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Benyamin
HaTsadic
O túmulo de Benyamin é um dos mais coloridos de Tzfat,
e também o mais agradável. Os tapetes orientais vermelho-canela,
écharpes decorativas pendendo nas paredes e um aparelho elétrico
para servir uma bebida quente ao visitante, tudo se combina para dar uma
sensação calorosa.
O túmulo parece um tributo apropriado para este Sábio da
Mishná, discípulo de Rabi Akiva. Foi sua doação
altruísta de seus próprios fundos pessoais que sustentaram
uma pobre mulher e seus sete filhos.
O Tratado talmúdico "Bava Basra" relata esta saga dramática,
levando o leitor moderno a quase mil anos atrás, até os
dias em que Benyamin HaTsadic era administrador do fundo de caridade comunitário.
"Parnasi!" – "Ajude no meu sustento!" foi a
súplica comovente de uma mulher, quando ela abordou o tsadic. Infelizmente,
eram tempos de escassez. "Juro pelo nome do Templo Sagrado que não
sobrou nada no fundo de caridade" – disse Benyamin tristemente
à mulher. [Naqueles dias, eles não juravam em Nome de D’us!].
Porém a mulher insistiu e contou a ele a sua provação,
concluindo que se ele não a ajudasse, "uma mulher e seus sete
filhos morreriam de fome!" Tocado pela súplica, Benyamin ofereceu-lhe
dinheiro de seus fundos pessoais.
Sua assistência abnegada ocorreu na terra mas, diz o Talmud, foi
claramente notada nos céus. Anos depois, quando Benyamin estava
muito doente e perto da morte, um anjo ergueu-se nas cortes celestiais
e argumentou em sua intercessão: "Se uma pessoa salva uma
vida, é como se tivesse salvado o mundo inteiro. Muito mais ele,
que salvou esta mulher e sete crianças. Como a vida de um homem
assim pode ser tão abreviada?" O decreto foi revogado e 22
anos foram acrescentados à vida de Benyamin.
Uma versão mais curta dessa história está gravada
no granito na lateral do túmulo de Benyamin, que se localiza a
poucos minutos do coração de Tzfat, uma quadra a sudeste
da fábrica de café que é um marco da cidade, e bem
em frente a escola vocacional da cidade. O túmulo em si é
identificável pelos estandartes coloridos esvoaçando com
a brisa sob um pavilhão novo de madeira. Há pouco tempo,
um operário dava os últimos retoques nos sete degraus que
levam ao túmulo, que foram reconstruídos e alargados para
tornar mais fácil a passagem.
No lado sul do túmulo há um quadro pendurado na parede,
mostrando Rabi Shimon Bar Yochai enquanto estava escondido em sua caverna
por 13 anos, fugindo dos soldados romanos e escrevendo sua obra mais famosa
que explica os aspectos místicos da Torá, o Zohar.
Há prateleiras lotadas de livros sagrados, e toda sexta-feira à
tarde um minyan reza no local, dando as boas vindas à Rainha Shabat
antes da maioria dos outros minyans de Tzfat.
Sua localização perto de uma estrada facilita o acesso,
porém do outro lado da rua fica um espaço repleto de árvores,
o que proporciona um local pacífico para qualquer pessoa parar,
rezar ou recitar Tehilim (Salmos).
É ensinado na Cabalá que embora a alma suba a níveis
espirituais mais elevados quando se livra das restrições
do corpo, um certo nível ou aspecto da alma permanece no local
de repouso do corpo. Diz-se ainda que um tsadic tem o mérito de
ajudar nossas preces pessoais a subirem mais alto. Quanto isso nos ensina
sobre nossas ações neste mundo e seu efeito nos mundos superiores!
E mais ainda, as grandes caixas de metal para tsedacá no túmulo
de Benyamin – e sua história pessoal – nos lembram
da importância de fazer caridade.
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