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Chinuch | |||||
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Colel |
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Juventude • Naassê vem antes • Objetivo de vida • Retardamento Mental • Semear e cuidar • Uma escola judaica • D’us na Sala de Aula |
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Chinuch | ||||||
Colel 8 de Tevet, 5741 (1981) Saudações e bênçãos: Recebi sua carta de 5 de dezembro, com os anexos. Fiquei contente ao notar que você se juntou ao Colel Lubavitch [estudos rabínicos avançados para homens casados] em Stamford Hill e que o considera muito inspirador. Gostei de sua gentileza em mandar-me amostras de seu trabalho. Creio que não há necessidade de enfatizar a você a importância da mitsvá de V'Ohavto L'Reacho Komocho [amar o próximo como a si mesmo], e confio que você está usando sua boa influência ao seu redor para induzir outros a seguirem seu exemplo e entrar para o Colel, ou pelo menos, ter períodos regulares para o estudo de Torá, e progresso geral em todos os assuntos de Torá e mitsvot que, além de ser algo essencial para seu próprio benefício, são também o canal para receber as bênçãos de D’us. Portanto, todo esforço adicional nesse rumo, onde sempre há espaço para progresso, amplia os canais para receber as bênçãos de D’us em todas as necessidades. Com bênção, (Assinatura do Rebe) |
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Educação
Judaica Para Crianças Com Necessidades Especiais Nota do Editor: Numa carta a um participante numa conferência sobre “Problemas e Necessidades de Retardados Judeus”, o Rebe expressou sua opinião de que era uma caracterização imprópria, e que preferia o termo “especial”. Pela Graça de D'us 22 de Av, 5739 (15 de agosto, 1979) Brookly, NY Sr. R. Wilkes, Diretor do Programa de Assistência, II Região, Conselho para Retardamento Mental Hospital Coney Island Saudações e Bênção: Esta é em resposta à sua carta de 9 de agosto, na qual você pede minhas opiniões sobre “os cuidados e educação das crianças judias retardadas”, abordando alguns dos problemas relacionados a isso e as políticas mais usadas etc. Devo, antes de mais nada, fazer uma observação essencial, ou seja, que embora o título acima coloque todos os retardados em um grupo, seria uma enorme falácia apresentar quaisquer regras para serem aplicadas a todos eles como um grupo. Pois se qualquer criança precisa de uma avaliação individual para dar o máximo em seu desenvolvimento, muito mais então no caso dos deficientes. Como o acima é tão óbvio, presumo que você tenha em mente as linhas mais gerais, com uma vasta gama de flexibilidade, permitindo a necessária abordagem individual em cada caso. Além disso, sinto dizer, nossa sociedade atual é mal equipada em termos de formação humana e recursos financeiros para permitir um tratamento pessoal adequado a cada menino ou menina deficiente. Ainda mais lamentável é o fato de que pouca atenção (pouca, em face da importância do problema) seja dada a essa situação, e consequentemente pouco seja feito para mobilizar mais recursos adequados para lidar com o problema. Ora, no que diz respeito a orientações em geral, eu sugeriria o seguinte: (1) O trabalhador social, ou professor, e quem lida com indivíduos especiais deveria começar da premissa básica de que o retardamento é em cada caso somente um problema temporário, e que no devido tempo certamente vai melhorar, e até melhorar substancialmente. Essa abordagem deveria ser adotada independentemente de pronunciamentos ou prognósticos de especialistas nessa área. O motivo para essa abordagem é, em primeiro lugar, porque é uma pré-condição para maior sucesso em lidar com crianças especiais. Além disso, considerando os enormes avanços que têm sido feitos na ciência médica, conhecimento humano, metodologia e estudos, não restam dúvidas de que nessa área, também, haverá muito desenvolvimento. Assim, a própria confiança de que tal progresso está no âmbito da possibilidade vai inspirar maior entusiasmo nesse trabalho, e certamente vai também inspirar uma pesquisa mais intensiva. (2) Assim como a mencionada abordagem é importante sob o ponto de vista do educador e de quem trabalha na área, também é importante que os estagiários sejam encorajados com palavras e por treinamento, para sentirem que não há, D'us não o permita, “casos” muito menos desafortunados ou sem esperança, mas que sua dificuldade é considerada somente temporária, e que com um esforço concentrado do instrutor ou estagiário a desejada melhora será intensificada e apressada. (3) Desnecessário dizer, deve-se tomar cuidado para não exagerar nas expectativas por meio de promessas impossíveis, pois falsas esperanças inevitavelmente resultarão em profundo desencanto, perda de credibilidade e outros efeitos indesejáveis. Porém, certamente pode-se encontrar uma maneira de evitar trazer falsas esperanças, sem deixar de dar encorajamento. (4) Como parte da abordagem acima, que pelo que sei não foi usada antes, é envolver, (alguns) estagiários numa forma de liderança, como capitães de equipes, líderes de grupos e outros semelhantes, sem despertar a inveja de outros. Isso poderia ser evitado fazendo essas seleções com base na idade, conduta exemplar e realizaçao especial. (5) Quanto aos esforços que têm sido feitos nos últimos anos para criar “lares de grupo” para indivíduos especiais, que, como você diz, têm sido uma fonte de controvérsia, deve-se esperar que como na maioria das coisas em nosso mundo imperfeito, haja prós e contras. No entanto, creio que a abordagem deveria ser a mesma como no caso de todos os pupilos ou estudantes que passam parte do tempo em grupo: escola, dormitórios, acampamentos de verão, etc., e parte do tempo com a família, seja todo dia ou fins de semana, etc. Somente por meio de abordagem e avaliação individual pode ser determinado qual indivíduo se enquadra em qual categoria. (6) Certamente não há necessidade de enfatizar que, como em todos os casos envolvendo judeus, suas necessidades judaicas específicas devem ser levadas em conta. Isto é especialmente verdadeiro no caso de crianças judias retardadas, porém muitas vezes isso é desconsiderado. Infelizmente há um equívoco prevalecente de que como você está lidando com crianças com capacidades limitadas, elas não deveriam ter “o fardo” da educação judaica além da sua educação geral, para não sobrecarregá-las. Em minha opinião essa é uma atitude errada e