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Por ocasião do falecimento de seu pai, Rabi DovBer
estava em Krementchug na Rússia, e dali foi para estabelecer Lubavitch
na Rússia Branca.
Durante a viagem, os chassidim lhe forneceram meios de estabelecer-se
no novo lar. Ao chegar, no entanto, ele resolveu distribuir estes fundos
aos necessitados, e escreveu a um parente sobre a formação
de um comitê de três para supervisionar a distribuição.
Nessa carta ele se referiu a uma soma “considerável”.
Anos mais tarde, esta carta chegou às mãos do herdeiro do
destinatário, um inimigo inescrupuloso e vingativo de Rabi DovBer.
Ele nutria um ódio implacável do Rebe por algum “deslize”
pessoal familiar. Com uma engenhosa manipulação dos números
na carta, “três ou quatro mil rublos” se tornaram “cento
e três ou quatro mil rublos”. De fato, uma soma considerável.
Qual seria o objetivo? E como ele conseguiu reunir tal soma numa viagem
tão curta? Obviamente ele estava planejando uma revolução!
O dinheiro era destinado aos turcos que então governavam a Terra
Santa. Os envios regulares para os eruditos necessitados que lá
moravam conferiam um ar de credibilidade às acusações.
Outras acusações estapafúrdias foram feitas, sobre
as dimensões da sinagoga do Rebe sendo semelhantes às do
Templo em Jerusalém, e aquilo significava que ele pretendia ser
rei de Israel!
A similaridade das acusações levantadas contra Rabi Shneur
Zalman em 5558 (1798) é chocante.
No outono de 5587 (1826), Rabi DovBer foi instruído a aparecer
em Vitebsk, a capital da província. Isso foi feito de maneira respeitosa,
através de funcionários do alto escalão, e foram
feitos arranjos que conviessem ao Rebe. Centenas o acompanharam na saída
de Lubavitch, e em cada aldeia os anciãos o encontravam com o tradicional
pão e sal. As homenagens prestadas a ele por judeus e por gentios
impressionou os funcionários do governo.
O Governador Geral Chavanski, um homem severo que tinha pouca estima por
Rabi DovBer, conduziu a investigação. Importantes dignitários
intercederam em seu favor. Ele foi tratado cortesmente e mais tarde pôde
rezar publicamente e fazer uma palestra sobre Chassidismo. Ele foi oficialmente
informado de que estava exonerado de todas as suspeitas, e libertado no
dia 1º de Kislêv, uma data que desde então é celebrada
entre os chassidim.
Sua morte, um ano depois, a 9 de Kislêv, exatamente aos cinqüenta
e quatro anos, assinalou o fim de um capítulo importante na história
de Chabad. Rabi DovBer tinha mergulhado nas profundezas dos ensinamentos
de seu pai, explorado suas implicações e desenvolvido as
doutrinas em detalhes e profundidade. Seu pai foi o pensador original,
criativo, o fundador de um Movimento. Rabi DovBer fez sua consolidação
e desenvolveu as múltiplas atividades de Chabad.
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