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Rabi Shmuel Schneersohn
O Rebe Maharash
Filho mais novo do Tsêmach Tsêdec e pai do
Rebe Rashab
2 de Iyar, 5594 (1834) - 13 de Tishrei, 5643 (1882)
Liderança
Abnegação
Anti-Semitismo e o Governo Russo
Genealogia
Obras publicadas
Liderança
O quarto na sucessão da liderança de Chabad foi Rabi Shmuel,
filho do Tsemach Tsêdec. Rabi Shmuel continuou a divulgar os ensinamentos
de Chabad entre o povo judeu, e ao mesmo tempo a se engajar nas atividades
comunitárias para melhorar as condições materiais
e espirituais dos judeus dentro e fora das fileiras do Movimento Chassídico.
Em 5615 (1855), aos vinte e um anos, o pai de Rabi Shmuel pediu-lhe que
participasse ativamente no trabalho comunitário. Junto com um colega,
Rabi Shmuel viajou à capital da Rússia para tomar parte
numa conferência promovida pelo governo russo para discutir os problemas
ligados à publicação de livros escolares com uma
tradução alemã, para uso na instrução
das crianças judias. Esta conferência foi feita sob a direção
de um dos assistentes do Ministro do Interior. Apesar de sua pouca idade,
Rabi Shmuel manifestou sua opinião de maneira clara e vigorosa
aos funcionários do governo czarista.
Entre os anos de 5616 e 5626 (1856-1866) ele viajou extensivamente por
todo o país e fora dele, para conhecer e influenciar importantes
líderes judeus. Os amigos que fez e a confiança que inspirou
nessas reuniões seriam de grande ajuda ao Judaísmo nos anos
que viriam.
Após a morte do Tsemach Tsedec na primavera de 5626 (1866), Rabi
Shmuel foi eleito para sucedê-lo como líder dos chassidim
de Chabad. Sua liderança, entre os anos 5626 a 5643 (1866-1882),
coincidiu com um dos períodos mais tempestuosos do anti-semitismo
na história da Rússia, originando-se nos círculos
mais altos da corte czarista em S. Petersburgo. Muitos príncipes
estavam entre os mais violentos oponentes dos judeus, e constantemente
tramavam para causar problemas às comunidades judaicas e instigavam
pogroms.
Rabi Shmuel, profundamente cônscio de sua responsabilidade, estava
entre os mais destacados guerreiros na batalha pela sobrevivência
e defesa dos judeus. Ele era o espírito inspirador em todas as
ações empreendidas para salvar as massas de judeus ou defendê-las
contra os maldosos ataques dos círculos governamentais.
Em 5629 (1869) Rabi Shmuel organizou um conselho permanente de líderes
da comunidade judaica de S. Petersburgo. A tarefa do conselho era estar
bem informado sobre todos os assuntos referentes ao povo judeu, e estar
em guarda constante para defender seus interesses e direitos.
De 5630 a 5640 (1870-1880), Rabi Shmuel novamente viajou a diversas partes
do Império Russo e para o exterior, com total desconsideração
pela sua segurança pessoal.
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Abnegação
Esta era a conduta de Rabi Shmuel em toda a sua obra comunal. Ele não
era detido pelos capitalistas ricos ou pelos sofisticados intelectuais
do Movimento “Haskalá”, que desejavam secularizar a
religião judaica, nem era intimidado pelos altos funcionários
do governo.
Ele exprimia claramente suas opiniões, com força e dignidade
em toda ocasião em que fosse necessário fazê-lo, sempre
no interesse do povo judeu, e sua excepcional liderança se refletia
no respeito demonstrado aos seus pronunciamentos e intervenções.
Durante este tempo, os adeptos de Chabad aumentaram em número e
como os líderes de Chabad sempre fizeram, desde o início
do Movimento, ele cuidou de suas necessidades e dúvidas individuais,
fortalecendo sua devoção à Torá nos tempos
especialmente difíceis em que viviam. Ele foi o autor de muitos
volumes da literatura chassídica.
