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O Amor a D’us
O amor a D’us é uma das mais maravilhosas expressões
de proximidade do homem com seu Criador. Nos ensinamentos da Chassidut
de Chabad o amor a D’us não somente é um ideal encantador,
como também um tema amplo que pode ser estudado e tornado real.
Se isso for feito, todos os aspectos da vida judaica adquirem um significado
novo e mais elevado.
Existem muitos níveis e gradações diferentes no amor
a D’us. A diferença entre eles é distinguível
tanto na qualidade e aspiração desse amor, quanto nos vários
fatores causativos pelos quais a pessoa é despertada ao amar a
D’us. De maneira geral, todos os aspectos do amor podem ser divididos
em duas categorias. Um tipo de amor é: amor "como um fogo
ardente" que a pessoa atinge por meio de seu próprio serviço
Divino. Este amor é comparado ao fogo, pois a natureza do fogo
é elevar-se, de baixo para cima. O segundo tipo de amor, o amor
"como água" é o amor a D’us que é
concedido como um presente do Alto. É derramado do Alto exatamente
como água que flui para baixo.
"Fogo Ardente" e "Deleites"
Nos primeiros catorze capítulos do Tanya, Rabi Shneur Zalman examina
três tipos de amor. Estes são chamados "amor como uma
chama ardente" (ahavá k'rishpei eish), "deleite amoroso"
(ahavá beta'anugim), e "amor oculto ou escondido" (ahavá
mesuteret), ao qual se refere também como "inato" ou
amor "natural".
Uma pessoa atinge o nível de "amor como uma chama ardente"
como resultado de meditar sobre sua distância de D’us. Como
alguém que anseia pela água que está a uma grande
distância, esta contemplação desperta na pessoa uma
grande sede, e uma ânsia da alma em busca de D’us e por toda
questão pertinente ao sagrado. Este nível de amor não
é apenas de um afortunado punhado de santos e justos tsadikim,
mas é atingível por todas as pessoas. Especialmente durante
a prece – a hora auspiciosa em que toda pessoa pode conectar os
poderes de sua mente a seu Criador, meditando sobre a grandeza do Eterno,
bendito seja – que este amor pode ser vivenciado.
Como bem sabemos, em cada judeu habitam duas almas, duas fontes de consciência
e motivação. Estas são chamadas de alma Divina e
alma animalesca. O amor "como uma chama ardente" é uma
das emoções da alma Divina. Quando este amor arde na alma
de um homem, efetua uma subjugação da alma animalesca, mas
não sua transformação. Um pouco do amor a D’us
da alma Divina passa para a alma animalesca, colocando seus poderes do
mal para dormir, mas não consegue causar uma mudança fundamental
na alma animalesca.
O nível de "amor como uma chama ardente" está
ao alcance do benoni, e além disso é particularmente apropriado
a seu Divino serviço. O nível de "deleite amoroso"
é o presente que é concedido aos tsadikim. Com este amor,
um tsadic merece chegar ao nível de deleite em D’us, que
é similar àquele que será vivido no Mundo Vindouro.
Como um homem sedento que encontra água e se delicia ao matar sua
sede, assim é este "deleite amoroso" do tsadic. Sentindo-se
próximo do Criador, ele sente grande deleite e um elevado júbilo
da alma. Quando o tsadic atinge este nível de amor, ele consegue
livrar-se das vestes maculadas pelos prazeres materiais do mundo com as
quais estava vestido. Além disso, está em seu poder transformar
a força do desejo de sua alma animalesca em bem, e ele a domina
e a direciona somente para os assuntos sagrados.
O Amor oculto
Uma das qualidades superiores inerentes no coração de todo
judeu é o tipo de amor denominado "amor oculto". Este
amor não é criado pelo serviço Divino do homem. Também
não é formado por seus esforços intelectuais de contemplação.
É simplesmente inato no coração de todo judeu em
virtude de ser um herdeiro dos Patriarcas Avraham, Yitschac e Yaacov.
No entanto, como está oculto, às vezes é necessário
despertá-lo por meio do tipo apropriado de meditação.
Este "amor oculto" não pode ser extinto por preocupações
financeiras (ou outras). Além disso, uma abundância de fartura
física e prazeres materiais não podem influenciá-lo
na direção do mal, nem enfraquecê-lo. Assim como o
amor de uma pessoa por si mesma não é um produto de seu
intelecto, assim também este amor oculto é inato e natural,
e está acima da lógica e do intelecto racional. Através
do poder deste amor, todo judeu deseja naturalmente apegar-se a D’us,
e passará até mesmo pelo martírio para santificar
o nome de D’us, se for forçado a separar-se de seu Criador.
Este amor e o poder do auto-sacrifício que ele acarreta é
encontrado igualmente em todo judeu. É este amor que ajuda e apóia
o benoni no decorrer do dia, mesmo quando ele não está envolvido
no serviço da prece. Este amor o ajuda a sobrepujar o yetser hará
que o perturba, e ele consegue afastá-lo de si. Até o judeu
com menos mérito e os pecadores de Israel, cujo amor natural e
inato por D’us foi escondido e coberto pelo espírito de tolice
a ponto de este fazê-lo tropeçar e cair em pecado –
até mesmo nestas pessoas este amor existe de maneira oculta, e
reside dentro delas num estado potencial. A prova disso é que se
forem forçados a fazer algo que claramente os separa de seu Judaísmo,
imediatamente sacrificarão a própria vida para evitar fazê-lo.
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