Ciclo da Vida  

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  Perfeição relativa

Sra …
Worcester, Massachussetts

Saudações e bênção:
A respeito da sua carta anterior, estou escrevendo estas linhas para expressar meus votos de que o relacionamento entre a senhora e seu marido tenha melhorado consideravelmente, tornando seu lar adequado para a Divina Presença; como dizem nossos Sábios, "Onde o marido e a mulher são merecedores, a Shechiná habita entre eles."

Este é o caso principalmente porque vocês dois têm o zechut de hatzlachá na educação de filhos judeus, sobre quem D'us diz: "Vocês são filhos de D'us, Seu D'us". Portanto, é fácil imaginar o grande zechut que você e seu marido têm, pois D'us lhes confiou o chinuch de Seus filhos, e abençoou com hatzlachá seus esforços para implantar no coração deles ahavat Hashem e yirat Hashem.

Tendo isso em mente, cada um de vocês deveria considerar uma bênção especial ter encontrado um parceiro digno das bênçãos Divinas para hatzlachá.
Mesmo que possa parecer que a outra parte carece de perfeição, e mesmo que esta falha não seja de todo imaginária, deveria ser lembrado que a verdadeira perfeição pertence somente a D'us. Na verdade, o próprio fato de termos sido todos ordenados a fazer o melhor possível em todos os assuntos de bondade e santidade demonstra que não há perfeição em seres humanos, pois obviamente o nível anterior é imperfeito em comparação com o nível seguinte, mais elevado.

Além disso, a perfeição em si, quando se trata de seres humanos, é relativa, no sentido que é encontrada em áreas diferentes em pessoas diferentes.
Assim, nossos Sábios falam sobre uma categoria de judeus como aprendizes de Torá, e de outra como cumpridores de mitsvot. Claramente, eles falam da excelência em cada caso, pois espera-se de todo judeu que seja tanto aprendiz de Torá quanto cumpridor de mitsvot. Portanto, a diferença entre as duas categorias é a diferença da excelência em cada área; isso equivale a dizer que a excelência da primeira categoria pode ser encontrada em sua erudição de Torá, ao passo que na outra categoria a excelência está no cumprimento das mitsvot.

Não é preciso elaborar a você sobre o tema acima. Quero apenas enfatizar que quanto maior a harmonia, respeito mútuo e devoção entre marido e mulher – especialmente quando ambos são shomrei-Torá e mitsvot, maior é a medida das bênçãos Divinas para ambos em todas as suas necessidades. Isso inclui a recompensa na mesma moeda – ser abençoado com filhos sadios, para levá-los a uma vida de Torá, chupá e boas ações – em cumprimento dos desejos de seus corações para o bem.

Com bênção,
(Assinatura do Rebe)
 
       
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  Pureza Familiar
14 de Sivan de 5724

Saudações e Bênção
Recebi sua carta datada a 21 de maio, na qual você escreve sobre seu passado e alguns pontos importantes em sua vida.

Em resposta, falarei sobre o ponto essencial em sua carta, ou seja, sua atitude em relação à observância religiosa, como você descreve, em especial à mitsvá específica que é vital para uma vida conjugal feliz, Taharat Hamishpachá [Leis da Pureza Familiar].
Você escreve que não entende a importância desta mitsvá. Isso não surpreende, pois fica claro da analogia de uma criança pequena sendo incapaz de entender um professor que está adiantado em conhecimentos.

Tenha em mente que a condição entre a criança e o professor é somente uma diferença de grau, e não em espécie, visto que a criança pode, a seu tempo, não somente atingir o mesmo nível do professor, como também superá-lo.

Ocorre o contrário na diferença entre um ser criado, seja ele a pessoa mais sábia do mundo, e o próprio Criador. Como podemos nós, seres humanos, esperar entender a infinita sabedoria do Criador?

É somente por causa da grande bondade de D’us que Ele revelou determinadas razões a respeito de certas mitsvot, que podemos ter algum tipo de vislumbre ou discernimento sobre elas. Fica bem claro que D’us nos deu os diversos Mandamentos para nosso próprio bem, e não para beneficiá-Lo. Portanto, fica claro qual deveria ser a atitude sensata em relação às mitsvot. Se é assim no que tange a qualquer mitsvá, muito mais no que diz respeito à mencionada mitsvá de Taharat Hamishpachá, que tem influência direta não apenas sobre a felicidade mútua de marido e mulher, mas também sobre o bem-estar e felicidade de seus filhos, netos e bisnetos.