O breve, porém vital e significativo período de Rabi Shmuel
como líder de Chabad também selou a fase seguinte do Movimento,
caracterizada pela campanha para divulgar a sabedoria e o estudo de Torá,
bem como o espírito de tradição e Divindade, entre
os judeus do mundo.
Esta atividade de âmbito mundial foi estimulada pela crescente emigração
em massa dos judeus russos. Embora mais concentradas na Rússia,
incluindo as províncias da Geórgia, Usbequistão e
Caucásia, as atividades de Chabad se espalharam até Israel,
Polônia e países bálticos e, mais recentemente, aos
Estados Unidos, Canadá, Europa Ocidental, Austrália, Norte
da África, América do Sul, África e em toda parte.
É digno de nota que estas atividades tenham sido feitas com igual
zelo e determinação, fossem os judeus em questão
de origem oriental, sefaradita ou ashkenazita, mais uma vez enfatizando
o caráter abrangente do Movimento Chabad como pertencente a todo
o povo de Israel.
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Anti-Semitismo e
o Governo Russo
Durante 5639 e 5640 (1879-1880) houve um crescimento considerável
no anti-semitismo em toda a Rússia. Em muitas cidades e aldeias,
os inimigos do povo judeu incitavam a população local a
promover pogroms contra as comunidades judaicas. Rabi Shmuel viajou mais
uma vez a S. Petersburgo para tentar pôr um fim nesta nova onda
de perseguição.
Ele tinha muitos amigos pessoais e conhecidos entre os funcionários
do governo, príncipes e nobres. Eles lhe asseguravam que a campanha
anti-semítica seria detida, mas os pogroms irromperam novamente
em 5640 (1880) em Kiev e Nieshin.
Rabi Shmuel tinha acabado de voltar de uma visita ao exterior ligada aos
problemas de comunidades judaicas, quando as tristes notícias chegaram
até ele. Foi imediatamente para a capital russa, e com a ajuda
do Professor Bertenson, médico da corte do Czar, ele pôde
obter uma audiência imediata com o Ministro do Interior.
Repleto de tristeza pela situação desesperadora, o Rebe
chegou a criticar o Ministro por não ter cumprido sua palavra,
de suprimir os levantes anti-semíticos. Ele deixou claro que a
continuação desse estado de coisas criaria uma imagem muito
negativa do governo russo entre os círculos mais altos nos países
estrangeiros.
Durante sua reunião com o Ministro, Rabi Shmuel mencionou que tinha
recebido cartas de muitas personalidades e banqueiros de outros países
que tinham influência internacional. Todos eles queriam saber que
atitude deveriam tomar, tendo em vista as tristes notícias sobre
a provação dos judeus na Rússia, e o que eles poderiam
fazer para proteger as vidas e as propriedades da população
judaica na Rússia.
O Ministro perguntou: “Qual foi a sua resposta?”
“Retardei a minha resposta até receber uma promessa positiva
do governo russo sobre este assunto” – respondeu Rabi Shmuel.
“Rabi de Lubavitch” – disse o Ministro – “ousa
intimidar o governo russo com ameaças do poder de capitalistas
estrangeiros? Está ameaçando a revolução neste
país?”
“Sua Excelência não precisa interpretar minhas palavras
como uma tentativa de intimidação” – respondeu
o Rebe. “Ao contrário, considere-as como um sério
fato a ponderar, pois esta preocupação é partilhada
por capitalistas e grandes homens mesmo do mundo não-judeu, que
estão chocados com tamanha barbárie e ataques desumanos
como os que têm ocorrido aqui. Quanto à segunda pergunta,
parece-me que foi a conduta negligente e fraca do Governo Imperial que
agora provoca uma revolução neste país.”
