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Disse Rabi Shimon bar Yochai:
"Quando o homem levanta de manhã e coloca
os tefilin e tsitsit, a Shechiná (Presença Divina)
paira sobre ele e proclama: ‘Tu és Meu servo,
Israel, através do qual Serei Glorificado.’"
O
exército de cada soberano traja-se com seu uniforme distinto; é
o símbolo da lealdade que o soldado deve a seu rei. O povo de Israel
também possui suas insígnias especiais que o identificam
como o servo de D’us. Uma delas são os tsitsit.
Há dois tipos de talit: o talit catán (pequeno), também
chamado de "tsitsit", usado durante o dia debaixo da camisa;
e o talit gadol (grande), usado somente na Prece Matinal. As franjas do
talit, denominadas tsitsit, funcionam como lembrete de todas as mitsvot
da Torá. Ao colocar o talit, deve-se ter em mente que D’us
nos ordenou que nos envolvêssemos nele a fim de que possamos nos
lembrar de cumprir todos Seus mandamentos.
Vestimentas
A Torá exige que os tsitsit fiquem ligados às vestes humanas
e esta relação pode ser detectada numa breve revisão
da origem e do significado
dos trajes humanos.
De acordo com a Torá, as roupas têm a sua procedência
no pecado de Adam e Chava. O homem foi criado perfeito, sem ter quaisquer
maldade em seu interior. Não tinha más inclinações
e nem conhecia tentação alguma por prazeres físicos.
Na pureza de sua mente, o sentimento de vergonha era completamente desconhecido.
Todos os órgãos e membros do seu corpo eram iguais, cada
um tendo que cumprir a sua parte na execução da missão
Divina do homem sobre a terra. Em qualquer ocasião, fosse um exercício
aparentemente espiritual ou um ato físico, só havia uma
consideração: o cumprimento da Vontade Divina.
Após ter pecado ao comer o fruto da Árvore do Conhecimento,
adquiriu consciência do prazer físico do qual não
se dava conta antes, quando sua alma predominava sobre as coisas materiais.
Em sua mente então contaminada, o bem já não era
mais puramente bom. Percebeu que certas partes do seu corpo estavam mais
diretamente associadas com o senso do prazer físico. A exposição
destes membros fazia agora surgir nele um sentimento de vergonha por dois
motivos: primeiro, porque eram uma lembrança da humilhante queda
do homem sob o poder da luxúria e em segundo lugar, porque significavam
uma fonte de tentação.
Por esses motivos, o homem sentiu-se envergonhado com a sua nudez e quis
cobrir o seu corpo.
Após o seu pecado, Adam e Chava tiveram a sensação
e a consciência do nu e prepararam para si roupas para cobrir seus
corpos. Assim, as roupas lembram ao homem sua queda do estado de pureza
absoluta para outro da sucetibilidade à tentação
e uma luta interna entre as aspirações da alma Divina e
as paixões do corpo físico.
Talvez, por este motivo (para ser um lembrete) somos obrigados a prender
as franjas dos tsitsit à nossa roupa. Pois os tsitsit não
fazem parte integrante do traje e não possuem utilidade material.
Os tsitsit e as vestes servem assim essencialmente ao mesmo propósito:
os tsitsit advertindo-nos para ficarmos em guarda contra as inclinações
do "coração e dos olhos" – (os dois provocadores
do pecado) e o traje de uma lembrança vivIda na primeira vez em
que o homem sucumbiu ao pecado.
O propósito
A mitsvá de tsitsit é mencionada duas vezes naTorá:
a)"…Que façam para eles tsitsit (franjas) sobre as bordas
das suas vestes, pelas suas gerações e porão sobre
os tsitsit da borda um cordão azul celeste. E será para
vós por tsitsit e vereis e lembrareis todos os mandamentos de D’us
e os cumprireis e não errareis indo atrás (do pensamento)
do vosso coração e atrás (a vista) dos vossos olhos,
atrás dos quais vós andais errando; para que vos lembreis
e cumprais todos os Meus mandamentos e sejais santos para com vosso D’us."
(Bamidbar. XV: 38:41)
b) "Franjas farás para ti e as porás nos quatro cantos
de tua vestimenta com que te cobrires." (Devarim XII:12)
A própria Torá assim explica o propósito dessa mitsvá.