Fica igualmente claro que os pais estão sempre ansiosos para fazer todo o possível por seus filhos, mesmo que haja apenas uma pequena chance de que seus esforços se materializem, e mesmo que estes esforços acarretem dificuldades consideráveis. E isso ocorre mais ainda neste caso, onde o benefício a ser derivado é grande e duradouro, ao passo que o sacrifício, em comparação, é ínfimo. Mesmo quando as dificuldades não são apenas imaginárias, é certo que elas diminuem progressivamente, com o verdadeiro cumprimento das mitsvot, de forma a terminarem por desaparecer por completo.

É desnecessário dizer que estou ciente do "argumento" de que há muitos casais não observantes porém aparentemente felizes, etc. A resposta é simples. Antes de mais nada, é sabido que D’us é muito misericordioso e paciente, e espera que o pecador retorne a Ele em sincero arrependimento. Além disso, as aparências enganam, e nunca se pode saber quais são os verdadeiros fatos sobre a vida de outra pessoa, especialmente porque certas coisas relacionadas a filhos e outros assuntos pessoais são, por motivos óbvios, mantidas no mais absoluto sigilo.

Na verdade, a respeito do cumprimento de Taharat Hamishpachá, até mesmo as frias estatísticas de relatórios e tabelas de especialistas, médicos e sociólogos, que não podem ser considerados parciais para com o judeu religioso, mostram claramente os benefícios conferidos àqueles círculos judaicos que cumprem Taharat Hamishpachá. Estas estatísticas têm sido divulgadas em diversas publicações, mas não é minha intenção prolongar-me sobre o assunto nessa carta.

Minha intenção ao escrever tudo isso é obviamente, não admoestar ou pregar, mas na esperança de que ao receber minha carta você considere o assunto com mais profundidade, e comece imediatamente a observar a mitsvá de Taharat Hamishpachá, dentro da estrutura do modo de vida judaico em geral que nosso Criador nos outorgou claramente em Sua Torá, chamada de Torah Chayim, a Lei da Vida.

Mesmo que lhe pareça haver algumas dificuldades a superar, pode estar certo de que você as vencerá, e que as dificuldades existem apenas nos estágios iniciais.

Sei que em sua comunidade há casais jovens que são observantes e você poderia discutir este assunto com eles, para conhecer todas as leis e regulamentos de Taharat Hamishpachá. Se, no entanto, você achar inconveniente buscar este conhecimento com amigos, existem livros publicados que contêm a informação desejada, bem como uma lista de locais onde há micvaot disponíveis.

Em seguida, falarei dos vários eventos indesejáveis que ocorreram em sua família e que o deixaram confuso, como escreve. Em vista daquilo que foi dito acima, isso não é inteiramente inesperado. Pois, visto que a essência de um judeu é viver segundo as ordens de D’us, fica claro que se alguém perturba o fluxo normal deste tipo de vida desobedecendo as ordens divinas, não surpreende que a pessoa se sinta confusa, carecendo da verdadeira fé em D’us, que é a única terra firme para um judeu.

Além disso, como as mitsvot são também os canais por meio dos quais se recebe as bênçãos de D’us, não admira que uma falta de observância impeça a realização das bênçãos Divinas.

Repito, não é minha intenção admoestá-lo quanto ao seu passado, mas se deseja seguir meu conselho, insisto para que comece agora a viver o estilo judaico de vida, com firme resolução e determinação, e isso certamente trará a você a realização dos desejos de seu coração para o bem.

Com bênção,
(Assinatura do Rebe)
 
       
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  Shiduch
25 de Marcheshvan, 5742 (1982)

Saudações e Bênçãos:
Sua carta de quatro de outubro chegou às minhas mãos com considerável atraso, e agradeço muito pelas boas notícias que ela contém.

