Um animal
é constantemente ligado ao mundo material por seus pés.
Um animal casher, porém, tem o casco que o separa do chão
e, por ser fendido, demonstra que sua ligação com
o chão onde pisa não é demasiada. O mesmo ocorre
com o peixe que, para ser casher, deve ter escamas envolvendo o
corpo, separando-o do mundo exterior. Isto simboliza o acima dito,
de que o comportamento ideal de um judeu é não se
preocupar demais com o mundo material que o cerca.
O
porco é um dos animais não-casher mais conhecidos.
Possui um dos sinais de cashrut - o casco fendido - mas não
é ruminante. Diz o Talmud que, sempre que se deita, o porco
estica as patas para a frente, querendo mostrar que é casher;
mas não é ruminante, deixando por isso de ser casher.
Também
daqui podemos tirar uma lição de comportamento. Um
dos piores defeitos do homem é o cinismo, ou seja, demonstrar
exteriormente o que realmente não é. Isto pode ocorrer
no meio judaico, quando a pessoa apresenta em público um
comportamento que não é o seu verdadeiro, por vergonha
ou orgulho. Tal comportamento deve ser completamente repelido.
Vários
sábios contemporâneos apontam como principal causa
da decadência espiritual e moral das últimas gerações
justamente o fato de as leis de cashrut deixarem de ser observadas
à risca por grande parte de nosso povo. Porém, ultimamente,
com as facilidades que o mercado casher vem oferecendo e com o grande
movimento de retorno desta geração, muitos voltaram
a suas raízes, dando mais valor à dieta casher. Com
certeza, isto acarretará a transformação benigna
de nosso povo, preparando-nos para a época especial que tanto
aguardamos.
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