Na primeira passagem citada encontramos tanto as metas imediatas como
aquelas a prazo longo. As imediatas consistem em um princípio positivo
e um negativo:
Lembrete permanente
Ao mandar olhar para os tsitsit D'us queria que o homem atingisse vários
objetivos.
a) nos lembra todos os mandamentos para que os observemos;
b) evita que sigamos as inclinações do nosso coração
e dos nossos olhos que tendem a nos levar para a infidelidade (a D’us).
c) para lembrarmos e observarmos os mandamentos de D’us; e
d) nos elevar a um nível de santidade e nos tornar santificados
perante D’us.
Como podem estas singelas franjas, ligadas ao nosso traje, atingir uma
meta tão elevada e abrangente? Como pode a visão dos tsitsit
nos ajudar a compreender o nosso "eu" espiritual e alcançar
nosso objetivo de perfeição humana?
Para entender isso, precisamos nos aprofundar um pouco mais nos aspectos
simbólicos deste preceito. Nossa pesquisa nos revelará que
poucos mandamentos são tão ricos em simbolismo e contêm
tantas alusões e lembretes como essa mitsvá. E uma vez que
tenhamos aprendido a reconhecer e a apreciar esses símbolos e alusões
compreenderemos a eficácia do tsitsit e porque foi dito que este
único preceito é eqüivalente a todas as mitsvot daTorá
(Menachot 43b).
A mulher está isenta deste preceito, pois a Torá reconhece
sua conexão muito mais direta com D’us através de
sua natureza e sensibilidade natas e a considera bastante ciente dos seus
deveres, não necessitando do lembrete constante dos tsitsit para
recordar-se dos mandamentos daTorá.
Tsitsit e Cohen Gadol
O termo tsitsit lembra o tsits, a placa de ouro usada pelo cohen gadol,
o Sumo Sacerdote, na qual estavam gravadas as palavras "Santidade
a D’us" (Shemot 28:36). Assim como tsits é derivado
do hebraico "fitar" porque era usado na testa um lugar visível
a todos. Tsitsit também é derivado da mesma raíz.
Tsitsit se refere também aos cabelos, ou "franjas" na
fronte. Assim, essa palavra denota que as franjas devem ser vistas, olhadas:
e sua melhor tradução é portanto "franjas à
mostra" (i.e., as franjas ligadas à veste a fim de serem vistas).
Na verdade e mais a fundo, o relacionamento tsits/tsitsit é mais
do que etimológico e os tsitsit do homem comum são de fato
um modelo do tsits do cohen gadol.
Significado
Os tsitsit pelo seu nome e maneira com que estão ligados à
roupa, aludem aos 613 preceitos daTorá: o eqüivalente numérico
da palavra tsitsit é 600; some a isso 8 pelo número de fios
e 5 pelo número dos nós e terá 613. Os cinco nós
indicam também que temos de nos amarrar aos cinco Livros de Moisés,
ao passo que os oito fios sugerem os oito órgãos do corpo
que estimulam o homem a pecar (os ouvidos, olhos, boca, nariz, mãos,
pés, genitais e o coração), que devem ser subjugados
e santificados.
Assim, a vista dos tsitsit serve ao propósito de lembrar o homem
as suas obrigações Divinas (os 613 preceitos daTorá)
e protegê-lo de cair vítima dos atos pecaminosos relacionados
com os órgãos mencionados. A visão atenta dos tsitsit
serve como lembrete que conduz a uma observância consistente daTorá
("e o vereis e lembrareis… e os cumprireis").
Os
tsitsit devem portanto ser usados em peças de roupa regulares (quadradas,
de quatro pontas) e não devem ser restritos ao talit (xale de orações)
usado somente na hora das preces. Pois, como Ibn Ezra escreve em seu comentário,
"É mais importante estar envergando os tsitsit em outras horas
que não as da oração, a fim de lembrar em todos os
momentos a não se desviar e cometer um pecado; pois na hora da
prece o homem não peca."
E embora aTorá exija tsitsit somente numa peça de quatro
cantos, sugerindo assim que, em faltando tal peça de roupa, a pessoa
está isenta de sua obrigação, Rabi Isaac Abarbanel
nota em seu comentário: "Eles devem fazer para si tsitsit
…pelas suas gerações…" para ensinar que,
mesmo no decorrer das gerações, quando os israelitas não
costumarem mais a usar trajes de quatro pontas, deverão, assim
mesmo fazer algumas peças de quatro pontas e colocar os tsitsit
ligados nelas. Daí se vê claramente o conceito errôneo
daqueles que argumentam que, se a pessoa não deseja usar um traje
de quatro pontas, fica isenta da mitsvá do tsitsit.