A respeito de sua pergunta sobre seu relacionamento com uma senhora que tem um problema de saúde relatado a M.S., e se você deveria prosseguir o relacionamento com intenções matrimoniais – isso, antes de mais nada, é uma questão de sentimentos pessoais de ambas as partes. Ao mesmo tempo, é necessário ter cuidado para não encorajar falsas esperanças ou ansiedade.

No entanto, como você é um médico, não há necessidade de enfatizar que intensivas pesquisas estão sendo feitas em todos os ramos da ciência médica, especificamente na área de M.S., e principalmente nos primeiros estágios.

Se você me informar seu nome hebraico completo, juntamente com o nome hebraico de sua mãe, como é costume, e o mesmo sobre a referida senhora, eu me lembrarei de ambos nas minhas preces, para que D’us os guie no caminho que é realmente melhor para cada um.

Creio que não será necessário enfatizar a você que a conduta na vida diária segundo a vontade de D’us, que é também "Aquele Que Cura toda a carne e age milagrosamente", além de ser "obrigatório" em si mesmo, é a maneira de receber as bênçãos de D’us em todas as necessidades, incluindo também a tomada da decisão correta em todos os problemas, especialmente num assunto sério como casamento. Portanto, todo esforço adicional em bondade e santidade, Torá e mitsvot, alarga estes canais.

Com bênção,
(Assinatura do Rebe)

P.S. Recentemente, fui informado que uma nova abordagem ao tratamento de M.S. tem sido feita por intermédio da droga "Interferon". Embora atualmente se acredite que seja uma ajuda no controle da doença, espera-se que possa provar-se útil também para a cura.

 
       
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  Taharat Hamishpachá: Fonte de Vida e Bênçãos
14 de Sivan de 5724

Saudações e Bênçãos:

Recebi sua carta datada a 21 de maio, na qual você escreve sobre seu passado e alguns pontos importantes em sua vida.

Em resposta, falarei sobre o ponto essencial em sua carta, ou seja, sua atitude em relação à observância religiosa, como você descreve, em especial à mitsvá específica que é vital para uma vida conjugal feliz, Taharat Hamishpachá [Leis da Pureza Familiar].

Você escreve que não entende a importância desta mitsvá. Isso não surpreende, pois fica claro da analogia de uma criança pequena sendo incapaz de entender um professor que está adiantado em conhecimentos.

Tenha em mente que a condição entre a criança e o professor é somente uma diferença de grau, e não em espécie, visto que a criança pode, a seu tempo, não somente atingir o mesmo nível do professor, como também superá-lo.

Ocorre o contrário na diferença entre um ser criado, seja ele a pessoa mais sábia do mundo, e o próprio Criador. Como podemos nós, seres humanos, esperar entender a infinita sabedoria do Criador?

É somente por causa da grande bondade de D’us que Ele revelou determinadas razões a respeito de certas mitsvot, que podemos ter algum tipo de vislumbre ou discernimento sobre elas. Fica bem claro que D’us nos deu os diversos Mandamentos para nosso próprio bem, e não para beneficiá-Lo. Portanto, fica claro qual deveria ser sua atitude sensata em relação às mitsvot. Se é assim no que tange a qualquer mitsvá, muito mais no que diz respeito à mencionada mitsvá de Taharat Hamishpachá, que tem influência direta, não apenas sobre a felicidade mútua de marido e mulher, mas também sobre o bem-estar e felicidade de seus filhos, netos e bisnetos.

Fica igualmente claro que os pais estão sempre ansiosos para fazer todo o possível por seus filhos, mesmo que haja apenas uma pequena chance de que seus esforços se materializem, e mesmo que estes esforços acarretem dificuldades consideráveis. E isso ocorre mais ainda neste caso, onde o benefício a ser derivado é grande e duradouro, ao passo que o sacrifício, em comparação, é ínfimo. Mesmo quando as dificuldades não são apenas imaginárias, é certo que elas diminuem progressivamente, com o verdadeiro cumprimento das mitsvot, de forma a terminarem por desaparecer por completo.