prejudicial, especialmente pelo que foi dito acima sobre evitar impor o problema sobre a criança. Deve-se lembrar que uma criança vinda de um lar judaico provavelmente tem irmãos e irmãs, ou primos e amigos, que recebem educação judaica e estão expostas a observâncias judaicas. Até na sociedade americana, na qual judeus observantes não são a maioria, sempre há uma medida de experiência judaica, ou ângulo judaico, na criação da criança. Portanto, se a criança especial vê ou sente que tem sido deixada de lado e removida daquela experiência, ou quando por fim descobre que é judia, porém foi privada da sua identidade judaica e de seu legado, é provável que isso cause danos irreparáveis. Os próprios estagiários devem ser encorajados com palavras e pelo treinamento a sentirem confiança de que não são, D'us não o permita, “casos”. Por outro lado, se a criança estiver envolvida em educação e atividades judaicas, e não de maneira geral e periférica, mas de forma real e tangível, como no cumprimento das mitsvot, costumes e tradições, isso lhe dará um senso de pertencer e estar apegado, e uma firme âncora para se segurar, consciente ou inconscientemente. Com o tempo uma sensação subconsciente de segurança interior passaria para o estado consciente, especialmente se o professor se esforçar para cultivar e fortalecer esse sentimento. Estou, obviamente, consciente dos argumentos que devem ser propostos sobre esta ideia, ou seja, de que exige fundos adicionais, pessoal qualificado etc., não prontamente disponíveis no momento. Com certeza, esses são argumentos que têm como base as coisas como são agora. No entanto, o verdadeiro problema não é tanto a falta de recursos com o principal que considera o ângulo judaico como de importância secundária, ou menor; consequentemente o esforço para remediar a situação é comensurada, resultando numa profecia auto-realizadora. A verdade da questão é que se a importância disso for vista sob sua verdadeira luz, que é um fator essencial no desenvolvimento das crianças judias retardadas, além da nossa obrigação elementar com todas as crianças judias sem exceção, os resultados serão bem diferentes. Talvez tudo que foi dito acima não seja o que você tinha em mente ao solicitar minhas opiniões sobre “lares de grupos”. Apesar disso, vi-me obrigado a demorar-me sobre o assunto, não apenas porque isso tinha de ser dito, mas também porque pode servir como base para resolver a controvérsia sobre a criação de “lares de grupos” para aquelas crianças que atualmente estão colocadas num ambiente distante de seu lar individual e da comunidade, parafraseando sua declaração. Finalmente uma observação conclusiva sobre sua referência laudatória ao Movimento Lubavitch, “com sua profunda preocupação com o bem-estar de todo indivíduo judeu” etc. Desnecessário dizer, tal avaliação é muito gratificante, mas devo confessar e enfatizar que esta não é uma ideia original de Lubavitch, pois é básica ao Judaísmo da Torá. Assim, nossos Sábios declararam que ve’ohavto lere’acho ko’mocho (“Ama teu próximo como a ti mesmo) é o Grande Princípio de nossa Torá, com ênfase no “como a ti mesmo”, pois toda pessoa certamente tem uma atitude muito especial e pessoal consigo mesma. Para crédito dos emissários de Lubavitch deve-se dizer, porém, que eles estão fazendo tudo que podem para implementar e viver segundo esta Regra de Ouro da Torá, e fazendo isso incansavelmente e com entusiasmo. Que o Zechut Harabim, o mérito dos muitos que se beneficiam com seus sinceros esforços para ajudá-los em sua necessidade, especialmente em seu cargo como Diretor Regional do Conselho para Retardamento Mental, traga-lhe sucesso pleno e estimule sua dedicação para realizações ainda maiores. Com estima e bênção, [Assinatura do Rebe] |
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Educação
de uma criança 5729 Saudações e bênçãos Fiquei agradavelmente surpreso ao notar em sua missiva alguns trechos de cartas de seu filho, bem como o espírito de seus comentários nesta conexão. Visto que o que é bom não tem fim, confio que haverá uma continuidade nesta direção e que, além disso, a boa influência de seu filho criará uma reação em cadeia afetando todos os membros de sua família. Queria comentar com você, entretanto, o assunto de sua filha mais nova, que, como você diz, tem onze anos e resiste à ideia de começar na escola judaica, mas você “não forçou o assunto.” Pode bem imaginar minha reação a isso. Pois certamente, se sua filha de onze anos tivesse resistido a ir à escola de uma vez, você certamente teria achado necessário “forçar” o assunto – se é que o termo “força” pode ser aplicado aqui. Certamente, no que tange a uma criança judia, sua educação hebraica é tão importante como a educação convencional. Isto tem sido reconhecido através dos tempos, mas deveria ser particularmente entendido em nossos dias, pois temos visto muitas das mais notáveis e mais santas pessoas de nosso povo determinadas por um inimigo maléfico. Consequentemente, todos nós que somos suficientemente afortunados para sobreviver, devem compensar esta tremenda perda. Por outro lado, as forças de assimilação total têm se tornado muito mais fortes nos países livres e democráticos. Você pode considerar minha referência às atitudes de sua filha, e à sua atitude em relação a isto, não mais relevante, pois você escreve que ela concordou em começar na escola judaica, embora você aponte (com aparente satisfação) que o método de instrução é “Habet u’shma” (veja e ouça), um sistema que aparentemente não visa a Va’aseh (fazer). Certamente não há necessidade de enfatizar a você o fato de que quando a Torá foi outorgada a nosso povo, “Na’aseh” era não apenas uma condição para aceitação da Torá, mas uma condição prioritária – “Na’aseh” antes de “v’Nishmá.” Nossos sábios, de abençoada memória, enfatizam que a identidade judaica e a própria base da existência judaica, para o indivíduo, bem como para o povo como um todo, repousa neste notável princípio de “Na’aseh” antes de “v’Nishmá.” Certamente esta é a maneira de treinar e educar uma criança judia. Com bênçãos, (Assinatura do Rebe) |
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Entusiasmo
