Um investimento lucrativo
 

"Abra a sua mão" – (patuach tiftach et yadechá), "seja caloroso e generoso com seus irmãos".

O adágio popular diz: "A carga que um camelo suporta depende de sua força". D’us espera que a pessoa doe tsedacá proporcionalmente à abundância com que foi abençoada.

Um judeu nunca deve se perguntar se deve ajudar ou não, somente para quem e como oferecer ajuda, porque o ajudante definitivo dos pobres e ricos é o próprio D’us.

A Torá dirige-se a dois tipos de pessoas. Àquele que não consegue decidir se vai ou não doar, D’us diz: "Não endurecerás o seu coração".

E, para alguém que deseja dar, mas no último instante volta atrás, D’us diz: " Não fecharás sua mão".

O versículo conclui com um aviso implícito para aquele que se mantém insensível: "O indivíduo diante de você é ‘seu irmão necessitado’. Se você rejeitar sua solicitação, você é aquele que poderá acabar se tornando seu ‘irmão’ na pobreza".

Maimônides, o Rambam, escreve: "Nunca houve dez judeus que morassem no mesmo local e não estabelecessem um fundo de tsedacá.

"Nós, o povo judeu, precisamos garantir o cumprimento da mitsvá de tsedacá de maneira elevada, pois ela nos caracteriza como a virtuosa e bondosa semente de Avraham, sobre quem D’us declarou: ‘Pois Sei que ele ordenará seus filhos e descendentes depois dele a fazer tsedacá.’"

Ouro, prata e cobre


Há três tipos de caridade (tsedacá), que podem ser comparados ao ouro, prata e ao cobre. A caridade que a pessoa dá quando ela e sua família são ricas e as coisas vão bem é comparada ao ouro. Este tipo de caridade tem o mais poderoso efeito no Céu, comparável a um presente a um imperador. Apesar de ser dada sem nenhuma razão em especial, protege o doador de futuras eventualidades. Ze Hanoten Bari (Aquele que dá quando tem saúde), formando Zahav (ouro, em hebraico).

Há, então, um segundo tipo de caridade, a caridade que a pessoa dá quando adoece. É menos efetiva, uma vez que é dada num momento de necessidade; sendo, portanto, comparada à prata.
Se a pessoa adia a doação de caridade até que esteja gravemente doente (e, metaforicamente, está com a corda no pescoço, prestes a ser executado), o valor de sua caridade é reduzido a cobre.

- Hoje, não mais possuímos o mizbêach, o altar do Templo Sagrado, a mesa para trazer bênção sobre nosso alimento. Em seu lugar, a mesa na casa de cada um é sua fonte de bênção. Afortunado é o homem em cuja mesa encontram-se duas coisas: palavras de Torá e uma porção para o pobre.

Se uma pessoa conduz sua mesa dessa maneira, dois anjos aparecem ao final da refeição. Um exclama: "'Esta é a mesa posta perante D'us'. Que possa sempre desfrutar das bênçãos Celestiais!" O segundo anjo repete suas palavras e conclui: "Que possa esta mesa ser posta perante D'us neste mundo e no mundo futuro!"

Quanto agradecimento e louvor uma pessoa deve ao Criador, por possibilitar-lhe estar entre os que dão tsedacá a outros! A pessoa deve perceber, contudo, que todo o dinheiro que controla, em realidade, não é "seu", mas do Criador. Se D’us confiou-lhe riqueza, é para testar se dará tsedacá com generosidade, e com as intenções apropriadas.

Três atos têm o poder de abolir os decretos dos céus:

1. Arrependimento (teshuvá)
2. Dar tsedacá
3. Orações (tefilá)

Uma pessoa não deve abster-se de dar caridade, sob qualquer circunstância. Sua caridade a precederá (no Mundo Vindouro), e lhe garantirá boa saúde e um bom nome.

A Tsedacá possui o poder de salvar e o de prolongar a vida de uma pessoa.
Um investimento sem dúvida lucrativo a curto, médio e longo prazo…