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RESPOSTA:
Por Yanki Tauber, baseado nos ensinamentos
do Rebe.
Rezamos porque nosso corpo precisa de alimento, saúde, segurança,
consolo. Rezamos para reconhecer nossa dependência, nossa apreciação
e nossa gratidão à Fonte de todas as necessidades, alegrias
e realizações da vida.
Rezamos porque nossa alma é solitária. Uma centelha do fogo
Divino, ela viajou para um mundo pesado e escuro com “matéria”
– coisas, forças e objetos que exprimem a própria
realidade, ofuscando sua Fonte. Portanto a centelha anseia pelo fogo e
luta para se tornar reabsorvida nele. Espera ansiosamente as horas reservadas
para a prece – aqueles preciosos momentos diários em que
a pessoa que a alma habita deixa de comungar com o mundo e comunga com
seu Criador.
Portanto a pessoa que reza é um verdadeiro paradoxo, uma contradição
ambulante, um ser dividido contra si mesmo. Tanto o corpo quanto a alma
estão rezando. O corpo está rezando pela vida e existência.
A alma está rezando para escapar da vida, para transcender a existência.
E mesmo assim, à medida que a prece prossegue, surge uma certa
harmonia. Quando a alma reza, escalando os céus e abrigando os
invólucros de egoísmo que a dotam com uma identidade com
“necessidades” e a tornam distinta de sua fonte, o corpo (que
está rezando na mesma página – não há
como escapar disso) aprende que a espiritualidade, também, é
uma necessidade; que as lutas transcendenes também são um
prazer; que a união com D’us é também uma conquista.
E a alma, que está rezando na mesma página que o corpo (também
não há como fugir disso) aprende que a vida, também,
é Divina; que a existência também é uma maneira
de fundir-se com D’us; que a realização pode ser a
suprema abnegação, se as conquistas da pessoa estiverem
atreladas a um fim mais elevado, Divino.
Por que rezamos? Porque o corpo precisa da alma e a alma precisa do corpo,
e ambos precisam estar conscientes de que a necessidade do outro é
também a sua.
Esta, em última análise, é a essência da prece:
conhecer nossas necessidades, entender sua fonte, compreender seus verdadeiros
objetivos. Direcionar nossa mente e nosso coração para Aquele
que os implantou dentro de nós, definiu seus objetivos e nos proporciona
os meios para atingi-los.
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