É desnecessário dizer que estou ciente do "argumento" de que há muitos casais não observantes porém aparentemente felizes, etc. A resposta é simples. Antes de mais nada, é sabido que D’us é muito misericordioso e paciente, e espera que o pecador retorne a Ele em sincero arrependimento. Além disso, as aparências enganam, e nunca se pode saber quais são os verdadeiros fatos sobre a vida de outra pessoa, especialmente porque certas coisas relacionadas a filhos e outros assuntos pessoais são, por motivos óbvios, mantidas no mais absoluto sigilo.

Na verdade, a respeito do cumprimento de Taharat Hamishpachá, até mesmo as frias estatísticas de relatórios e tabelas de especialistas, médicos e sociólogos, que não podem ser considerados parciais para com o judeu religioso, mostram claramente os benefícios conferidos àqueles círculos judaicos que cumprem Taharat Hamishpachá. Estas estatísticas têm sido divulgadas em diversas publicações, mas não é minha intenção prolongar-me sobre o assunto nessa carta.

Minha intenção ao escrever tudo isso é obviamente, não admoestar ou pregar, mas na esperança de que ao receber minha carta você considere o assunto com mais profundidade, e comece imediatamente a observar a mitsvá de Taharat Hamishpachá, dentro da estrutura do modo de vida judaico em geral que nosso Criador nos outorgou claramente em Sua Torá, chamada de Torat Chayim, a Lei da Vida.

Mesmo que lhe pareça haver algumas dificuldades a superar, pode estar certo de que você as vencerá, e que as dificuldades existem apenas nos estágios iniciais.

Sei que em sua comunidade há casais jovens que são observantes e você poderia discutir este assunto com eles, para conhecer todas as leis e regulamentos de Taharat Hamishpachá. Se, no entanto, você achar inconveniente buscar este conhecimento com amigos, existem livros publicados que contêm a informação desejada, bem como uma lista de locais onde há micvaot disponíveis.

Em seguida, falarei dos vários eventos indesejáveis que ocorreram em sua família e que o deixaram confuso, como escreve. Em vista daquilo que foi dito acima, isso não é inteiramente inesperado. Pois, visto que a essência de um judeu é viver segundo as ordens de D’us, fica claro que se alguém perturba o fluxo normal deste tipo de vida desobedecendo as ordens divinas, não surpreende que a pessoa se sinta confusa, carecendo da verdadeira fé em D’us, que é a única terra firme para um judeu.

Além disso, como as mitsvot são também os canais por meio dos quais se recebe as bênçãos de D’us, não admira que uma falta de observância impeça a realização das bênçãos Divinas.

Repito, não é minha intenção admoestá-lo quanto ao seu passado, mas se deseja seguir meu conselho, insisto para que comece agora a viver o estilo judaico de vida, com firme resolução e determinação, e isso certamente trará a você a realização dos desejos de seu coração para o bem.

Com bênção,

[Assinatura do Rebe]
 
       
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  Lidando com a perda

Como você certamente sabe, as perguntas que faz a respeito dos caminhos de D’us, etc., já são encontradas na Torá shebiksav (Torá Escrita) e shebe'al-peh (Torá Oral), pois são naturais em épocas de tensão.

Uma resposta geral, que é na verdade evidente por si mesma, embora difícil de aceitar em um estado de perturbação emocional, é que com certeza não é lógico limitar o Criador em Seus desígnios e ações para adaptar-se ao entendimento de um ser humano criado.
Muitas vezes tive oportunidade de citar uma simples ilustração no sentido de que ninguém pode esperar que uma criança entenda as idéias e ações de um mestre erudito, embora o próprio mestre tivesse certa vez sido uma criança, e a criança de hoje, a seu tempo, tenha o potencial até mesmo para suplantar o mestre. Quanto mais então, e incomparavelmente, quando se trata da Infinita Inteligência do Criador face a face com a inteligência finita e limitada de um ser humano criado. Isso, certamente, não será uma revelação para você; apenas, como declara a Torá, é difícil para uma pessoa aceitar o consolo na época de sofrimento.

Entretanto, com o devido respeito, devo dizer que fiquei muito, muito mesmo, admirado com sua declaração: "Onde está meu pai?" Conhecendo as origens de sua família, bem como a sua e a de seu marido, certamente é desnecessário lembrar a você que a alma é eterna, e além disso, sua sobrevivência após a morte do corpo não é algo que deve ser acreditado, mas puro bom senso.

