, agora seria bem vindo. Contrariando seu costume, o Rebe demonstrou sua sabedoria, e todos sentiram-se assombrados por sua erudição.

Reb Chayim Ozer soube do acontecido e saiu do escritório para presenciar a cena. Então perguntou ao Rebe por que não respondera às perguntas antes da reunião. O Rebe replicou, muito simplesmente, que quando em missão para seu sogro, não deixava que nada o interrompesse para não se distrair ou atrasar, mesmo que ligeiramente. Portanto, não concordara em responder às perguntas dos alunos até que tivesse cumprido o propósito de sua viagem.

Os estudantes poderiam ter saído desapontados antes que o Rebe terminasse seu compromisso. Neste caso, teriam sentido pouco respeito pela lendária erudição do Rebe. O Rebe aceitava bem isso, pois honra e glória não eram importantes para ele; o que mais prezava era o cumprimento da missão que lhe fora confiada por seu Rebe.

Que lição isso nos deixa!