e inspiração 15 de Tamuz, 5723 (1963) Saudações e Bênçãos Fiquei contente ao receber sua carta com o anexo. Gostei de saber que você encontrou as crianças bem e felizes, e que tudo também vai bem no seu trabalho educativo. É claro que fiquei feliz também por notar que após nossa conversa, você sentiu-se mais encorajado a respeito de sua obra para a divulgação do Judaísmo. Quanto a você escrever que teve o sentimento de que poderia conquistar o mundo, posso acrescentar que esta não é apenas uma maneira de falar, mas tem uma base, na verdade, como indicado na Guemara (Kidushin 40b). Também o Rambam (Maimônides) declara algo a esse respeito como uma questão da Halachá (Lei Judaica), quando afirma que uma pessoa deveria sempre considerar seus atos positivos e negativos como equilibrados, e assim o mundo inteiro. Se alguém cumpre uma mitsvá adicional, ele se coloca, bem como o mundo inteiro, na balança de zechut (mérito), superando o lado negativo. O exposto acima é verdadeiro, evidentemente, também no assunto da divulgação do Judaísmo, e não apenas pelo propósito de superação. Pois as atividades em chinuch (educação judaica), começando de maneira sincera e calorosa, criam uma reação em cadeia, e os alunos terminam por se tornar eles próprios fontes de influência, como professores ou em outras habilidades, com o mesmo entusiasmo e inspiração… (Assinatura do Rebe) |
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Influência
sobre o filho Professor… Cambridge, Massachussets Saudações e bênçãos: Esta vai em resposta à sua carta recente. Começando com o parágrafo final da sua carta, sobre a conveniência de fazer uma mudança – na minha opinião seria aconselhável você continuar no seu cargo atual em Cambridge, o que também seria benéfico para seus pais. Não vejo como a sua mudança para Erets Yisrael fortaleceria sua influência sobre o seu filho, principalmente pelo fato de que a geração mais jovem ali tende a sentir e agir mais independentemente da influência paterna. De qualquer forma, como você passou um ano ali recentemente, com certeza está familiarizado com a situação em Erets Yisrael a esse respeito. Sobre aquilo que você pode fazer para guiar seu filho na direção da Torá – sem dúvida você sabe que atualmente é mais fácil para os pais influenciar filhos adolescentes através da mediação de amigos do que tentando diretamente eles mesmos. Os filhos que começam a sentir que estão ficando adultos são inclinados a desprezar o conselho dos pais porque temem que estes ainda os consideram imaturos (ou algo semelhante), mas seriam mais receptivos ao mesmo conselho vindo de fontes "objetivas". Portanto, seria bom se você pudesse encontrar amigos em Boston que tentassem influenciar seu filho na direção correta. Isso seria mais eficaz se feito de maneira a não tornar óbvio que eles estão intervindo a seu pedido. Talvez haja uma chance de persuadi-lo a freqüentar uma yeshivá – como a Yeshive University, por exemplo – com um dormitório onde ele ficaria sob a influência de colegas adequados. Porém eu gostaria de falar sobre outro tópico, e confio que você o levará em conta. Fiquei um tanto surpreso por você não mencionar em sua carta os seus contatos com nossos irmãos atrás da Cortina de Ferro, nem faz alusão a qualquer atividade destinada a ajudar os muitos que saíram daquele local. Você indubitavelmente sabe que grande porcentagem deles precisa de encorajamento em termos de incorporar Torá e mitsvot na vida e conduta diárias. A influência (moral e espiritual) de alguém que também é fugitivo do mesmo lugar, e conhece os problemas por si mesmo, tem chance de ser mais eficaz, especialmente quando acompanhada por um exemplo vivo. Obviamente, existem aqueles que talvez você considere não apropriados para este tipo de atividades comunitárias. Porém se este, ou qualquer outro motivo, pode ter sido desculpável em tempos normais, não pode ser válido em épocas de emergência, especialmente quando se trata de pikuach nefesh, pois isto supera qualquer outra coisa! Desnecessário dizer que não é minha intenção fazer sermões. Porém vendo o que está acontecendo a muitos dos nossos irmãos que deixaram a Cortina de Ferro – porque ninguém tentou fazer contato com eles – não tenho outra opção exceto transmitir o SOS deles. Que D'us conceda que você tenha boas novas sobre todo o mencionado acima. Com estima e bênção, (assinatura do Rebe) |
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Investimento
em Chinuch Pela graça de D’us, Rosh Chôdesh Menachem-Av, 5733, New York Saudações e bênçãos Sem ter notícias suas por algum tempo – embora tenha recebido recomendações indiretas por amigos mútuos – fiquei contente ao ver chegar sua carta de 25 de julho. Apressei-me a respondê-la, por causa da importância óbvia do assunto em questão, que está relacionado ao problema de como podemos distribuir fundos melhor e mais efetivamente de sua Fundação para uma verdadeira educação judaica, e você me pede conselhos e orientação sobre o assunto. Permita-me, portanto, apontar alguns problemas que têm empanado tais objetivos altamente louváveis por parte de fundações similares. Pois evitar esses problemas é o primeiro passo para atender estas necessidades. Tem ocorrido com freqüência, infelizmente, em várias áreas da filantropia, que, antes que a verdadeira distribuição de fundos tenha início, uma pesquisa preliminar e completa ou um programa de estudo seja iniciado. Ao passo que esta abordagem é geralmente motivada por um desejo de distribuir fundos de maneira mais eficaz, e possa ser teoricamente recomendável, o resultado na maioria das vezes tem sido retardar a distribuição de fundos que são necessários com urgência, além do fato que fundos substanciais têm dessa maneira sido desviados de seu objetivo mais importante. No nosso tempo, considerando o estado de emergência no que tange à educação de Torá, a demora é ainda mais deplorável que o desvio de verbas. Um outro ponto, também mencionado em sua carta, é a política vigente em fundações de não tocar o capital em tempo algum, mas de utilizar apenas a receita. Esta política também pode ser recomendável em tempos normais, mas épocas de emergência como ocorrem agora clamam por uma política mais flexível. Obviamente, não importa quão substancial a receita possa ser, é apenas uma fração da reserva real; e se o caso é de salvar vidas, algumas das reservas deveriam também ser trazidas à baila. Repito, as diretrizes acima mencionadas, com as quais concordo, são inquestionavelmente sérias e bem-intencionadas. Porém são razoáveis apenas em tempos normais. A realidade, entretanto, é que vivemos em tempos anormais, e a estranheza da situação tem duas facetas, uma negativa e outra positiva. Pelo lado negativo, para nossa profunda consternação, vemos