O fio azul, extinto
As franjas à mostra despertam no homem uma consciência direta
da Presença Divina. Esta era a função especial que
tinha o fio azul (Techelet) cuja coloração era obtida através
da extração do pigmento do Chilazon, um peixe, e especialmente
processado; atualmente extinto.
Por que o azul foi escolhido entre todas as cores?
Porque o azul se assemelha à cor do mar e o mar parece com a cor
do céu e o céu se assemelha à ‘cor ’
do Trono de Glória de D’us!"
A vista dos tsitsit induz uma visão mental, uma consciência
da Shechiná (Presença Divina). Em qualquer uma das direções
— leste, oeste, sul e norte — que nos voltemos (aludidas pela
especificação da peça de quatro cantos), os tsitsit
nos tornam conscientes da presença de D’us.
Hoje não temos mais um fio azul porque oChilazon (um anfíbio
conchífero) do qual o pigmento azul era extraído está
atualmente oculto e desconhecido. Mas o seu significado continua válido
quando lemos o preceito deTechelet . Já que em hebraico a palavraTechelet
é parecida comTachlit que quer dizer "meta final", o
significado doTechelet vem lembrar ao homem que o último e definitivo
objetivo de tudo é a Shechiná.
A passagem da Torá
A passagem da Torá que determina o preceito do tsitsit põe
em contraste a lembrança e a observância dos "mandamentos
de D’us" com o seguir "atrás do vosso (próprio)
coração e dos vossos (próprios) olhos, atrás
dos quais vos desviais".
Esta contraposição sugere mais do que o sentido literal
aparente. Pois aTorá não especifica um "andar atrás"
de inclinações pecaminosas, mas pronuncia uma advertência
geral e abrangente, de "não seguir atrás do vosso coração
e dos vossos olhos" — independente de quais sejam as intenções.
Ao ponderarmos este constraste, seu sentido latente se torna óbvio:
O coração é a sede das emoções humanas,
dos sentimentos pessoais do homem. Os olhos, na terminologia daTorá,
configuram sabedoria e intelecto. A Torá no contexto da mitsvá
do tsitsit , assim nos adverte para "não ireis atrás
do vosso coração (as emoções e sentimentos)
e vossos olhos (o intelecto), atrás dos quais vos desviais".
Não é, pois, a nossa opinião e nossos ideais pessoais
(não importa quão nobres e elevados possam parecer), que
devemos seguir, mas sim os mandamentos de D’us. Mesmo quando nosso
coração e nossa mente aquiescem em assuntos daTorá
por causa do apelo intelectual ou atração sentimental, nós
temos de observar os preceitos e as instruções daTorá
como mandamentos de D’us.
É tão somente a natureza supra-racional e supra-sentimental
dos mandamentos como decretos Divinos que lhes empresta seu caráter
de verdade e de relevância absolutas.
Racionalismo e sentimentalismo como critérios únicos e independentes
são caminhos essencialmente perigosos e geralmente enganadores
"atrás dos quais vos desviais."
Segundo os nossos livros sagrados, o motivo de envolver o corpo com o
talit sensibiliza o coração do homem e o desperta para um
sentimento de temor a D’us.
A razão pela qual os tsitsiyot também são chamados
naTorá deGuedilim, é que, segundo o costume judaico, mesmo
um menino pequeno deve vestir o talit catan a fim de educá-lo quanto
ao cumprimento das mitsvot, para que, ao crescer, sinta cada vez mais
o gosto e a "doçura" delas.
Por isso são denominados de Guedilim (do hebraico Guidul que significa"crescimento"),
pois as mitsvot vão crescendo com ele.
O motivo do número de voltas entre cada espaço de nós
nos tsitsiyot , respectivamente 7, 8, 11 e 13 é que eles totalizam
o mesmo valor numérico das palavras Hashem Echad (D’us Único)
que, em hebraico, é 39.
O valor numérico da palavra tsitsit em hebraico é o mesmo
das palavras hebraicas tsedacot (que significa "justiças")
enesher (que significa "água"). Isso nos esclarece que
quem guarda a mitvá do tsitsit terá o mérito de contemplar
a Face da Shechiná (Presença Divina), conforme está
escrito: "Eu com justiça verei Tua Face"; e merece também
que se concretize (sobre ele) a profecia: "E vos transportarei sobre
asas de águias."
