Festas judaicas  

A Sucá
 
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  A Sucá
7 de Marcheshvan, 5715 (1954)

Paz e Bênçãos:
Rabi… transmitiu-me sua pergunta sobre se é ou não o costume Chassidim Chabad decorar a sucá, bem como dormir na sucá.
Esta pergunta pede uma explicação mais longa do que permitiria esta carta. No entanto, creio que os seguintes itens serão suficientes:

1 – Decoração:
Geralmente, uma mitsvá deve ser observada em sua Divina autoridade (com Kabalat Ohl) e não em terreno racional, i.e., por qualquer motivo ou explicação que possamos encontrar nela. Uma exceção, até certo ponto, é o caso onde o significado da mitsvá está indicado na Torá, e Nossos Sábios conectaram seu cumprimento com ela. De qualquer modo, somente uma pessoa qualificada pode interpretá-la mais completamente.

2 – Temos uma regra que uma mitsvá deveria ser cumprida com a capacidade máxima da pessoa, e como explica o Rambam (ao final de Hilechoth Issurei HaMizbeach). Isso se aplica especialmente ao objeto da mitsvá em si, por exemplo, um talit deveria ser o melhor que a pessoa pode comprar, uma oferenda deveria ser a mais generosa, etc.

3 – Ao contrário do Sechach (galhos cobrindo o topo da sucá) e paredes da sucá, as decorações não são uma parte essencial da sucá, mas um adorno externo que aumenta o prazer da pessoa sentada dentro da sucá; eles são, como o nome indica claramente, objetos suplementares que decoram e embelezam a aparência externa da Sucá.

4 – A atitude de Chassidim de Chabad a este respeito, conforme ensinado pelas gerações de líderes e mestres de Chabad, é que a sucá serve para nos imbuir com determinadas lições essenciais, que são explicadas na literatura chassídica e talmúdica em geral. Espera-se dos Chassidim de Chabad que sejam impressionados pelo caráter essencial da sucá, sem recorrer a maquilagem "artificial"; que a frágil cobertura da sucá e suas paredes nuas, não adornadas por enfeites externos, tapetes ou outros objetos, imprima mais forçosa e diretamente sobre o judeu as lições que pretende transmitir.

5 – Dormir na sucá
Para salvaguardar e inspirar um maior sentimento para com a sucá, não costumamos dormir dentro dela. A base para isso é dupla: Primeiro, temos uma regra que Hamitztaer putter min HaSuccah (isentar de sofrimento quem habita a sucá). Segundo, durante o sono a pessoa não está em controle de si mesma e, além disso, o próprio ato de despir-se e vestir-se inevitavelmente cria uma atitude de lugar-comum para com o local que serve de dormitório. Tal atitude depreciativa para com a sucá (ao dormir nela, como explicado acima), distante da atitude que se deveria ter para as mitsvot Divinas, por meio da qual Ele santificou todos os judeus, seria profundamente sentida pelo chassid de Chabad em virtude de seus ensinamentos chassídicos e sua criação, e lhe causaria profundo sofrimento espiritual. A combinação destas duas considerações, portanto, leva ao costume de não dormir na sucá.

No entanto, se um judeu está absolutamente certo de que dormir na sucá não terá o menor efeito em sua atitude para com a santidade da sucá, e conseqüentemente está livre de qualquer sofrimento mental que poderia ser causado por isso, ele pode dormir nela, segundo o significado mais completo de Taishvu K'ain taduru, fazer de sua sucá uma moradia ao ponto máximo.

Espero que o acima forneça uma resposta adequada a sua questão, mas se desejar mais esclarecimentos, não hesite em escrever-me.

Com bênção,
(Assinatura do Rebe)
 
       
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