como um enorme e crescente segmento da juventude judaica está totalmente confuso e alienado, a tal ponto que está sendo considerado em alguns quadrantes como uma causa perdida, D’us não o permita. Tal consideração é, com certeza, bem diferente do ponto de vista da Torá, inequivocamente expressa por nossos sábios da Mishná: “Todos os judeus têm seu quinhão no Mundo Vindouro, como está escrito, ‘mas todo nosso povo é íntegro… o trabalho de Minhas mãos.’” Em outras palavras, o destino eterno de todo judeu está assegurado pelo próprio D’us , independente da situação em que o indivíduo possa estar. Felizmente, como a Divina Providência é evidente em tudo, também é visível o fato de que o lado negativo da situação é compensado pelo seu lado positivo. Hoje é, mais que nunca maior, mais honesto e ansioso o desejo de nossa juventude de buscar a verdade, desejo igualado pela determinação e prontidão para aceitar o desafio e reordenar a vida diária de acordo – enquanto eles estiverem convencidos de que encontraram a verdade. A combinação dos dois fatores expostos, o negativo e o positivo, torna ainda mais urgente prestar a necessária ajuda imediatamente, sem demora e na medida máxima. Há numerosos casos que estão no limite, onde é uma questão de resolver ou deixar ir, onde cada minuto é essencial: toque-os – e os salvará; deixe-os ir – e eles ficarão fora de alcance. Pois as forças que os puxam na direção errada são numerosas e tremendas; forças que “chamam escuridão à luz, e amargo ao doce,” e assim muitos dos nossos meninos e meninas são constantemente expostos a elas com a máxima vulnerabilidade e as mínimas defesas. Este parece ser um longo prefácio para minha resposta à sua carta, mas não tão longo considerando a importância do assunto. Se você tem em mente algum tipo de agência ou programa envolvendo um contingente com funções coordenativas – então já manifestei meu ponto de vista sobre isso anteriormente. Espero, porém, que considere, ao contrário, começar logo com distribuição de verbas a reais instituições de Torá com organizações com enfoque em Chinuch, que atendam às qualificações que você demonstrou. Gostaria de sugerir, além disso, que nos próximos anos, a qualquer custo, alguns fundos tirados do capital aumentem a distribuição da renda. Se a última parte da sugestão ainda sugere alguma hesitação, deixe-me suavizar tal desconfiança pela frequentemente repetida afirmação de nossos sábios de que tsedacá é análoga a um poço, que se enche por si mesmo. Extrair água deste poço não diminui o suprimento, enquanto que privar-se da quantidade necessária não o aumenta. Ainda mais clara é a analogia do uso da mente, especialmente a respeito de sabedoria e conhecimento de Torá. Os mestres que ensinam Torá, por mais exigentes que sejam os alunos e por mais que ensinem, mais aprendem e mais aprofundam seu próprio conhecimento. Não há necessidade de explicar isso a você. Confio em que aceitará minhas sugestões mesmo se, à primeira vista, não aparentem ser comerciais. Pelo que tenho sabido a seu respeito, está mais preocupado com pessoas e valores que com negócios, e é disso que estamos tratando aqui – pessoas vivas e os eternos valores da Torá Chaim e Torá Emes, os quais podem ser aproximados, a fim de que sejam salvos para as futuras gerações. Que D’us o guie para tomar a decisão correta, e Zechus Horabim estará com você para agir da melhor maneira, e para dar um brilhante exemplo a outros, bem como a seguir avante com suas responsabilidades – com total encorajamento e cooperação de sua esposa – em boa saúde e com alegria no coração. Com estima e bênçãos, (Assinatura do Rebe) |
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Juventude New Haven, Connecticut Saudações e bênçãos …concordo inteiramente com você, claro, sobre a importância do papel da juventude judaica neste país, como em qualquer outro lugar. Entretanto, não concordo com você em tomar uma atitude defensiva e quase de desculpas sobre as coisas grandiosas que podem ser conquistadas pela juventude judaica. Primeiramente, como pode alguém julgar ou avaliar a grandeza e o significado de qualquer mitsvá em particular que é cumprida na vida diária, especialmente à luz do dito de nossos sábios: “Não tente avaliar a mitsvá da Torá.” Além disso, a importância infinita de uma mitsvá tem sido destramente declarada por nossos sábios, e citada no Rambam como um assunto da Lei Judaica (pois sua obra Yad Hachazaka é um código de Lei Judaica). Isto significa que uma pessoa deve sempre considerar-se, bem como ao mundo todo, como balanceada, de tal forma que ao fazer uma boa ação adicional, acrescenta mais peso à balança tanto para si, como para o resto do mundo. Se isto tem sido afirmado a respeito de todos, é de particular importância para a juventude, que possui reservas inesgotáveis de energia e entusiasmo, e que ainda precisa traçar seu caminho na vida. Nesta etapa, cada melhoramento é cumulativo, como é o caso, por exemplo, de uma semente, para a qual cuidados especiais neste estágio inicial terão efeitos duradouros na produção de uma árvore carregada de frutos, ao passo que mesmo o mais leve dano à semente pode resultar num efeito daninho que durará para sempre. Há também a consideração adicional de que cada jovem que seja aproximado da Torá e mitsvot provavelmente resultará numa reação em cadeia, tanto em efeitos sobre si mesmo, como sobre a sociedade de forma geral. Finalmente, se ainda resta alguma dúvida sobre a importância e eficácia de pequenas ações, esta tem sido completamente dissipada na era atômica atual, que tem demonstrado o tremendo poder que pode ser desencadeado por quantidades relativamente ínfimas de matéria e utilizando a energia atômica nela oculta. Certamente isso se aplica às qualidades e poderes espirituais possuídos por todos os judeus. Com bênçãos, (Assinatura do Rebe) |
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Naassê
