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Rabi
Shlomo Alkabetz
Rabi Shlomo Alkabetz foi um dos maiores cabalistas que viveram em
Szfat na época dos grandes luminares da Cabalá, Rabi Moshe
Cordovero (Ramak) e Rabi Yitschac Luria (o Arizal).
Rabi Shlomo nasceu em Salonica por volta de 5260 (1500). Segundo alguns
autores, ele nasceu em 5265 (1505). Estudou Torá com Rabi Yossef
Taitatzak. Em 5289 (1529) desposou a filha de Yitschac Cohen, um rico
proprietário que morava em Salonica. Em vez de dar à sua
esposa um presente de casamento mais tradicional, ele entregou a ela sua
obra completamente nova, Manot HaLevi.
Seu sogro e cunhado aparentemente respeitavam muito os eruditos de Torá,
pois "seu deleite ao receber o presente foi muito maior do que se
ele tivesse enviado jóias e pedras preciosas de grande valor monetário."
Logo depois, Rabi Shlomo e a esposa decidiram se estabelecer na Terra
Santa. A caminho de lá, o jovem rabino e a mulher fizeram uma parada
em Adrianople, na Turquia. Os moradores da cidade, incluindo um grupo
de cabalistas, implorou a ele que os instruísse na vida espiritual
e em seus métodos de servir a D’us. Ele concordou e escreveu
diversas obras durante sua estadia nesta cidade – Beit Hashem, Avotot
Ahava, Ayelet Ahavim e Brit HaLevi. Esta última obra ele dedicou
aos seus admiradores em Adrianople.
Rabi Shlomo por fim continuou sua viagem, ensinando aonde quer que fosse.
Diversos homens que mais tarde se tornariam grandes cabalistas foram influenciados
por Rabi Shlomo. Dentre eles estava Rabi Shmuel Ozida (autor de Midrash
Shmuel sobre Pirkê Avot), Rabi Eliezer Azikri, autor de Sêfer
Chareidim, um tratado cabalista sobre a correspondência dos membros
e órgão do corpo às 613 mitsvot da Torá; Rabi
Avraham Galante, autor de Yereach Yakar sobre o Zôhar e outras obras.
Rabi Shlomo chegou a Szfat por volta de 5295 (1535), onde se estabeleceu.
Somente na Terra Santa, ele insistia, alguém podia desvendar os
segredos da Torá. Rabi Shlomo atribuía muito da sua profundidade
de compreensão ao seu costume de se prostrar nas tumbas dos tsadikim.
Muitos estudantes se reuniam a sua volta, incluindo Rabi Moshe Cordovero
(Ramak), que desposou a irmã de Rabi Shlomo.
Parece, no entanto, que Rabi Shlomo mais tarde se tornou aluno do Ramak,
um testemunho da sua humildade. Rabi Yossef caro foi outro aluno de Rabi
Shlomo.
Rabi Shlomo conta a história de que certa vez estava estudando
com Rabi Yossef Caro quando o falecido Maguid (um professor angelical)
lhes apareceu. Rabi Caro certa vez pediu a seu professor para explicar
o significado cabalista do versículo "os dois grandes luminares"
(Bereshit 1:16), o que ele fez numa longa dissertação. Parece
que ele tinha servido como líder de uma yeshivá em Meron,
que fica do outro lado do vale em relação a Szfat. Parece
também que ele atuou como rabino em Szfat.
Rabi Shlomo é mais conhecido pelo seu hino Lecha Dodi, entoado
na recepção ao Shabat. Foi composto segundo os ensinamentos
cabalistas sobre a subida da sefirá de malchut (que representa
a Shechiná e a alma judaica) no Shabat, e portanto expressa o anseio
da Shechiná e da alma judaica pela Redenção. O hino
tornou-se tão popular que foi incorporado à liturgia do
Shabat de toda comunidade.
Rabi Shlomo faleceu em 5340 (1580) e está enterrado em Szfat |