A palavra Ure‘item (que significa "e vocês verão"
os tsitsiyot) tem o mesmo valor numérico que a palavra tsitsit
bayom ("de dia" — quando se aplica a mitsvá do
tsitsit).
O motivo pelo qual envolvemo-nos no talit ainda antes de colocar os tefilin,
é que a mitsvá de tsitsit é mais freqüente (pois
vestimos mesmo no Shabat e nos dias santificados) e isto lhe dá
prioridade.
Em cada borda do talit encontramos 5 nós, ou seja 20 nas 4 pontas,
eqüivalentes às mãos e aos pés nos quais encontramos
20 dedos. Isto transmite a idéia que todos os membros humanos encontram-se
a serviço de D’us.
Os livros místicos relacionam a mitsvá de tsitsit com a
visão profética de mercavá ("carruagem")
que consiste num dos assuntos mais profundos do Tanach e que é
explicado nos livros clássicos da Cabalá e Chassidut. O
profeta Yechezkel visualiza quatro formas diferentes, anjos com asas,
etc. A intenção de D’us na criação do
homem é que ele assimile as características dos seres superiores.
O corpo do homem é um só, mas se ramifica em quatro órgãos
fundamentais: o cérebro, o coração, a língua
e o Berit Milá que devem ser suportes da "Carruagem"
Divina. (A idéia do conceito Mercavá -Carruagem, segundo
os ensinamentos de Chassidut, define de forma alegórica a submissão
e anulação dos interesses e tendências pessoais perante
D’us: assim como a carruagem não possui vontade própria
e é submissa àquele que a dirige.)
Este é o motivo de envolver-se com o talit de quatro pontas (eqüivalentes
aos quatro seres da Mercavá) e esta também é a razão
da Torá chamar as pontas de Cnafot (da mesma raíz queCnafayim
em hebraico, cujo significado é "asas", fazendo da lusão
à elevação do homem através desta mitsvá.
E por este motivo também é que de cada uma das quatro pontas
saem oito fios, iguais ao número de faces e asas de cada um dos
seres da mercavá totalizando 32, eqüivalente aos 32 caminhos
da Chochmá (Sabedoria).
Leis referentes ao talit
Os tsitsit devem ser colocados em qualquer vestimenta que cubra o corpo
e que tenha 4 pontas (bordas) — duas na frente e duas atrás.
-
Os fios (do tsitsit) devem ser preparados (desde a fiação),
trançados e colocados apropriadamente na veste, especialmente
com o intuito da mitsvá do tsitsit.
- Os
tsitsit e a veste devem ser do mesmo material. É preferivel,
porém que sejam ambos de lã, ou pelo menos que os fios
sejam de lã.
- Comprimento
dos fios de tsitsit deve ser de no mínimo 24cm e de preferência
acompanhando a seguinte proporção: 1/3 de comprimento
para os nós e espaços intermediários (do tsitsit)
e os 2/3 restantes para o fios soltos (após o último nó).
- Se
um dos fios soltos do tsitsit se romper, o talit ainda permanece casher.
No caso de mais de um fio ter se cortado, um Rabino ortodoxo deverá
ser consultado.
-
Os fios do tsitsit devem ser trançados e caso um deles se desfie,
esta parte é considerada ausente.
-
A obrigatoriedade do tsitsit se aplica (apenas) nas horas diúrnas.
Portanto a respectiva berachá, bênção, não
deve ser pronunciada antes do amanhecer ou após o pôr-do-sol.
-
Apesar da obrigação recair apenas nos horários
diurnos, é costume vestir o talit catan também ao dormir
durante a noite, para que dessa forma mesmo ao permanecer desacordado
após o início do dia, já estejamos cumprindo a
mitsvá. Assim também, de acordo com os ensinamentos, é
meritório vestir o talit catan mesmo de noite. Porém ao
amanhecer, a berachá do talit catan deve ser recitada sobre uma
outra veste. Não havendo outro talit catan, costuma-se mover
os fios dos tsitsit, recitando então a berachá.
-
Segundo o costume Chabad somente homens casados vestem o talit gadol,
recitando a berachá apenas sobre este talit com a intenção
que ela recaia também sobre o talit catan.
