Biografia de cabalistas - Parte 6
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Benyamin HaTsadic

O túmulo de Benyamin é um dos mais coloridos de Tzfat, e também o mais agradável. Os tapetes orientais vermelho-canela, écharpes decorativas pendendo nas paredes e um aparelho elétrico para servir uma bebida quente ao visitante, tudo se combina para dar uma sensação calorosa.

O túmulo parece um tributo apropriado para este Sábio da Mishná, discípulo de Rabi Akiva. Foi sua doação altruísta de seus próprios fundos pessoais que sustentaram uma pobre mulher e seus sete filhos.

O Tratado talmúdico "Bava Basra" relata esta saga dramática, levando o leitor moderno a quase mil anos atrás, até os dias em que Benyamin HaTsadic era administrador do fundo de caridade comunitário.

"Parnasi!" – "Ajude no meu sustento!" foi a súplica comovente de uma mulher, quando ela abordou o tsadic. Infelizmente, eram tempos de escassez. "Juro pelo nome do Templo Sagrado que não sobrou nada no fundo de caridade" – disse Benyamin tristemente à mulher. [Naqueles dias, eles não juravam em Nome de D’us!].

Porém a mulher insistiu e contou a ele a sua provação, concluindo que se ele não a ajudasse, "uma mulher e seus sete filhos morreriam de fome!" Tocado pela súplica, Benyamin ofereceu-lhe dinheiro de seus fundos pessoais.

Sua assistência abnegada ocorreu na terra mas, diz o Talmud, foi claramente notada nos céus. Anos depois, quando Benyamin estava muito doente e perto da morte, um anjo ergueu-se nas cortes celestiais e argumentou em sua intercessão: "Se uma pessoa salva uma vida, é como se tivesse salvado o mundo inteiro. Muito mais ele, que salvou esta mulher e sete crianças. Como a vida de um homem assim pode ser tão abreviada?" O decreto foi revogado e 22 anos foram acrescentados à vida de Benyamin.

Uma versão mais curta dessa história está gravada no granito na lateral do túmulo de Benyamin, que se localiza a poucos minutos do coração de Tzfat, uma quadra a sudeste da fábrica de café que é um marco da cidade, e bem em frente a escola vocacional da cidade. O túmulo em si é identificável pelos estandartes coloridos esvoaçando com a brisa sob um pavilhão novo de madeira. Há pouco tempo, um operário dava os últimos retoques nos sete degraus que levam ao túmulo, que foram reconstruídos e alargados para tornar mais fácil a passagem.

No lado sul do túmulo há um quadro pendurado na parede, mostrando Rabi Shimon Bar Yochai enquanto estava escondido em sua caverna por 13 anos, fugindo dos soldados romanos e escrevendo sua obra mais famosa que explica os aspectos místicos da Torá, o Zohar.

Há prateleiras lotadas de livros sagrados, e toda sexta-feira à tarde um minyan reza no local, dando as boas vindas à Rainha Shabat antes da maioria dos outros minyans de Tzfat.

Sua localização perto de uma estrada facilita o acesso, porém do outro lado da rua fica um espaço repleto de árvores, o que proporciona um local pacífico para qualquer pessoa parar, rezar ou recitar Tehilim (Salmos).

É ensinado na Cabalá que embora a alma suba a níveis espirituais mais elevados quando se livra das restrições do corpo, um certo nível ou aspecto da alma permanece no local de repouso do corpo. Diz-se ainda que um tsadic tem o mérito de ajudar nossas preces pessoais a subirem mais alto. Quanto isso nos ensina sobre nossas ações neste mundo e seu efeito nos mundos superiores!

E mais ainda, as grandes caixas de metal para tsedacá no túmulo de Benyamin – e sua história pessoal – nos lembram da importância de fazer caridade.

     
   
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