vem antes Sr... Indianápolis, Indiana Saudações e Bênção, Fiquei agradavelmente surpreso por notar em sua carta trechos da carta de seu filho, bem como o espírito de seus comentários nessa conexão. Como não há fim ao bem, confio que haverá uma continuidade nessa direção e, além disso, que a boa influência de seu filho criará uma reação em cadeia que afetará todos os membros de sua família. Gostaria, no entanto, de discutir com você sobre o assunto de sua filha que, conforme você escreve, tem onze anos e resiste a começar na Escola Judaica; no entanto, você "não forçou a questão". Você pode bem imaginar minha reação a isso. Pois certamente, se sua filha de onze anos tivesse resistido a ir para a escola, você teria achado necessário "forçar" a questão – se é que o termo "forçar" pode realmente ser aplicado aqui. Com toda a certeza, quando se trata de uma criança judia, sua educação judaica é pelo menos tão importante para ela como a educação em geral. Isto tem sido geralmente reconhecido no decorrer dos tempos, mas deveria ser particularmente reconhecido em nossa época, pois vimos muitos dos mais justos e notáveis de nosso povo exterminados por um inimigo assassino. Em conseqüência, nós que fomos afortunados por sobreviver temos a obrigação de compensar esta tremenda perda. Por outro lado, vemos que as forças da assimilação total cresceram muito nos países livres e democráticos. Você pode considerar minha referência à atitude de sua filha, e a sua atitude a respeito disso, não mais relevante, pois escreve que ela agora concordou em começar na Escola Judaica, embora você imediatamente enfatize (com aparente satisfação) que o método de instrução é "habet u'shma" (veja e ouça), um sistema que de forma alguma visa a levar ao va'assê (fazer). Certamente não é preciso enfatizar a você que quando a Torá foi outorgada ao nosso povo, "Na'assê" era não apenas uma condição de aceitação da Torá, mas uma condição pré-exigida – "Na'assê antes de "v'Nishma". Nossos Sábios, de abençoada memória, enfatizavam que a identidade judaica e a própria base da existência judaica, tanto para o indivíduo quanto para o povo como um todo, está no grande princípio de "Na'asssê" antes de v'Nishma". Com certeza esta é a maneira de treinar e educar uma criança judia. Com bênção (assinatura do Rebe) |
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O
objetivo da vida Pela Graça de D'us 20 de Adar I, 5711 Brooklyn, NY Saudações e bênção: Sua visita há alguns dias deu-me a agradável oportunidade de abordar um assunto importante, que merecia mais tempo do que eu tinha à minha disposição. Espero que estas linhas destaquem o assunto para compensar pela inevitável brevidade. Qualquer pessoa que tenha o hábito de raciocinar pergunta a si mesma: "Qual o objetivo de minha vida?" Esta questão ocorre com maior freqüência e com grande força na mente dos jovens estudantes, que dedicam grande parte de seus melhores anos ao estudo e preparação para a vida futura à sua frente. Além disso, adolescentes possuem inesgotáveis reservas de energia e entusiasmo, das quais desejam tirar o máximo de proveito. Para eles, a questão do propósito da vida é mais urgente e vital que para pessoas mais maduras. Para nós judeus – o Povo do Livro – esta questão é de máxima relevância. O significado do epíteto não é meramente porque somos um povo com educação e estudo em geral, pois "O Livro" refere-se à Torá com a qual nos identificamos. Torá significa "instrução", "orientação", pois a Torá é nosso guia na vida. A Torá nos faz sempre conscientes de nossas obrigações na vida; dá-nos uma verdadeira definição do propósito de nossa vida, e nos mostra os caminhos e meios de atingir esta meta. O propósito da vida de todo judeu, homem ou mulher, tem sido claramente definido desde a Revelação no Monte Sinai, há mais de trinta e dois séculos, quando recebemos a Divina Torá e nos tornamos uma nação. Fomos então ordenados como "um reino de sacerdotes e uma nação sagrada." Isso significa que cada um de nós deve ser sagrado na vida privada; e em nossa associação com o mundo exterior, cada um de nós, homem ou mulher, deve cumprir funções sacerdotais. A função do sacerdote é "levar" D’us ao povo, e elevar o povo para que se aproxime de D’us. Similarmente, todo judeu e judia cumpre seus deveres pessoais e "sacerdotais" quando vive uma vida segundo a Torá. A extensão do dever de alguém está na proporção direta a sua posição na vida. É muito mais relevante no caso de um indivíduo que ocupa um cargo de alguma importância, que lhe proporciona uma oportunidade de exercer influência sobre outros, especialmente os jovens. Estas pessoas devem avaliar plenamente o privilégio e a responsabilidade que a Divina Providência lhes outorgou para espalharem a luz da Torá e para lutar contra a s trevas onde e como elas se apresentem. Este é seu dever e privilégio, como um dos estudantes em relação a seus colegas e corpo discente em geral. Eu gostaria também de transmitir esta mensagem a seus colegas no Centro Acadêmico Estudantil. Sem dúvida você sabe disso, mas talvez haja espaço para mais ênfase e a convicção de que "não pode ser de outra forma." Nenhum indivíduo judeu deveria se satisfazer com o fato de que no que tange à sua personalidade, ele está fazendo o melhor possível para aperfeiçoar-se. Ele deve ao colega a seu lado ajudá-lo a refinar-se, também. Também não se deve permitir que o desencorajamento ou que um espírito derrotista se insinue na mente da pessoa, como por exemplo: "O que posso fazer? Estou sozinho no campo" – etc. Nosso Patriarca Avraham ensinou-nos o que um indivíduo sozinho pode conseguir. Pois "Um era Avraham, mesmo assim ele herdou toda a terra" (Ezekiel 33:24). Nossa era, que algumas pessoas preferem chamar de Era Atômica, tem demonstrado que imensas reservas de energia podem ser encontradas na menor quantidade de matéria. Tudo que se precisa é descobri-las, e então domar essas reservas de energia para fins construtivos, e não de forma contrária, D’us não o permita. Tendo em mente o lema freqüentemente usado por meu sogro, de abençoada memória, que "Um judeu não deseja, nem pode ser separado de D’us" – tenho certeza de que os pensamentos expressos nas linhas acima encontrarão resposta adequada em seu coração e no coração de seus colegas e amigos. Desnecessário dizer que ficarei feliz ao receber notícias sobre seu progresso naquela direção. Cordialmente (Assinatura do Rebe) |
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Retardamento