Pois, obviamente, a moléstia física que afeta o corpo não pode afetar a alma, que é espiritual; pode apenas afetar e terminar a união do corpo e alma, mas não a própria alma.
Seria supérfluo dizer o exposto acima para você, exceto que isso tem uma conseqüência direta e um rumo sobre o qual deveria ser sua atitude e conduta. Pois, embora a alma seja eterna e, de fato, esteja agora em um estado onde não é cerceada pelas limitações do corpo, está completamente cônscia daquilo que está acontecendo na família.
Quando se percebe que esta é a causa de sofrimento acima e além dos limites de luto prescritos pela Torá, Torá Chaim [a Torá de Vida] – e é obviamente perturbado por isso, esta não é a maneira de contribuir com a paz e felicidade da alma.

Também já tive oportunidade de mencionar que, mesmo durante a permanência da alma nesta vida, quando está revestida do corpo físico, o verdadeiro vínculo entre as pessoas e os membros da família não é físico, mas espiritual, pois aquilo que faz a verdadeira pessoa não é sua carne e ossos, mas seu caráter e qualidades espirituais. Portanto, este vínculo permanece, e todos aqueles que amaram muito a pessoa deveriam tentar ainda mais trazer alegrias à sua alma eterna, e contínua elevação espiritual (aliyas haneshomoh) pela grande adesão à Torá. Toras Emes [a Torá da Verdade], em geral, e especialmente no reino diretamente relacionado ao passamento da alma – observar o que está prescrito para o período de Shivá [os sete dias de luto], mas não expandi-lo, e da mesma forma quanto ao período de Shloshim [30 dias de luto aliviado], mas não além, e então e sempre, servir a D’us pelo cumprimento de Suas mitsvot como deveria ser este serviço – com júbilo e alegria no coração.

E D’us certamente a recompensará por toda a tristeza, embora neste instante ainda seja incompreensível como isso será recompensado.

(Assinatura do Rebe)
 
       
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  Pidyon

Paz e Bênção!
Em resposta ao convite para o Pidyon Haben de seu filho, que tenha vida longa.
Que seja a vontade de D’us que esta seja numa hora boa e propícia, e que, junto com sua esposa, o eduquem para o estudo de Torá, ao casamento e para uma vida de boas ações, em prosperidade, material e espiritualmente.

O preceito de resgatar o primogênito é em troca de D’us ter resgatado os primogênitos israelitas quando houve a praga sobre todos os primogênitos no Egito.
Nossos Sábios nos ensinaram a nos assemelhar a D’us: “Da mesma forma que Ele é bondoso e piedoso seja você também”.

Desta mesma forma, cada um e cada uma, tendo a possibilidade, deve salvar filhos e filhas do povo judeu, que sobre todos foi dito “meu filho primogênito, Israel”, para que não se assimilem entre as nações, D’us nos livre, conectando-os com a Torá viva, e desta forma estarão “vivos hoje todos perante Ti”.

Que seja a vontade de D’us que brevemente em nossos dias tenhamos todos o mérito de presenciar nosso Pai Celestial redimindo Seu primogênito, Israel, deste último exílio, e meu sogro, o Rebe, vai nos levar ao encontro do justo Mashiach brevemente. Amen.

Assinatura do Rebe
 
       
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  Pranteando uma Morte
Tradução de uma carta do Rebe, de 21 de dezembro, 1969

Saudações e bênçãos:

Recebi sua carta a tempo – embora as circunstâncias tenham retardado minha resposta – na qual escreve sobre o falecimento de sua mãe, de abençoada memória, e sobre seus pensamentos e sensações em conexão com isto.

A verdade é que “ninguém entre nós sabe de nada” a respeito dos caminhos de D’us, que criou os seres humanos, governa-os, e os observa com a Providência Divina específica. Mas certamente, certamente, Ele é a própria essência do bem e, como diz a expressão, “é da natureza do bem fazer o bem.” Se, às vezes, D’us não é entendido pela mente humana – não é de admirar: que significado tem uma criatura finita, limitada, medida, em relação ao infinito e ao eterno, especialmente em relação ao “absolutamente Infinito e Eterno” (B’li G’vul V’Ein Sof Ha’amiti)?

