Biografia de cabalistas - Parte 10
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Rabi Pinchas ben Yair

Rabi Pinchas ben Yair era sogro de Rabi Shimon bar Yochai. A Guemará (Chulin 7) afirma que ele era extremamente cuidadoso para não partilhar a refeição de alguém. Ele também se recusava a aceitar ajuda de outros. Certa vez ele estava a caminho para resgatar um prisioneiro capturado (piyom shevuyim) – uma das mitsvot mais importantes – quando chegou ao Rio Ginnai. Ele pediu ao rio que por favor, se abrisse, para que ele pudesse passar para o outro lado. Depois que o rio se abriu para ele, ele então pediu para que se abrisse duas vezes mais para que os dois outros que ele tinha encontrado também pudessem atravessar, e o rio obedeceu à sua ordem. Ao ouvir isso, Rabi Yossi comentou: "Ele é ainda mais notável que Moshê, para quem o mar se abriu apenas uma vez." Quando seus alunos certa vez lhe perguntaram se eles também poderiam decretar que a água se abrisse para eles, ele respondeu que somente funcionaria se eles tivessem certeza de que jamais ofenderiam os sentimentos de outra pessoa, ou feririam qualquer outra pessoa durante toda a sua vida. (Yerushalmi)

Quando Rabenu Hakadosh soube que Rabi Pinchas estava passando por perto, implorou a ele que fosse seu convidado para uma refeição. Rabi Pinchas concordou com relutância, e Rabenu ficou muito contente. No entanto, Rabi Pinchas disse a Rabenu que estava a caminho para cumprir uma importante mitsvá, e que portanto pararia na volta. Ao retornar, ele notou uma mula selvagem branca em frente da casa do Rabenu e recusou-se a entrar, apesar das súplicas e promessas de Rabenu, de que se livraria daquilo. Ele sentiu que este tipo de animal não poderia ser mantido, pois pode causar grandes prejuízos aos outros.

Ele estava convencido de que todo problema que ocorrera era porque não tinha cumprido adequadamente as mitsvot. Ele certa vez chegou a um local onde o povo reclamava que os ratos estavam causando grandes prejuízos, comendo todo o cereal. Ele lhes disse que isso era porque eles não tinham dado o maassê correto sobre o grão. Assim que eles corrigiram o problema e fizeram os maasserot adequados, os ratos pararam de comer o cereal. Em outra ocasião, quando o povo reclamou que seus poços não estavam fornecendo água suficiente, ele lhes disse que isso era um castigo por não cumprirem as mitsvot de trumot e maasserot. Assim que começaram a cumprir corretamente as mitsvot, o suprimento de água chegou ao nível adequado.

Ele foi enterrado ao pé de uma colina em Tzfat. Há um minhag para circundar sua tumba sete vezes.

     
   
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