Ser judeu  
   
  Judaísmo por respeito, sem conflitos ou por convicção?
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O que é mais importante:

1) Seguir o judaísmo religioso devido ao fato dos pais terem sido religiosos e terem dado uma educação religiosa após os 13 anos, mas viver em conflito interno?

2) Seguir o judaísmo da maneira como o coração manda (comer casher, guardar shabat, etc.) e aos poucos construir um judaísmo religioso de maneira mais sólida em meu coração?

3) Quando nos encontramos em conflitos internos sobre como seguir o judaísmo, e isto se torna claro quando as pessoas percebem, o que se deve fazer: resolver os conflitos internos da melhor maneira possível e começar de novo, ou seguir com esses conflitos?

     
 

RESPOSTA:

Para responder sua pergunta vamos mencionar um outro tema no judaísmo. Quando um homem recusa-se a dar o divórcio à sua esposa, a lei judaica diz que devemos obrigá-lo a faze-lo. Será que este ato, que foi realizado a força, tem algum valor? Nossos Sábios explicam que no interior de cada um existe a vontade mais pura e decisiva de realizar a palavra de D'us. Nosso "eu" verdadeiro, que é a nossa alma, quer cumprir todos os preceitos de seu Criador. Quem não quer cumpri-los é o Yetser Hará (má inclinação). Ele nos passa a impressão de que nós mesmos não queremos nada com o Serviço Divino.

Porém, devemos sempre relembrar quem é nosso "eu" original. A palavra teshuvá é muitas vezes traduzida erroneamente como arrependimento. Na realidade, ela significa retorno; retorno ao próprio ser da pessoa, pois não há nada mais puro do que isto.

Na prática, não devemos nos confundir com o que queremos ou não fazer, pois é muitas vezes o Yetser Hará que dita nossas vontades. Devemos fazer o que a Neshamá (Alma Divina) quer: esta expressa a vontade de D'us. E saber que, na realidade, esta também é a nossa própria vontade.

Não há nada de errado em ter conflitos internos, e estes podem até nos levar a degraus mais altos, dependendo da maneira como os encaramos. Devemos estar atentos, e procurar resolvê-los através de estudo e perguntas. O judaísmo estimula o questionamento e oferece as respostas para tudo.

Saiba, porém, que todos os conflitos são obra do Yetser Hará. Devemos assumi-los, sim, mas não podemos permitir, de maneira alguma, que eles influenciem nossos atos. Esta é a finalidade do Yetser Hará - usar estes argumentos para afetar nossa prática. Não podemos permitir que alcance sua meta.

Nossos sábios enfatizaram a importância de "assê lechá rav", "encontre para ti um rabino". É essencial ter alguém a quem se possa consultar, discutir e encontrar as respostas certas para nossas perguntas. Mesmo nos chamados "tempos modernos", é sempre melhor estabelecer um contato pessoal com alguém que confie e respeite, para prestar-lhe apoio.

   
   
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