Mental Pela Graça de D’us , Sr. Presidente do Conselho para Tratamento de excepcionais, Hospital Coney Island Saudações e bênçãos, Esta vai em resposta à sua carta de 9 de agosto, na qual você pergunta minhas opiniões sobre “cuidados e educação das crianças judias,” delineando alguns dos problemas conectados a políticas predominantes, etc. Devo, em primeiro lugar, fazer uma observação essencial, a saber, que enquanto o título acima coloca todos os excepcionais em um só grupo, seria uma rude falácia vir com quaisquer regras a serem aplicadas para todos como um grupo. Pois se qualquer criança requer avaliação e abordagem individual para atingir o máximo em seu desenvolvimento, quão mais o é no caso de retardamento. Como isso é tão óbvio, acredito que você tem em mente as diretivas mais gerais, com uma larga flexiblidade que permita abordagem individual em cada caso. Além do mais que, é triste dizer, nossa sociedade atual está pobremente equipada em termos de mão de obra e recursos financeiros para se dar ao luxo de ter um tratamento individual para cada menino ou menina. Ainda mais lamentável é o fato de que pouca atenção (pouca se considerarmos a gravidade do problema) é dada a mobilizar recursos mais adequados para lidar com este problema. Agora, a respeito das diretivas gerais, gostaria de sugerir o seguinte: 1 – A assistente social, ou professor, e qualquer um que trabalhe com indivíduos com dificuldades de aprendizagem deveriam começar da premissa básica de que retardamento é, em cada caso, apenas um problema temporário, e que no seu devido tempo poderia certamente ser melhorado, e até mesmo substancialmente melhorado. Esta abordagem deveria ser feita independentemente dos pronunciamentos ou prognósticos de especialistas neste campo. A razão por esta abordagem, é, acima de tudo, que esta é uma pré-condição para maior sucesso em lidar com os excepcionais. Além disso, considerando os passos gigantes que têm sido feitos pela medicina atual, conhecimento humano, metodologia e know-how, não há dúvida de que nessa área, também, haverá progressos fantásticos. Assim, a mesma confiança que tal progresso esteja no reino das possibilidades, inspirará um maior entusiasmo nesta obra, e se tudo der certo também estimulará pesquisa mais intensiva. 2 – Assim como a mencionada abordagem é importante do ponto de vista do trabalhador e educador, por isto é importante que as crianças e os jovens com dificuldades sejam encorajados – tanto com a palavra e a maneira de treiná-los – para sentirem-se confiantes de que eles não são, graças a D’us , “casos”, muito menos casos infelizes ou sem esperança, mas que sua dificuldade é considerada, como acima, apenas temporária, e que através do esforço concentrado do instrutor e da criança ou jovem, o desejado progresso poderia ser apressado e aumentado. 3 – Desnecessário dizer, deve-se tomar cuidado para não exagerar as expectativas através de promessas de longo alcance, pois falsas esperanças inevitavelmente caem em profundo desencanto, perda de credibilidade e outros efeitos indesejáveis. Entretanto, pode ser achada uma maneira segura de evitar provocar falsas esperanças, mesmo assim dando encorajamento. 4 – Como parte da abordagem acima que, pelo que sei jamais foi usada antes, é envolver (alguns dos) grupos com dificuldades de aprendizado em algum tipo de liderança, tais como capitães de times, líderes de grupos, e similares, sem provocar a inveja de outros. Esta poderia ser evitada fazendo-se seleções com base na idade, conquistas especiais, conduta exemplar, etc. 5 – Com respeito aos esforços que têm sido feitos recentemente para criar “grupos domêsticos” para indivíduos excepcionais, os quais, como você diz, têm sido fonte de controvérsia – deve-se esperar que, como frequentemente acontece neste nosso mundo imperfeito, há prós e contras. Entretanto, acredito que a abordagem deveria ser a mesma como no caso de todos alunos ou estudantes que passam parte do tempo em ambientes de grupo – escolas, dormitórios, acampamentos de verão, etc., e parte do tempo em meio a seus familiares, todo os dias ou em fins de semana. Apenas com uma abordagem individual e correta avaliação pode ser determinado qual indivíduo se encaixa em qual categoria. 6 – Certamente não há necessidade de enfatizar à exaustão que, como em todos os casos envolvendo judeus, seu judaísmo específico deve ser levado em consideração. Isto é particularmente verdadeiro no caso de crianças judias excepcionais, mesmo assim frequentemente desprezada. Infelizmente há uma idéia errada de que como você está lidando com crianças retardadas, com capacidades mais limitadas,elas não deveriam receber o “fardo” da educação judaica, além da educação geral, de forma a não sobrecarregá-los. Na minha opinião, esta é uma atitude detrimental e falaciosa, especialmente à luz do que tem sido falado sobre a necessidade de evitar impressionar a criança com sua deficiência. Que seja lembrado que uma criança vinda de um lar judeu, provavelmente terá irmãos e irmãs, ou primos e amigos, que recebem uma educação judaica e estão expostos à observância judaica. Mesmo na sociedade americana, onde judeus religiosos não são maioria, sempre há alguma medida de experiência judaica, ou ângulo judaico, na educação da criança. Por este motivo, se a criança deficiente vê ou sente que foi privada daquela experiência, ou quando eventualmente descobre que é judia, porém privada de sua herança ou identidade judaicas – é bem provável que cause dano irreparável a ela. Por outro lado, se a criança está envolvida na educação e atividades judaicas – e não de maneira geral e periférica, mas de modo tangível e real, como no verdadeiro cumprimento das mitsvot, costumes e tradições – isto deveria lhe dar um senso de que pertence e está ligado, e uma âncora firme à qual se segurar, não importa se consciente ou inconscientemente. Finalmente, mesmo um sentimento subconsciente de segurança interior passaria a um estado consciente, especialmente se o professor esforçar-se para cultivar e fortificar este sentimento. Estou, é claro, consciente do argumento que deve ser colocado a favor desta idéia, isto é, que ela irá requerer fundos adicionais, pessoal qualificado, etc., não disponível de imediato. Para ter certeza, estes são argumentos que têm uma base para se saber em que pé estão as coisas. Entretanto, o verdadeiro problema não é tanto a falta de recursos como a atitude vigente que considera o ângulo judaico como sendo de importância secundária, ou menor; consequentemente o esforço para remediar a situação é comensurável, resultando numa profecia que se completa em si mesma. A verdade sobre o assunto é que se a sua importância fosse vista à sua luz verdadeira – de que é um fator essencial no desenvolvimento da criança excepcional judia, em adição à nossa obrigação elementar com todas as crianças judias sem exceção, os resultados serão bem diferentes. Talvez tudo que foi dito aqui não seja exatamente o que você tinha em mente ao solicitar