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Kedoshim
(Vayicrá 19:1-20:27) inicia-se com a ordem de D’us para toda
a nação de Israel para ser santa, imitando a suprema santidade
do próprio Criador. A Torá prossegue delineando uma infinidade
de mitsvot através das quais podemos atingir a santidade, abrangendo
uma grande variedade de assuntos, tanto mandamentos positivos como inferências
negativas, lidando com nosso relacionamento ímpar com D’us
e com nosso próximo.
Recebemos ordens de temer nossos pais, guardar o Shabat e abstermo-nos
da adoração de ídolos. D’us nos instrui a deixar
vários presentes de nossa colheita para os pobres e oprimidos,
incluindo o canto dos campos e os feixes que caíram por acaso ao
serem juntados. Devemos manter a justiça, fazer negócios
honestos com nossos vizinhos, não praticar a maledicência,
e de forma geral ter pelos outros a mesma consideração que
temos por nós mesmos.
Segue-se uma descrição de várias categorias de kilayim
(misturas proibidas) – hibridação de animais e plantas,
e vestir shatnez (uma mistura de lã e linho em uma rmesma peça
de roupa) – a Torá discute orlá, a proibição
de consumir frutas nos primeiros três anos após o plantio
de uma árvore. A porção continua com uma lista das
punições a serem impostas às pessoas que transgridem
e participam das várias relações proibidas relacionadas
na porção da semana anterior. A Parashá Kedoshim
conclui com o mandamento, mais uma vez, para que sejamos um povo santo
e distinto dentre as nações do mundo. |
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Estilos
de cortes de cabelos
por
Daniel Lasar
Há uma importante correlação entre a porção
da Torá de Kedoshim e a antecedente, Acharê Mot. Em Acharê
Mot, D’us ordena ao povo judeu: "Não use a prática
da terra do Egito na qual você habitou, e não use a prática
da terra de Canaã à qual Eu o trouxe, e não siga
as tradições deles" (Vayicrá 18:3). Na porção
que se segue, Kedoshim, o Criador se dirige o povo judeu: "Sereis
santos, pois Santo Eu sou, Hashem, vosso D’us" (ibid. 19:2).
Estes dois versículos fornecem uma ênfase esclarecedora sobre
não apenas como vivemos como judeus, mas do modo que vivemos no
contexto de onde vivemos.
Em Pirkei Avot (1:7), o sábio Nittai desenvolve: "Distancie-se
de um mau vizinho, e não se associe com uma pessoa perversa."
Não é preciso ler muitos jornais para estar informado dos
sérios problemas de moralidade ameaçando nossa sociedade
nos dias de hoje. É próprio da natureza humana ser influenciado
pelos traços de caráter e padrões de valores presentes
entre nossos vizinhos. Entretanto, é imperativo que nos esforcemos
para seguir o código de conduta eterno que D’us prescreve
na Torá.
Um símbolo sutil, embora vital, do repúdio da influência
da sociedade ocidental é encontrado até mesmo no modo em
que cortamos o cabelo. Muitas pessoas hoje têm as costeletas aparadas,
de muitas maneiras um reflexo dos estilos sempre mutantes do mundo contemporâneo.
A Torá declara o contrário na porção desta
semana: "Não cortarás o cabelo de vossa cabeça
em redondo, e não raspareis (com navalha) vossa barba" (Vayicrá
19:27); os homens judeus também não podem raspar completamente
as costeletas, nem barbear as faces com lâmina. Assim, em algo simples
como uma ida ao barbeiro, devemos permanecer cônscios de que é
a Torá que guia nosso comportamento, não aquilo que a sociedade
define como "legal." Muitos de nossos hábitos, como usar
kipá ou vestir modestamente, ajudam-nos a lembrar de nossa distinção
e papel especial neste mundo.
Infelizmente, o último século tem mostrado uma taxa alarmante
de casamentos mistos, ignorância e assimilação. Não
é surpresa que isso pode ser atribuído em grande parte à
sociedade convidativa em que vivemos. Ao contrário de antigamente,
quando nossas mães caminhariam quilômetros para ir até
o micvê, ou quando nossos pais conseguiriam juntar somente o dinheiro
suficiente para honrar o Shabat com vinho para o kidush, nós felizmente
possuimos infinitas oportunidades para cumprir mitsvot sem sacrifícios.
Porém, tragicamente é muito tentador agir "em Roma
como os romanos" e desejarmos nos encaixar na maioria. Recebemos
ordem, entretanto, de não imitar valores que são antiéticos
para a Torá. Ao contrário – devemos ser santos –
seguirmos o estilo de vida da Torá. D’us tem Suas razões
para prescrever a maneira correta pela qual devemos pautar nossa vida.
Estamos agora no período entre os dias de Pêssach e Shavuot,
o intervalo de sete semanas no qual o povo judeu se purgou dos costumes
egípcios e preparou-se para receber a Torá no Monte Sinai.
Assim também, devemos inventariar nossas próprias atitudes
e valores, notando que não são as novidades efêmeras
da cultura ocidental que devemos incorporar, mas sim os padrões
perenes da Torá. Se nos lembrarmos disso, então seremos
verdadeiramente uma luz entre as nações. |