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RESPOSTA:
E você provavelmente vai explodir. Se continuar a ser a mártir
silenciosa, sorrindo quando sente que sua sogra a está ofendendo,
pode terminar dizendo (ou gritando) algo de que se arrependerá.
A primeira coisa a considerar é que, enquanto você está
interpretando o comportamento e os comentários dela como crítica,
existe a possibilidade de que ela esteja na verdade tentando ser útil.
Embora ela possa parecer ameaçadora ou poderosa para você,
na verdade, você é que parece ser assim para ela.
Às vezes nos apressamos a sentir que alguém está
tentando nos ofender, quando na verdade, está procurando uma chance
de se sentir útil e desejado. Não estou dizendo que seja
este o caso na sua situação, mas sempre é algo a
ser considerado.
Vamos nos colocar no lugar dela por um instante. Você é casada
com o filho dela. Você é a mãe dos netos dela. Basicamente,
você tem um papel iimportante na vida daqueles que são importantes
para ela. Embora ela possa parecer ameaçadora ou poderosa para
você, na verdade, você é que parece ser tudo isso para
ela.
Estou curiosa para saber como você reage às sugestões
dela. Você rola os olhos, morde a língua e se afasta? Fica
em silêncio mas deixa claro que aquilo não foi apreciado?
Sorri e faz o que ela diz, mas sente um terrível ressentimento?
Há um conceito da Torá discutido na Ética de Nossos
Pais, de que temos a obrigação de “julgar a todos
favoravelmente” – basicamente, sempre conceder à pessoa
o benefício da dúvida (Avot 1:6). Portanto nesse caso, digamos
que ela realmente deseja ajudar, que quer mesmo o que é o melhor
para os netos. Talvez ela não saiba a melhor maneira de abordar
o assunto, mas esta é a sua intenção.
Se você conseguisse ver os comentários dela como seu desejo
de ser útil, e levá-los a sério e com consideração,
talvez ela não sentisse necessidade de dizer alguma coisa. Quando
ela diz algo eu tentaria responder, por exemplo: “Realmente, você
acha que seria melhor se eu…” ou então “O que
acha que eu deveria dar para ele em vez disso?”
Deixe que ela seja parte da solução. Dê-lhe a incumbência
de descobrir o que fazer quando seu filho está gritando porque
não ganhou o biscoito, ou quando ele não quer jantar porque
ganhou biscoitos.
Outra opção é explicar gentilmente a ela por que
você tomou a decisão. Se você está convencida
de que fez o que era correto, não há necessidade de ficar
na defensiva. Portanto, você pode simplesmente explicar: “Geralmente
eu deixo que ele coma um biscoito com as outras crianças, mas hoje
ele comeu doces demais e se continuar, terá dor de barriga.”
Deixe que ela seja parte da solução. Ou então: “Nem
sempre eu dou doces como prêmio, mas hoje ele foi tão bonzinho
que realmente merece ganhar!”
Os problemas surgem nem tanto por causa daquilo que você diz, como
pela maneira de você dizer. Se você está confiante
sobre a maneira de criar seus filhos e de tomar suas decisões,
então pode justificar calmamente suas escolhas sem parecer aborrecida
ou incomodada. Se confia no seu jeito de educar, isso fica aparente, e
outras pessoas naturalmente confiarão em você como mãe.
Porém se você reagir, ficar na defensiva, seu comportamento
parecerá inseguro, em oposição a uma escolha feita
com cuidado.
Em última análise, você é a mãe de seus
filhos, tem a palavra final, e provavelmente todos sabem disso. Porém
sua sogra é avó deles, e creio que ela os ama e deseja para
eles o que há de melhor. Embora isso seja mais fácil de
falar do que de fazer, quando ela fizer comentários tente se concentrar
na ideia de que ela deseja ajudar as crianças, e não criticar
você.
Se você puder ver suas palavras como uma expressão de amor
e não de má vontade, provavelmente você conseguirá
explicar a ela que embora seus comentários sejam bem intencionados,
você acha que outra coisa é o melhor para seus filhos. E
é você quem decide isso.
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