minhas opiniões a respeito de “grupos domésticos”. Apesar disso, fui forçado a me estender um tanto neste assunto, não apenas porque isso precisava ser dito, mas também porque isto pode servir como uma base para solucionar a controvérsia que cerca a criação de “grupos domésticos” para aquelas crianças que são atualmente colocadas em ambientes distantes do lar individual e da comunidade – parafraseando a sua declaração. Finalmente uma observação conclusiva a respeito de sua referência elogiosa ao movimento Lubavitch, “com sua profunda preocupação pelo bem estar individual de cada judeu”, etc. Desnecessário dizer, tal apreciação é muito gratificante, porém devo confessar e enfatizar que esta não é uma ideia original de Lubavitch, pois é básica ao judaísmo da Torá. Dessa maneira, nossos sábios disseram que “Ama teu próximo como a ti mesmo” é o Grande Princípio de nossa Torá, com ênfase em “como a ti mesmo”, pois cada pessoa certamente dá um tratamento cuidadoso, e muito especial, a si mesma. A favor dos emissários de Lubavitch deve ser dito, entretanto, que estão fazendo tudo que podem para implementar e viver por esta Regra de Ouro da Torá, e o fazem com entusiasmo e dedicação. Possa o Zechut Horabim, o mérito dos muitos que se beneficiam de seus sinceros esforços para ajudá-los em suas necessidades, especialmente com sua capacidade como Presidente Regional do Conselho para Deficiência Mental, ser-lhe totalmente vantajoso e que estimule sua dedicação para realizações ainda maiores. Com estima e bênçãos, (Assinatura do Rebe) |
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Semear
e cuidar 28 de Elul, 5730 [1970] Após não saber de você por um longo tempo, fiquei contente ao receber sua carta, embora nesse ínterim eu tenha recebido lembranças de você através de seu pai quando ele esteve aqui. Gostei de ser informado sobre suas atividades, especialmente na área de chinuch. (Como já foi mencionado antes, toda atividade em chinuch deveria ser feita com especial entusiasmo, visto que é como plantar uma semente, ou cuidar de uma plantinha, onde cada esforço adicional, embora pequeno, terminará por se traduzir em benefícios extraordinários quando a mencionada semente ou plantinha se tornar uma árvore frutífera madura. O mesmo se aplica ao cuidado tomado para proteger a semente ou a muda de efeitos prejudiciais. Como prova disso, perceber-se-á que, embora mitsvot e boas ações devam ser cumpridas sem pensar na recompensa, mesmo assim a recompensa por toda atividade em chinuch é maior que a recompensa por qualquer outra mitsvá, pois os efeitos são cumulativos e reproduzidos de geração a geração.) Certamente não há necessidade de discorrer mais sobre isso com você. Acrescentarei apenas que, embora esta seja a época do ano de tomar boas resoluções para a totalidade do ano vindouro, especialmente os Dez Dias de Teshuvá, sobre os quais Nossos Sábios dizem que este era um período mencionado nas palavras familiares do Profeta: "Procure D’us onde Ele pode ser encontrado, clame por Ele quando Ele estiver por perto" (Yeshayahu 55:6) – você tomará resoluções apropriadas para se fortalecer em todos os assuntos de bondade e santidade, e em todos os aspectos sobre os quais escreve. Desejando-lhe um kesivo VeChasimo Tovah, Com bênção, (Assinatura do Rebe) |
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Uma
Escola Judaica 11 de MarCheshvan, 5722 (1961) … em conexão com sua carta dizendo que seus filhos estavam freqüentando uma escola judaica, mas que você os tirou de lá e contratou um professor particular. Devo enfatizar a você que a educação judaica não é confinada à aquisição de um determinado nível de conhecimento e informação sobre a vida judaica, mas sim que a criança deve ser criada nesse estilo de vida, numa atmosfera permeada de Judaísmo. Existe algo que um professor particular não pode substituir, ensinando apenas algumas horas por semana. Além disso, quando a lição de hebraico vem depois que a criança passou a maior parte do dia numa escola pública, onde recebe testes e lição de casa, a lição de hebraico não pode ter a mesma importância em sua mente que a escola pública, para não mencionar outros fatores como o efeito da sala de aula, a disciplina, interação com outras crianças, etc. Tudo isso relega a aula de judaísmo a um terceiro plano em importância, de modo que passa a ser considerada como um fardo desnecessário. |
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D’us
na Sala de Aula O que se segue é um trecho de uma carta escrita pelo Rebe no verão de 1963 a Shalom Levine, educador israelense de renome internacional: Após a longa interrupção desde nossa conversa, certamente será uma surpresa para você receber uma carta minha. Minha esperança é que assim como nossa reunião, e o conteúdo da nossa discussão, permanecem em minha memória, o mesmo é verdade sobre você, especialmente porque nossa discussão foi sobre temas que interessam ao grande público, e assim merece ter uma continuação. Meu motivo imediato para escrever-lhe agora é a notícia na imprensa de que você foi eleito diretor da IFTA, Associação Internacional de Professores. Eu gostaria de expressar meus sinceros votos de que você utilize bem as novas oportunidades que lhe foram oferecidas para o supremo propósito – o estabelecimento de educação adequada em todos os países do globo, especialmente na nossa Terra Santa. Um novo cargo sempre acarreta novas responsabilidades, e a Divina Providência certamente provê a capacidade para cumpri-las. Como uma continuação de nossa conversa acima mencionada, permita-me abordar um determinado assunto que poderia parecer inadequado à ocasião por causa de seu elemento perturbador. Porém o versículo já disse que “Toda tristeza deveria ter uma vantagem”1 – sendo que a vantagem é a lição que ele contém. E é esta lição que eu tenho em mente… A educação tem dois objetivos básicos: a) fornecer uma quantidade de conhecimento ao estudante. B) educar o aluno rumo a uma conduta adequada em sua vida futura. Cada uma dessas áreas obviamente é formada de muitos campos; sobre o aspecto comportamental da educação, há o campo de relações interpessoais, e o campo de desenvolvimento da personalidade individual do estudante – a maneira pela qual ele irá considerar seus próprios anseios e desejos. Quem contemplar os resultados do sistema escolar público nos Estados Unidos e em vários países europeus e, pelo que eu soube, a situação é semelhante em Israel, chega à conclusão