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RESPOSTA:
Por Aron Moss
Talvez o mais estranho de todos os eventos do ciclo de vida
judaico seja o Shalom Zachar. Ao contrário de outras celebrações,
não há discursos, nem cerimônia, nem preces ou canções
especiais. Apenas um punhado de pessoas reunidas, dizendo Lechaim e Mazel
Tov. Porém esta é a melhor maneira de dar as boas-vindas
a uma alma ao mundo.
Por mais alegria que um nascimento traga para a família, pense
no que significa para a alma da criança. A alma é um fragmento
do Divino, um pedaço do próprio D'us. Antes de nascer, habita
nos mundos superiores, perto de D'us, num estado de paz e conforto. Tudo
isso muda quando na concepção, a alma relutantemente desce
para o mundo. Passa os próximos nove meses gravitando ao redor
do corpo à medida que este se desenvolve no útero da mãe.
Durante esse período um anjo é enviado como tutor pessoal
para ensinar Torá àquela alma. O útero não
é bem o céu, mas mesmo assim é uma existência
idílica.
Então, de repente, a criança nasce, a alma entra no corpo
e é atirada ao mundo. Podemos apenas imaginar como é traumático
para uma alma celestial se tornar emaranhada num corpo terrestre, e ser
transferida de um mundo de absoluta pureza a um mundo cruel, onde o bem
e o mal estão misturados. Não admira que choremos ao nascer.
Que consolo podemos oferecer a essa pobre alma? Como pode tamanha descida
ser justificada? O que podemos responder ao grito da alma: Por que eu
tive de descer para cá?
Não podemos consolar a alma recém-chegada com palavras de
sabedoria, pois ela recebeu sabedoria muito mais elevada do anjo no útero.
Não podemos impressioná-la com nossas preces, porque nossas
preces não podem competir com a união que a alma teve com
D'us antes de descer. Mas podemos mostrar à alma a única
coisa que este mundo tem e que o outro mundo não pode igualar:
a oportunidade de fazer o bem.
Não importa quão elevada a alma tenha sido antes do nascimento,
jamais teve a oportunidade de partilhar sua bondade com alguém.
Somente aqui nesse mundo físico podemos fazer a bondade, e trazer
alegria a um outro ser. Nos reinos mais elevados tudo está em ordem,
tudo é perfeito. Não há nada que possa ser aperfeiçoado.
O mesmo não acontece aqui. Neste mundo, as pessoas têm necessidades,
e podemos prover suas necessidades. As pessoas precisam umas das outras
quando estão fracas e necessitam de apoio. E precisam partilhar
também suas horas felizes. Visitar um amigo para dizer Mazal Tov,
e ser recebido com alegria em troca é uma demonstração
da bondade simples que não pode ser encontrada em nenhum outro
mundo, exceto nesse aqui.
Então, Lechaim! – à vida nessa terra, nossa única
chance de fazer o bem e causar um impacto nos outros. Sua alma veio de
muito longe para chegar aqui.
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