RESPOSTA:

O mundo está sempre tomando novos rumos, e sempre que ocorrem mudanças surgem novas dúvidas quanto o que é permitido ou não de acordo com o judaísmo. Estas perguntas são direcionadas aos Sábios e rabinos da geração, que analisam o assunto e chegam a uma resposta. Seja qual for a conclusão determinada, as palavras que saem da boca dos Sábios devem ser rigorosamente seguidas. Transgredi-las tem a mesma seriedade como quem transgride uma proibição explícita da Torá.

Por que idéias produzidas por uma mente humana tem tanto poder quanto um mandamento Divino?

Primeiramente, vamos ler o que está escrito na Torá: "E farás conforme a sentença que eles [San'hedrin - o Supremo Tribunal Rabínico] daquele lugar que D'us escolherá [Templo Sagrado em Jerusalém], e serás cuidadoso de fazer conforme tudo que lhe informarem. De acordo com a sentença da Torá que eles lhe ensinarão, e conforme o julgamento que eles lhe dirão, você deverá fazer; você não declinará da sentença que eles declararem a você, nem com a mão direita, nem com a mão esquerda." (Devarim 17: 10-11)

No trecho acima reside a resposta. Um dos preceitos escritos na Torá é o de escutar as palavras dos Sábios e segui-las rigorosamente. O poder dos Sábios não é por hierarquia ou por influências humanas. Foi D'us quem instituiu aos Sábios o poder de prescrever o que o povo deve fazer. Sendo assim, obedecendo as palavras dos Sábios estaremos automaticamente obedecendo as palavras de D'us.

Resta ainda a pergunta: Como é que mentes humanas podem saber qual é a palavra de D'us?

Podemos entender isto da seguinte forma: os primeiros filósofos gregos instituíram as leis básicas da matemática. A partir destas leis se desenvolveram inúmeras outras teorias e linhas de raciocínio. Apesar dos livros que contêm as leis dos gregos serem menores em números que os atuais, todos os milhares de livros que temos hoje derivam destes primeiros.

É bem verdade que os Sábios concluíram certas leis através do raciocínio humano. Porém, eles estão seguindo as regras e princípios outorgados por Moshê quando a Torá foi dada a alguns milhões de pessoas presentes no Monte Sinai. Os rabinos seguem os caminhos que a Torá prescreveu para chegar a uma conclusão. Sendo assim, o que um Sábio escreveu há 2000, 500 ou um ano atrás, está incluído nas palavras proferidas por Moshê no recebimento da Torá.

A Torá é eterna, é uma fonte constante, incessante, desde a antiguidade até os tempos modernos. Mas devemos lembrar: a Torá não deve ser adaptada ao nosso tempo. Tendo ela resistido por tantas gerações, e provado que apenas através dela a pessoa consegue alcançar o verdadeiro sentido da vida, somos nós que devemos adaptar-nos a ela.

Baseado em uma carta do Lubavitcher Rebe