Apesar disso, D’us escolheu revelar uma fração de Sua sabedoria ao homem, de carne e osso. Isso Ele fez com Sua sagrada Torá, chamada “A Torá da Luz” e “A Torá da Vida” – ou seja, que ilumina o caminho do homem pela vida de tal maneira que até suas limitadas faculdades podem compreender sua luz. Assim, também no caso da ocorrência acima mencionada, pode-se encontrar um entendimento – pelo menos parcial – de acordo com aquilo que é explicado em nossa Torá (Oral e escrita).

Na verdade, este entendimento pode ser encontrado em dois decretos da Torá que se dirigem à nossa verdadeira conduta nestas circunstâncias. À primeira vista, eles parecem cair em contradição um com o outro, embora apareçam na mesma seção do Código da Lei Judaica. A seção Yoreh Deah 394 começa: “Não se deve prantear excessivamente (além daquilo que nossos Sábios nos instruíram); aquele que o faz em extremo…” Porém, no final da seção é dito que “aquele que não pranteia como os Sábios nos orientaram é uma pessoa grosseira e cruel.” Ora, se neste caso é natural se enlutar, o que há de tão terrível sobre alguém que pranteia mais? Por que a dura admoestação mencionada na Lei? E se prantear em excesso é tão terrível, por que é cruel prantear de menos?

A explicação está nas palavras conclusivas de nossos Sábios (conforme citado por Maimônides): “A pessoa deve temer e se preocupar, examinar suas ações e se arrepender.”

Está subentendido que a alma é eterna. Obviamente, uma doença da carne não pode terminar ou diminuir a vida da alma – pode apenas danificar a carne e o sangue, bem como o vínculo entre eles e a alma. Ou seja, pode levar à cessação desse vínculo – a morte, D’us não o permita – e com o dano àquilo que une a alma ao corpo, a alma ascende e se liberta das amarras do corpo, de suas limitações e restrições.

Através das boas ações que ela realizou durante o período no qual esteve na terra e dentro do corpo, ela é elevada a um nível muito, muito mais alto que seu status anterior à descida em seu corpo.

A partir disso entendemos que qualquer um próximo a esta alma, qualquer um para quem ela era querida, deve avaliar que a alma elevou-se ainda mais alto que o nível em que estava anteriormente; ocorre que somente em nossa vida, em nosso mundo, isso é uma perda. E quanto mais perto a pessoa está da alma, e mais preciosa para ela é a elevação da alma, também maior é a intensidade da dor. Pois elas, mais ainda, sentem a perda da sua partida do corpo e da vida neste mundo.

E também é uma perda no sentido que – assim parece – a alma poderia ter ascendido ainda mais alto se permanecesse neste mundo, como ensinaram nossos Sábios na Ética dos Pais: “Um momento de arrependimento e boas ações neste mundo é preferível a todo o Mundo Vindouro.”

Assim, como a ocorrência contém estas duas facetas contrastantes – por um lado, a libertação da alma das amarras do corpo e sua subida a um mundo mais elevado, o mundo da verdade; por outro lado, a perda acima mencionada – o resultado está nas duas leis. A “Torá da Verdade” ordena que se pranteie, pelo período estabelecido pelos Sábios. Ao mesmo tempo, é proibido prantear excessivamente (ou seja, além do período de luto estabelecido, e também no que diz respeito à intensidade do luto dentro deste período).
Como foi dito, a causa básica para prantear esta ocorrência é a perda por parte da pessoa viva. Este é o objetivo do período de luto: os vivos precisam entender por que eles mereceram esta perda. É por isso que “A pessoa deve temer e preocupar-se, examinar suas ações e se arrepender.”

Por meio disso, consegue-se algo mais – o vínculo entre o vivo e a alma que ascendeu perdura. Pois a alma é eterna, vê e observa aquilo que está ocorrendo com aqueles conectados a ela e próximos dela. Toda boa ação que realizam causa prazer espiritual à alma, especificamente, as conquistas daqueles que ela educou e criou com a educação que traz as ditas boas ações; ou seja, ela tem uma parte naquelas ações resultantes da educação que deu aos filhos e aqueles que ela influenciou.

