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Um Midrash explica por que Moshê
foi escolhido para levar o povo judeu para fora do exílio. Depois
que ele fugiu do Egito e se estabeleceu em Midian, tornou-se pastor para
seu sogro. Um dia, quando estava recolhendo o rebanho, percebeu que um
cordeirinho estava faltando. Encontrou-o a distância, perto de uma
poça de água, bebendo sofregamente. "Se eu soubesse
que você estava com sede," disse Moshê ao cordeiro, "o
teria trazido para cá eu mesmo." Quando o animal saciou a
sede, Moshê o apanhou e carregou-o de volta para o rebanho.
Se Moshê se preocupou com um cordeirinho pequeno e insignificante
desta maneira, D'us respondeu, é digno de cuidar do Meu povo, pois
se preocupará até com o menor deles.
Quando Moshê passou a liderança do povo judeu a Yehoshua,
ele pediu a D'us que Yehoshua ficasse repleto com o "espírito
do D'us Vivo." Nossos Sábios explicam este pedido incomum
da seguinte maneira: Yehoshua poderia ter se tornado um líder que
permaneceria dentro de seu "palácio", emitindo ordens
em geral, mas não se concentrando em cada indivíduo. Moshê
rezou para que Yehoshua fosse capaz de discernir a natureza de cada judeu,
e reagir da maneira apropriada.
Muitas pessoas podem liderar a multidão, pronunciar frases de efeito
dando a impressão que têm uma visão, ou pelo menos
um senso de poder. Outros podem trabalhar com indivíduos ou grupos
menores, ensinar e orientar dentro das quatro paredes do seu mundo. Porém
"falar com reis, e conservar o mesmo tom," isso é raro.
A liderança do Rebe foi louvada e reconhecida de uma variedade
de ângulos e por pessoas de todas as esferas. Sua erudição,
sua receptividade, sua obra em prol dos judeus de toda parte, suas instituições
em todo o mundo, e muito mais, todas receberam atenção.
Porém talvez mais que qualquer outra, sua dedicação
a todo e cada indivíduo, sem levar em conta sua afiliação
ou seu passado, tem sido menos reconhecida.
Hoje, os shluchim (emissários) do Rebe continuam a sua obra, permanecendo
devotados a todo e cada indivíduo. Estes homens e mulheres estão
literalmente em todo o mundo, levando sustento espiritual e material para
seus irmãos judeus, e na verdade, ao ser humano. Nas linhas de
frente em Israel, eles levam a alegria das Festas Judaicas; quando o tsunami
abalou o sudeste da Ásia, os shluchim do Rebe estiveram na linha
de frente dos esforços de resgate; durante e após o Furacão
Katrina, os representantes do Rebe, em New Orleans e em outras partes,
abandonaram seus afazeres pessoais para ajudar o próximo.
Num nível mais "mundano", os shluchim do Rebe aconselham
estudantes, dirigem escolas judaicas em período integral, visitam
prisioneiros judeus – a lista de atividades comunitárias
e educacionais é interminável.
O que continua surpreendente sobre tudo isso é o profundo valor
e o engajamento que os shluchim demonstram para com o indivíduo,
pois como seguidores do Rebe eles procuraram imitar suas atitudes.
De onde eles extraem sua energia e inspiração para não
apenas encontrarem seu caminho em uma comunidade, mas para obterem um
impacto contínuo?
A resposta é: no Rebe. Pois como Moshê e Yehoshua antes dele,
ele fazia mais que "falar com reis". E muito mais do que ensinar
a lei. Percebia a natureza de cada indivíduo, e girava a chave
que abre a porta para o seu potencial.
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