Naquela mesma noite, quando retornou ao hotel, Rabi Shmuel foi informado
pelo governo de que estava sob voz de prisão. Dois policiais montaram
guarda à entrada de seu quarto por dois dias. No terceiro dia,
porém, ele foi chamado perante o Ministro do Interior e recebeu
uma resposta positiva ao seu pedido.
Este é apenas um exemplo das numerosas ocasiões em que Rabi
Shmuel procurou os ministros e príncipes da Rússia em prol
do povo judeu, desconsiderando por completo quaisquer ameaças de
punição para si mesmo.
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Genealogia
O Rebe Maharash - Shmuel
55594 (1834): Nascimento
do Rebe Maharash a 2 de Iyar. Seu primeiro casamento – 5608
(1848) – casou-se com a filha de seu irmão, R. Chaim
Schneur Zalman, e o segundo com a Rebetzin Rivca, em 5609 (1849).
5615 (1855): Inicia suas atividades comunitárias
5617 (1857): Viaja a Petersburgo devido a assuntos comunitários.
5619 (1859): Viaja à Alemanha para confabular
com líderes comunitários.
5623 (1863): Viaja para Kiev, resgata centenas de famílias
na iminência de serem expulsas das aldeias Volhynia.
5625 (1865): Viaja a Petersburgo, obtém sucesso
na anulação de um decreto submetido ao Senado, limitando
os direitos dos judeus na Lituânia e Zamut.
5626 (1866): Aceita o cargo de Rebe.
5628 (1868): Viaja à França para conferenciar
com líderes comunitários.
5629 (1869): Organiza um comitê permanente em Petersburgo
para acompanhar assuntos de interesse comunitário.
5640 (1880): Consegue fazer cessar os pogroms.
5643 (1882): Vem a falecer na véspera de 13 de
Tishrei, terça-feira, e é enterrado em Lubavitch.
Seus filhos:
a – Harav Schneur Zalman Aharon, nascido a 19 de Tamuz 5619 (1859),
morto a 11 de Marcheshvan de 5669 (1908).
2 – K'vod K'dushat Admur Harav Shalom Dovber (o Rebe Rashab).
3 – Harav Avraham Sender, que faleceu aos oito anos de idade.
4 – Harav Menachem Mendel, nascido a 7 de Adar de 5627 (1867).
Suas filhas:
1 – D'vora Lea, casada com Harav Hachassid R. Moshe Arye Leib Ginsburg
de Vitebsk.
2 – Chaya Mushka. casada com Harav Hachassid R. Moshe Hakohein Horenstein.
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Obras
publicadas:
1)Likutei Torá AI Guimel
Parshiot. 2) Likutei Torá — Torat Shmuel, Sêfer —
5626. 3) Likutei Torá — Torat Shmuel, Sêfer —
5627. 4) Likutei Torá — Torat Shmuel, Sêfer —
5628. 5) Likutei Torá — Torat Shmuel, Sêfer —
5629. 6) Likutei Torá — Torat Shmuel, Sêfer —
5630. 7) Likutei Torá — Torat Shmuel, Vehecherim —
5631. 8) Likutei Torá — Torat Shmuel, Sêfer —
5636. 9) Likutei Torá — Torat Shmuel, Mayim Rabím
— 5636. 10) Likutei Torá — Torat Shmuel, VeKacha —
5637. 11) Likutei Torá — Torat Shmuel, Chayáv Adam
Levarech — 5638. 12) Likutei Torá — Torat Shmuel, Zot
Chanukat HaMizbéach, Matsá Zu, Yonati — 5640. 13)
Maamar: Nachamú Nachamú Amí — 5626. 14) Maamar:
Pada BeShalom Nafshi — 5632. 17) Maamar: Et Havaye Heemarta —
5632. 18) Maamar: Shoftím VeShotrím — 5633. 19) Maamar:
MeEimatai Korín Et Shemá — 5642. 20) Kuntres Drushei
Chatuná — 5642. 21) Igrot Kodesh.
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