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O
Benoni
O Tanya explica que
um benoni é alguém que não está mais na categoria
de um "rasha no qual existe o bem", mas que ainda não
atingiu o nível de um "tsadic em quem existe o mal".
Ele não peca como um rasha mas, por outro lado, não lidou
com o mal interior de sua alma animalesca da maneira como faz um tsadic.
As virtuosas faculdades da alma Divina e as más faculdades da alma
animalesca são igualmente emparelhadas num benoni. Cada qual dessas
almas mantém sua força. Na batalha interna que é
travada dentro do benoni, cada um desses lados tem igual poder.
As Conseqüências da Guerra
Quais são as repercussões da guerra interna que irrompe
dentro de um benoni? No capítulo 12 do Tanya, Rabi Shneur Zalman
delineia dois pontos definitivos em virtude dos quais as pessoas são
classificadas em uma ou outra categoria:
1 – Qual inclinação – a boa ou a má inclinação
– conseguiu dominar a pessoa e suas ações.
2 – De que maneira as inclinações em si são
afetadas pela batalha interna.
Segundo os diversos graus de sucesso nestas duas áreas, poderemos
entender as repercussões da guerra interna.
O mal dentro do benoni jamais dominará e subjugará sua alma
Divina "de modo a vestir-se no corpo e fazê-la pecar"
em pensamento, fala e ação. Pois assim que o desejo de pecar
é sentido, ou maus pensamentos brotarem em sua mente, o benoni
batalhará contra eles e simplesmente os rejeitará.
Além disso, este constante estado de guerra não enfraquece
a alma Divina do benoni. Mesmo assim, o benoni não pode estar absolutamente
certo de que as faculdades emocionais e intelectuais da alma Divina sozinhos
permearão todo seu ser. Em tempos especialmente auspiciosos, como
quando ele recita o Shemá ou a prece Amidá, a alma animalesca
no benoni é subjugada e anulada até um determinado grau.
No entanto, quando a hora da prece termina, o mal voltará novamente
à sua força anterior. Os desejos pelos prazeres desse mundo
são despertados, e a guerra começa novamente.
Sem Pecado
O Tanya define um benoni como alguém que jamais pecou, e jamais
pecará. É uma pessoa que foi forte no passado e certamente
não terá um lapso no futuro.
As duas partes dessa definição precisam de um esclarecimento:
quanto à vida passada do benoni, sabe-se que o arrependimento pode
elevar alguém que era um rasha ao nível de um tsadic.
Portanto ele certamente pode atingir o nível do benoni. Por que
é necessário, então, declarar que o benoni jamais
pecou? Além disso, a respeito de seu futuro Nossos Sábios
declaram: "Não confie em si mesmo até o dia de sua
morte!" (Avot 2,4). Como a história prova – havia aqueles
que eram considerados como tsadikim perfeitamente justos que terminaram
por se revoltar contra D’us e pecaram. E se um perfeito tsadic pode
cair de seu nível, muito mais pode um benoni! Portanto, como podemos
declarar com certeza que o benoni jamais pecará?
Parece que a intenção do Tanya ao definir um benoni como
alguém "que nunca peca e jamais pecará" é
a seguinte: Um benoni em seu estado atual, e em seu nível presente,
não pode vir a transgredir. Seu arrependimento por sua conduta
passada é tal que nenhuma impressão permanece de quaisquer
transgressões que ele possa ter cometido. Pois se até mesmo
a menor impressão de pecado permaneceu nele, é possível
que um pecado traga outro consigo. Além disso, considerando seu
futuro, o benoni não é como um rasha no qual existe o bem.
Pois ele é aquele que ainda é capaz de pecar, mesmo após
arrepender-se. O benoni, desde que ainda seja um benoni, não é
susceptível a transgredir a vontade de seu Criador, e ele tem a
força para enfrentar qualquer obstáculo que possa cruzar
seu caminho. Isso é também o que declara o Rambam: "Aquele
que conhece os segredos de todos os corações atestará
que tal pessoa jamais voltará a pecar." (Hilchot Teshuvá
cap. 2,2).
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