- Ao
tomar um talit emprestado para rezar, costuma-se recitar a berachá
sobre o talit, a não ser que esteja sendo utilizado somente ao
ser chamado naTorá; neste caso não se recita a berachá.
- Se
após vestir o talit gadol, este caiu completamente do corpo,
deve-se repetir todo o processo da Atifá, inclusive recitar a
berachá novamente. Se isto acontecer quando a pessoa se encontra
no meio da prece, quando não é permitida a interrupção
por conversa, coloca-se o talit, mas espera-se até depois da
Amidá, Prece Silenciosa, para recitar a berachá. Se o
talit caiu durante a Amidá, a própria colocação
do Talit também é efetuada depois.
- Mas
se o talit permanecer no corpo, mesmo que parcialmente, não precisa
repetir a berachá. Se ficou apenas nas mãos é considerado
como se tivesse caído totalmente.
-
Se alguém tirou seu talit gadol com a intenção
de recolocá-lo em seguida, já que teve este pensamento,
não é necessário repetir a berachá.
- A
veste do talit, mesmo quando invalidado, não deve ser utilizada
de forma desprezível, uma vez que já foi usada para uma
mitsvá.
-
Caso um dos fios de tsitsit tenha caído ou sido cortado não
se deve jogá-lo fora ou empregá-lo de maneira desprezível.
É costume utilizá-lo como marcador de algum livro sagrado
(já que se trata de um objeto com o qual foi realizada uma mitsvá),
para que continue a desempenhar uma função semelhante.
-
É recomendável evitar, ao vestir o talit , que os tsitsiyot
se arrastem pelo chão.
-
A parte da veste do talit catan ou gadol que foi colocada (vestida)
na frente ou em cima, deve permanecer sempre na mesma posição,
em todas as vezes que for vestida. Para tanto é costume fazer
um sinal que sirva de lembrete na extremidade superior interna do talit
gadol e na parte dianteira do talit catan.
- A
largura do talit catan deve ser de no mínimo uma Amá ,
ou seja 48 cm e o comprimento deve ser de no mínimo duas Amót
, excluindo o orifício central, por onde o talit é vestido,
de forma que resta uma Amá no peito (pela frente) e uma Amá
por trás. Ao usar um talit catan menor do que estas medidas no
dia de Shabat, cria-se o problema adicional de estar carregando no Shabat.
- Deve-se
tomar cuidado para não usar um talit gadol estreito ou curto
demais. O seu tamanho mínimo é o necessário para
poder envolver a cabeça e uma boa parte do corpo ao mesmo tempo.
-
Para meninos de 6 a 13 anos de idade, que já devem usar o talit
catan a fim de se acostumar com a mitsvá de tsitsit pode-se basear
nas opiniões que permitem medidas menores das mencionadas acima
para o talit catan. Nosso costume é de iniciá-los nesta
mitsvá desde os três anos de idade.
-
Deve-se procurar um talit bonito, assim como todas as mitsvot devem
ser realizadas da melhor maneira e minuciosamente (Hildur Mitsvá).
-
Assim também ao comprar os tsitsit, deve-se verificar o seu estado
e adquirí-los de pessoa de confiança, para ter certeza
que todo o material empregado foi preparado especificamente para a mitsvá
de tsitsit e que possua as medidas certas.
A
maneira correta de vestir
o talit catan e o talit gadol
Se ao vestir o talit catan, as mãos da pessoa estavam sujas ou
impuras, estando inapta a pronunciar a berachá, ela deve ser dita
mais tarde, após netilat yadayim (depois de abluir as mãos),
movendo os tsisiyot, etc.
Deve-se separar os fios dos tsitsit um do outro, de forma que estejam
sempre soltos (e não entrelaçados).
Ao vestir o talit catan ou gadol deve-se meditar na intenção
Divina ao ordenar este preceito, de nos lembrar de todas as mitsvot e
cumpri-las além (é óbvio) da intenção
de cumprir a própria mitsvá do tsitsit.
Antes de pronunciar a bênção referente aos tsitsit,
deve-se verificá-los atenciosamente, de modo a certificar-se que
estão casher (aptos ao uso) a fim de evitar pronunciar a bênção
em vão.
Este exame é sempre necessário a não ser que a pessoa
se atrase por causa da verificação e isto não lhe
permitirá rezar junto com a congregação.
A berachá de tsitsit e (no caso do talit gadol) seu envolvimento
no corpo — devem ser feitas em pé.