Como todo o acima constitui-se em diretrizes de nossa Torá, a sabedoria e vontade de D’us, o cumprimento dessas diretrizes é parte integrante do nosso serviço a D’us, sobre o qual se diz “Serve a D’us com júbilo.” Uma diretriz da Torá também serve como fonte de força que fornece a capacidade de cumpri-lá. Conseqüentemente, como a Torá dirige estas instruções a todo e cada indivíduo, está dentro da capacidade de cada um cumpri-lá – e ainda mais, cumpri-lá numa maneira de “Serve a D’us com júbilo.”

Tudo isso aplica-se à família inteira, mas ainda mais, com maior suprimento de força, e maior grau de responsabilidade – àqueles que estão em posição de afetar os outros membros da família que seguirão seu exemplo. Portanto, a responsabilidade de implementar todo o acima cai primeiro sobre o chefe da família e sobre o filho mais velho, neste caso estou me referindo a você e ao seu pai. A garantia “Você trabalhou, você encontrou” explica-se também aqui.

Em todo o acima está a resposta à sua pergunta sobre como você pode aliviar a carga, etc. – através de um comportamento consistente com o versículo acima, com grande fé em D’us de que você conseguirá ser bem-sucedido em seus esforços.
Que seja a vontade de D’us que você tenha boas notícias sobre todo o acima, e o bem aberto e revelado.

Com bênçãos para sucesso em todos os seus esforços e boas notícias.
(Assinatura do Rebe)
 
       
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  Pranteando uma Morte
Tradução de uma carta do Rebe, de 21 de dezembro, 1969

A respeito da terrível tragédia que ocorreu hoje aos pais da minha cunhada Pessa Kirschenbaum, Reb Zev e sua esposa Rachel Simons, duas almas muito especiais que foram levadas deste mundo num terrível acidente de carro.

Eu gostaria de apresentar uma resposta que o Rebe deu aos pais da menina Miriam de seis anos, que foi morta num acidente de carro em Berkeley, Califórnia (Erev Pêssach 1989).

Após a morte, os pais escreveram uma longa carta ao Rebe com muitas perguntas sobre a natureza desses tipos de tragédias. A resposta do Rebe fez mais do que apenas consolar – deu um novo foco à família enlutada. Incluo também uma interessante foto do Rebe, comparecendo a um funeral no inverno de 1991.

1 – Uma pessoa não pode dizer com certeza que conhece claramente as intenções de Hashem, (exceto um profeta que foi instruído por Hashem a revelar isto).

2 – Para tudo que acontece nos tempos de hoje, podemos encontrar um exemplo no passado. (Em Midrashim de Chazal, com interpretações adicionais diferentes para cada evento). Às vezes, nos detalhes de um incidente ocorrido hoje, é possível encontrar uma explicação catravés de um evento semelhante ocorrido no passado, com outras pessoas e/ou circunstâncias

3 – Com respeito a Miriam, é óbvio que ela faleceu de uma maneira que Torah Emet ordena que é proibido pranteá-la em shivá, exceto por alguns poucos momentos e similarmente no que tange ao Shloshim [devido ao fato de que era Erev Yom Tov].

4 – Todas as neshamot (almas) do presente descem como uma continuação de um guilgul prévio (reencarnação) a fim de completar o que estava faltando antes de vir (de maneira total ou parcial).

5 – Aqueles que são Nistalek (faleceram) antes de sua obrigação de cumprir mitsvot, é porque estão aqui neste mundo para completar o número de anos que precisavam estar neste mundo. (Embora esta seja uma exceção, em geral todos precisam viver 70-80, até 120 anos).

6 – Se Miriam precisava completar o número de anos que tinha de estar neste mundo, e então ir imediatamente para o Gan Éden, entende-se que os pais não devem ficar tristes porque neste Pêssach em que ela partiu ela estava no Gan Éden e de acordo com isto, entende-se também que eles precisavam, segundo a Torah Emet, ter verdadeira Simcha em Pêssach.

7 – Especialmente porque ela (a Sra. Gearman) e seu marido deram à filha uma infância que foi preenchida com o bem, material e espiritualmente, durante todos os seus anos.

Gut Shabes
{Assinatura do Rebe]
 
       
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