Alívio para a ansiedade - parte 40
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Mashiach: O Supremo Psicólogo

No final do Livro de Jó, o próprio D'us dirige-se a Jó e desvela todos os mistérios da criação perante ele. Na análise final, Jó merece esta revelação dos segredos da Torá por ter sofrido de ansiedade. Seu sofrimento o leva até a total percepção da grandeza de D'us e da inferioridade do homem. O fim de sua jornada recorda o final do livro de Cohêlet (12:13): "O fim do assunto, quando tudo já foi dito, é: tema a D'us e guarde Seus mandamentos, pois este é o homem puro."

Os cinco interlocutores de Jó no diálogo (seus três amigos, Elihu e D'us) correspondem aos e expressam os cinco níveis da alma descritos na Cabalá e no Chassidismo. Os três amigos correspondem aos três níveis da alma que são investidos no (e portanto são limitados pelos parâmetros do) corpo. Estes são os poderes vivificadores da alma (nefesh), as emoções (ruach), e o intelecto (neshamá). Estes níveis da alma são incapazes de por si próprios resolver os problemas que afloram do subconsciente do homem. Elihu corresponde ao quarto nível da alma, a vontade (chaya), o qual, embora aja sobre o corpo, não é localizado dentro dele, e assim está parcialmente livre das restrições que impõe sobre os níveis mais inferiores da alma. A revelação de D'us a Jó corresponde ao quinto e último nível da alma (yechidá), a fonte da alma conforme ela forma parte do próprio D'us, como foi explicado acima.

A odisséia psicológica de Jó é, assim, a revelação dos aspectos mais profundos e elevados da alma, conseguido pelos sucessivos desnudamentos das limitações do corpo. A idéia de que, mantendo um diálogo com o terapeuta, uma pessoa pode livrar-se de seus problemas e dirigir-se às camadas de sua alma sendo expostas uma após a outra, está extensivamente documentada na literatura psicológica. O processo de falar consigo mesmo como se espelhando-se em outra pessoa ajuda durante o processo terapêutico.

Porém, a chave definitiva para desemaranhar e curar o mundo estará disponível para nós apenas quando Mashiach chegar. Até lá, nas palavras do Talmud, não poderemos entender nem a tranqüilidade do perverso nem o sofrimento do justo. Certamente não podemos esperar entender todas as assombrosas tragédias que se abateram sobre nosso povo (e todos os povos). Somente quando Mashiach, o arqui-psicólogo, chegar poderemos discernir o bem oculto dentro do mal aparente. Pois então a escuridão se transformará em luz, e o amargor em doçura. A luz brilhará pela própria escuridão como as novas revelações da Torá que D'us nos mostrará. Então poderemos realmente dizer: Agradecerei a Ti, ó D'us, por ficares irado comigo, conforme Ele nos revela Sua bondade interior.

     
   
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