Ao falar o trecho de "Baruch Sheamar " na prece, seguram-se
na mão direita os dois tsitsiyot da frente (do talit catan para
solteiros e do talit gadol para os casados) e no fim deste trecho ("Melech
Mehulat Batishbachot") se beija os fios do tsitsit.
Na bênção anterior ao Shemá Yisrael (em Shacharit,
Prece da Manhã) ao chegar na palavra "Vahaviênu"
pegam-se os dois tsitsiyot da frente e em seguida os de trás, primeiro
do lado esquerdo e depois do direito.
Seguram-se todos os tsitsiyot na mão esquerda entre o anular e
o minguinho e perto do coração. Chegando no terceiro capítulo
do Shemá ("Vayômer") , seguram-se as pontas dos
tsitsiyot também com a mão direita. Ao mencionar as seguintes
seis palavras — 1)tsitsit, 2) tsitsit, 3)Letsitsit, 4) Emêt,
5) Cayemet, 6) Laad —passamos os tsitsiyot nos olhos e em seguida
os beijamos.
Bênção pronunciada ao colocar o talit Catan
Tratando-se de homem solteiro que não veste talit gadol, deve-se
vestir o talit catan, recitar a berachá, segurando e movendo os
tsitsiot antes de pronunciá-la.
BARUCH ATÁ A-DO-NAI E-LO-HÊNU MÊLECH HAOLÁM,
ASHER KIDESHÁNU BEMITSVOTÁV VETSIVÁNU AL MITSVAT
TSITSIT.
"Bendito és Tu, ó Senhor, nosso D’us, Rei do
Universo, que nos santificou com Seus mandamentos e nos ordenou sobre
a mitsvá de tsitsit ."
Talit Gadol
Antes de envolver-se no talit gadol, coloca-se o talit dobrado no ombro
direito. Procede-se a verificação dos tsitsiot enquanto
recitam-se os seguintes versículos:
BARECHI NAFSHI ET A-DO-NAI. A-DO-NAI E-LO-HAI GADALTA MEOD, HOD
VEHADAR LAVASHTA. OTÉ OR CASSALMÁ, NOTÉ SHAMAYIM
CAYERIA. (Salmos CIV:1-2)
"Abençoe, ó minha alma, ao Senhor. Ó Senhor,
meu D’us. Tu és magnificamente exaltado. Tu Te vestiste de
majestade e esplendor. Tu Te envolves de luz como um manto. Tu expandes
os céus como uma cortina."
Depois abre-se o talit completamente. Antes de se envolver no talit, recita-se
a seguinte berachá:
BARUCH ATÁ A-DO-NAI E-LO-HÊNU MÊLECH HAOLÁM
ASHER KIDESHÁNU BEMITSVOTÁV VETSIVÁNU LEHIT ‘ATÊF
BETSITSIT.
"Bendito és Tu, ó Senhor, nosso D’us, Rei do
Universo, que nos santificou com Seus mandamentos e nos ordenou envolver-se
em tsitsit."
Após a berachá cobre-se a cabeça até (inclusive)
os olhos com o talit permanecendo assim (por um curto espaço de
tempo) envolvido à moda árabe, tomando as duas extremidades
do lado direito e jogando-as ao ombro esquerdo (por trás). Enquanto
envolto no talit recitam-se os seguintes versos:
MA YACAR CHASDECHÁ E-LO-HIM, UVENEI ADAM BETSEL. KENAFECHÁ
YECHESSAYUN. YIRVEYUN MIDESHEN BETECHA, VENACHAL ADANECHA TASHKÊM,
KI IMECHÁ MECOR CHAYIM, BEORECHÁ NIR‘É OR.
MESHOCH CHASDECHÁ LEVODEECHÁ, VETSIDCATÊCHA LEYISHREI
LEV.
(Salmos
XXXVI:8-11)
"Como
é preciosa Tua bondade, ó D’us; os filhos dos homens
se refugiam na sombra de Tuas asas. Eles se saciarão com a delícia
de Tua Casa e Tu lhes darás de beber do rio da Tua bem-aventurança.
Pois Contigo está a Fonte da Vida, na Tua Luz veremos luz. Concede
Tua Bondade para Teus conhecedores e Tua Justiça para os de coração
reto."
Durante as orações é nosso costume permanecer com
o talit cobrindo a cabeça. |