de que estas escolas tiveram grande sucesso na área da educação no que tage às relações sociais – no sentido de reduzir as divisões que separam as pessoas e aproximando-as umas das outras, e treinando o estudante para aquilo que atualmente é chamado de comportamento “democrático” (isto, além do sucesso em transmitir conhecimentos). É claro que sempre há exceções à regra – locais onde as escolas tem sido utilizadas, maliciosamente ou não, para fins opstos – mas o acima geralmente é correto na maioria dos casos. No entanto – e este é o ponto preocupante – a mesma contemplação também traz a percepção de que as escolas públicas não foram bem-sucedidas na área de desenvolvimento da personalidade do estudante, no sentido de treiná-lo a dominar seus desejos. É somente graças à influência do lar e da instrução religiosa que esta geração de jovens não se livrou completamente das amarras da civilização e transformou o mundo numa selva. O resultado disso é que naqueles locais onde a influência dos pais ficou enfraquecida, qualquer que sejam os motivos, pode-se ver um aumento desproporcional na delinqüência juvenil em comparação com outros locais, embora a qualidade das escolas seja mais ou menos a mesma. Não tenho as estatísticas para apoiar esta conclusão com números, mas como você é especialista neste campo, não há necessidade de “provar” isto a você. O exposto acima não deveria vir como uma surpresa. Considerando a expansão do conhecimento do aluno, há muitas maneiras de despertar e encorajar sua vontade de seguir em frente e conquistar, explicando suas utilidade a ele agora ou num futuro próximo. O mesmo se aplica a suas sensibilidades sociais e democráticas – na verdade, o próprio fato de que o estudante deve interagir com outros meninos e meninas contribui bastante para esta finalidade. O mesmo não ocorre no que tange à sua auto-disciplina moral. Isto não pode vir de dentro da pessoa, como na famosa analogia em que uma pessoa não pode erguer-se puxando os cabelos da própria cabeça. Ao contrário, isso deve vir de um ponto fora da pessoa. Em nossa geração temos visto, para nosso grande desgosto, a ineficácia de confiar no senso de justiça e integridade ministrado pelo professor, ou na influência do irmão mais velho do aluno, ou mesmo em seu temor do policial. De ano a ano, os jovens surgem com novos estratagemas para enganar o policial e o juiz, e a praga da criminalidade continua se espalhando. Quando à influência civilizadora das “ciências humanas”, vimos o que aconteceu na Alemanha, cuja superioridade em filosofia, até mesmo em “filosofia moral”, era mundialmente famosa, mas na verdade, aquele país produziu gerações de bestas na forma de seres humanos. Está claro que não existe outra maneira de implantar nos corações das crianças e dos jovens o medo ou amor de uma força maior que o homem. Somente dessa maneira eles podem ser realmente treinados a exercitar o controle sobre a própria vontade e desejos. E isto é algo que não pode ser adiado até a criança atingir a idade de 18, ou mesmo aos 13 anos, enquanto se permite que até então ela siga os devaneios do seu coração, na esperança de que o temor das instituições humanas o levarão até o caminho do bem e da justiça. Não se vê outra maneira de instilar no coração das crianças, desde os primeiros anos, um forte crença n’Ele que criou o mundo e continua a governá-lo e dirigi-lo. Nas palavras dos nossos Sábios, há “um olho que vê, um ouvido que escuta e todos os atos da pessoa estão registrados num livro”2 –um livro que não pode ser falsificado, um olho e um ouvido que não pode ser subornado ou vencido por qualquert truque ou engano. Segundo a nossa Torá, a lei da vida, a crença no Criador e Governante do mundo recai sobre todos os povos do mundo. Além disso e em certosw círculos, este deve ser o argumento mais importante), é uma necessidade racional. Portanto qualquer escola, se seu progrma inclui “educação” – moral e social – deve estabelecer como uma de suas funfações a crença acima, não apenas como uma matéria para estudo teórico, mas como algo que diz respeito à vida do dia-a-dia. Embora haja escolas que não têm a palavra “religiosa” no nome, é óbvio, baseado no acima, que a diferença está apenas na quantidade de horas devotadas aos assuntos religiosos. Porém se a escola carece completamente de religiosidade, D’us não o permita,arece daquilo que, especialmente em nossa geração, está entre as funções mais básicas da escola; educar o estudante para ser um ser humano digno deste nome – diferente de um mero animal. E a diferença básica entre homem e animal é que o ser humano não é escravo dos próprios instintos, desejos e tendências e, pelo menos, esforça-se para controlá-los e restringi-los. Lembro-me de você me dizendo, em nossa conversa, que você é meramente o secretário da associação de professores em nossa Terra Santa, portanto as coisas [que discutimos] não fazem parte de sua jurisdição. Acredito que minha reação, na época, foi que eu não estava falando com você de maneira oficial, mas apelando a alguém que sempre teve oportunidades e capacidade para encontrar maneiras de corrigir a situação existente, que, para nossa consternação, não está melhorando, ao contrário. Em qualquer caso, agora você é diretor, e de uma organização internacional! Talvez pareça estranho eu endereçar este tipo de pedido a uma pessoa que não é membro de qualquer partido religioso, e na verdade pertence a um Partido Socialista… Porém não é preciso elaborar que as circunstâncias atuais de maneira alguma se assemelham à maneira que eram as coisas durante os anos formativos do Socialismo, especialmente porque, desde então, não era verdadeira a presunção de que o Socialismo necessita de um conflito com a religião. Minha esperança é que mesmo que meu apelo pareça um tanto estranho aos seus olhos à primeira leitura desta carta, que mesmo assim você, em consideração à importância desse assunto, o examine mais uma vez, sem preconceito, ponto a ponto, e neste caso certamente descobrirá muitas maneiras para que isso possa ser implantado… Eu gostaria também de aproveitar a oprtunidade para expressar meus agradecimentos por você continuar a enviar-me as publicações da associação dos professores, e minha esperança de que você continue a fazê-lo no futuro, e agradeço antecipadamente.3 Notas: 1 – Provérbios (Mishlê) 14:23. 2 – Ética dos Pais 2:1. 3 – Igrot Kodesh vol. XXII, págs. 494-497. |
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